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A terminologia CIPE® e a participação do Centro CIPE® brasileiro em seu desenvolvimento e disseminação

La terminología CIPE® y la participación del Centro CIPE® brasileño en su desenvolvimiento y difusión

The ICNP® terminology and the Brazilian ICNP® Centre participation on its development and dissemination

Resumos

Objetiva-se descrever (1) a evolução da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE® ), desde que o Conselho Internacional de Enfermeira(o)s (CIE) assumiu, em 1989, a tarefa de desenvolver uma classificação dos elementos da prática profissional (diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem), que tivesse alcance internacional; (2) o Programa CIPE® e seus componentes estruturais, os quais se articulam para conformar o Ciclo de vida da terminologia CIPE® ; (3) os Centros para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE®, acreditados pelo CIE; (4) por fim, a contribuição do Centro brasileiro para pesquisa, desenvolvimento e disseminação da terminologia CIPE®. A CIPE® está em constante evolução e muito já foi alcançado em seus quase vinte e cinco anos de desenvolvimento. Os Centros CIPE® têm desempenhado um papel fundamental para o desenvolvimento, disseminação e uso da terminologia nos diferentes campos da prática profissional - ensino, assistência, pesquisa e gestão / gerenciamento do cuidado de enfermagem.

Enfermagem; Prática Profissional; Processos de Enfermagem; Terminologias de Enfermagem


El objetivo de este artículo es describir (1) la evolución de la Clasificación Internacional para la Práctica de Enfermería (CIPE® ), desde que el Consejo Internacional de Enfermeras asumió, en 1989, la tarea de desarrollar una clasificación de los elementos de la práctica profesional (diagnósticos, intervenciones y resultados de enfermería) que tuviese alcance internacional; (2) el Programa CIPE® y sus componentes estructurales, que encajan entre sí para conformar el Ciclo de vida de la terminología CIPE® ; (3) los Centros de Investigación y Desarrollo de la CIPE® , acreditados por el CIE; (4) Por último, la contribución del Centro brasileño para la investigación, desarrollo y difusión de la terminología CIPE®. La CIPE® está en constante evolución, y mucho se ha logrado en sus casi veinticinco años de desarrollo. Los Centros CIPE® han jugado un papel clave en el desarrollo, difusión y uso de la terminología en los diferentes campos de la práctica profesional - enseñanza, servicio, investigación y gestión del cuidado de enfermería.

Enfermería; Práctica Profesional; Proceso de Enfermería; Terminologías de Enfermería


This paper aims to describe (1) the evolution of the International Classification for Nursing Practice (ICNP® ), since the International Council of Nurses (ICN) assumed, in 1989, the task of developing a classification of the elements of professional practice (nursing diagnoses, interventions and outcomes) with an international ambit; (2) the ICNP® Programme and its structural components, which fit together to conform the ICNP® terminology life cycle; (3) the Centres for ICNP® Research and Development, accredited by ICN; (4) finally, the Brazilian Center's contribution for research, development and dissemination of the ICNP® terminology. The ICNP® is constantly evolving and much has been achieved in nearly twenty-five years of its development. The ICNP® Centres have played a key role in the development, dissemination and use of the terminology in different fields of professional practice - teaching, clinical practice, research and management of nursing care.

Nursing; Professional Practice; Nursing Process; Nursing Terminology


AUTORES CONVIDADOS

A terminologia CIPE® e a participação do Centro CIPE® brasileiro em seu desenvolvimento e disseminação

The ICNP® terminology and the Brazilian ICNP® Centre participation on its development and dissemination

La terminología CIPE® y la participación del Centro CIPE® brasileño en su desenvolvimiento y difusión

Telma Ribeiro Garcia; Maria Miriam Lima da Nóbrega

Universidade Federal da Paraíba, Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem CCS/UFPB, Acreditado pelo CIE. João Pessoa-PB, Brasil

Autor correspondente Autor correspondente: Telma Ribeiro Garcia E-mail: telmagarciapb@gmail.com

RESUMO

Objetiva-se descrever (1) a evolução da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE® ), desde que o Conselho Internacional de Enfermeira(o)s (CIE) assumiu, em 1989, a tarefa de desenvolver uma classificação dos elementos da prática profissional (diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem), que tivesse alcance internacional; (2) o Programa CIPE® e seus componentes estruturais, os quais se articulam para conformar o Ciclo de vida da terminologia CIPE® ; (3) os Centros para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE®, acreditados pelo CIE; (4) por fim, a contribuição do Centro brasileiro para pesquisa, desenvolvimento e disseminação da terminologia CIPE®. A CIPE® está em constante evolução e muito já foi alcançado em seus quase vinte e cinco anos de desenvolvimento. Os Centros CIPE® têm desempenhado um papel fundamental para o desenvolvimento, disseminação e uso da terminologia nos diferentes campos da prática profissional - ensino, assistência, pesquisa e gestão / gerenciamento do cuidado de enfermagem.

Descritores: Enfermagem; Prática Profissional; Processos de Enfermagem; Terminologias de Enfermagem.

ABSTRACT

This paper aims to describe (1) the evolution of the International Classification for Nursing Practice (ICNP® ), since the International Council of Nurses (ICN) assumed, in 1989, the task of developing a classification of the elements of professional practice (nursing diagnoses, interventions and outcomes) with an international ambit; (2) the ICNP® Programme and its structural components, which fit together to conform the ICNP® terminology life cycle; (3) the Centres for ICNP® Research and Development, accredited by ICN; (4) finally, the Brazilian Center's contribution for research, development and dissemination of the ICNP® terminology. The ICNP® is constantly evolving and much has been achieved in nearly twenty-five years of its development. The ICNP® Centres have played a key role in the development, dissemination and use of the terminology in different fields of professional practice - teaching, clinical practice, research and management of nursing care.

Key words: Nursing; Professional Practice; Nursing Process; Nursing Terminology.

RESUMEN

El objetivo de este artículo es describir (1) la evolución de la Clasificación Internacional para la Práctica de Enfermería (CIPE® ), desde que el Consejo Internacional de Enfermeras asumió, en 1989, la tarea de desarrollar una clasificación de los elementos de la práctica profesional (diagnósticos, intervenciones y resultados de enfermería) que tuviese alcance internacional; (2) el Programa CIPE® y sus componentes estructurales, que encajan entre sí para conformar el Ciclo de vida de la terminología CIPE®; (3) los Centros de Investigación y Desarrollo de la CIPE®, acreditados por el CIE; (4) Por último, la contribución del Centro brasileño para la investigación, desarrollo y difusión de la terminología CIPE®. La CIPE® está en constante evolución, y mucho se ha logrado en sus casi veinticinco años de desarrollo. Los Centros CIPE® han jugado un papel clave en el desarrollo, difusión y uso de la terminología en los diferentes campos de la práctica profesional - enseñanza, servicio, investigación y gestión del cuidado de enfermería.

Palabras clave: Enfermería; Práctica Profesional; Proceso de Enfermería; Terminologías de Enfermería.

INTRODUÇÃO

A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem- CIPE® é um sistema de linguagem padronizada, amplo e complexo, que representa o domínio da prática da Enfermagem no âmbito mundial. É também uma tecnologia de informação, pois favorece a coleta, armazenamento e análise de dados em uma variedade de cenários, linguagens e regiões geográficas distintas, contribuindo para que a prática dos profissionais da Enfermagem seja eficaz e, sobretudo, se torne reconhecida pela sociedade e visível no conjunto de dados sobre saúde(1).

Neste artigo, focalizam-se as versões já divulgadas da CIPE®, desde que o Conselho Internacional de Enfermeira(o)s assumiu a tarefa de desenvolver uma classificação dos elementos da prática profissional (diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem) que tivesse alcance internacional; o Programa CIPE® e seus componentes estruturais, os quais se articulam para conformar o Ciclo de vida da terminologia; os Centros acreditados pelo CIE para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® ; e, por fim, a contribuição do Centro brasileiro para o desenvolvimento e disseminação da CIPE®.

EVOLUÇÃO DA CIPE®

A CIPE® teve seu marco inicial em 1989, ano em que o Conselho Nacional de Representantes (CNR) do Conselho Internacional de Enfermeira(o)s (CIE) aprovou uma Resolução para o desenvolvimento de uma classificação dos elementos da prática profissional (diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem), que tivesse alcance internacional. A aprovação dessa Resolução acolhia preocupação expressa por grupos de enfermeira(o)s sobre a dificuldade para se nomear as situações ou problemas com que a Enfermagem lidava em seu cotidiano, por falta de um sistema de linguagem padronizada; e sobre as dificuldades para se descrever a contribuição específica da Enfermagem para a solução, alívio e prevenção de problemas de saúde, e para a promoção de modos saudáveis de vida(2).

A falta de atenção dada ao desenvolvimento de uma linguagem unificada para a Enfermagem começava a ser vista como uma desvantagem para a profissão, razão para que a frase pronunciada, à época, por Norma Lang se tenha tornado emblemática(2) : "Se não podemos descrevê-la [a Enfermagem], não podemos exercer controle sobre ela, obter financiamentos, ensiná-la, pesquisá-la ou inseri-la em políticas públicas".

Antes do início, propriamente dito, da construção da CIPE®, foram realizados, em 1991, um levantamento na literatura da área e uma pesquisa junto às Associações vinculadas ao CIE, para identificar que sistemas de classificação eram conhecidos e usados nos diferentes países; a familiaridade que se tinha com outros sistemas de classificação, a exemplo da Classificação Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial de Saúde (OMS); e se era, de fato, percebida a necessidade de construção do sistema de classificação previsto na Resolução do CNR-CIE(2).

Em dezembro de 1996, o CIE divulgou a CIPE® Versão Alfa, contendo duas classificações: a Classificação dos Fenômenos de Enfermagem e a Classificação das Intervenções de Enfermagem. Na continuidade, foram publicadas a Versão Beta e a Versão Beta 2, respectivamente em 1999 e 2001, ressaltando-se que a Beta 2 representou muito mais uma revisão editorial (revisão gramatical, correções ou alterações em códigos, correções em definições) do que propriamente uma nova versão da CIPE®.

A utilização das versões Beta e Beta 2 na prática profissional evidenciou que sua estrutura dificultava o alcance da meta de uma linguagem unificada de Enfermagem e, acima de tudo, que não estava satisfazendo as necessidades da(o)s enfermeira(o)s. Partindo dessa constatação, o Grupo Estratégico de Consultores da CIPE®, estabelecido em 2002, desenvolveu uma investigação entre líderes mundiais no domínio de vocabulários usados em cuidados de saúde, com a finalidade de assegurar que a CIPE® Versão 1.0, cuja construção já havia sido iniciada, fosse, de fato e de direito, compatível com os vocabulários e normas existentes(3). Ressalte-se que, com essa nova versão, a CIPE® passou a assumir uma abordagem formal, ontológica, para lidar com os conceitos do domínio da Enfermagem, o que a diferencia de outros sistemas de classificação de Enfermagem(4).

A partir de então, a CIPE®, como uma terminologia combinatória, permite o desenvolvimento de novos vocabulários locais e, como uma terminologia de referência, permite a identificação de relacionamentos entre conceitos e vocabulários disponíveis, o que a caracteriza como um marco unificador dos diferentes sistemas de classificação dos elementos da prática da Enfermagem(3).

Após o lançamento da Versão 1.0 (2005), foram divulgadas mais quatro versões da CIPE® : a Versão 1.1 (2008), a Versão 2 (2009), a Versão 3 (2011) e a Versão 2013 (2013). Nessas novas versões, manteve-se a representação multiaxial do Modelo de Sete Eixos (Foco, Julgamento, Meios, Ação, Tempo, Localização e Cliente), introduzido na Versão 1.0 para organizar os conceitos primitivos (conceitos simples, atômicos) do domínio da Enfermagem, passando a ser apresentados, também, conjuntos de conceitos pré-coordenados (conceitos complexos, moleculares) relativos a diagnósticos / resultados e intervenções de enfermagem(5). Com essa nova apresentação, a CIPE® passou a se caracterizar, além de combinatória, como uma terminologia enumerativa.

A cada lançamento de nova versão, tem-se observado, no conjunto da terminologia, o aumento do número de conceitos pré-coordenados (diagnósticos / resultados e intervenções de enfermagem) em comparação ao número de conceitos primitivos, que tem diminuído(6). Em 2005, quando foi divulgada a Versão 1.0, a participação de conceitos primitivos era de 83%, passando a 59,10% na Versão 2013; por seu turno, a participação de conceitos pré-coordenados era de 17% na Versão 1.0, alcançando 40,9% na Versão 2013 (Gráfico 1).


Há, atualmente, um total de 3.894 conceitos incluídos na CIPE® Versão 2013, dos quais 1.592 são conceitos pré-coordenados; e 2.302 são conceitos primitivos, distribuídos nos eixos do Modelo de Sete Eixos (Gráfico 2).


Ressalte-se que, para a construção de afirmativas de diagnósticos / resultados e intervenções de Enfermagem (conceitos pré-coordenados), a CIPE® utiliza conceitos primitivos incluídos nos eixos do Modelo dos Sete Eixos e as recomendações da ISO 18104:2003 - Modelo de Terminologia de Referência para a Enfermagem, da Organização Internacional para Padronização (International Organization for Standardization - ISO)(7-8).

Desde o lançamento da Versão Alfa, em 1996, várias pesquisas e experiências de aplicação da CIPE® na prática profissional estão em andamento no âmbito mundial. No ano de 2000, passou-se a considerá-la um programa oficial da área Prática Profissional, um dos pilares fundamentais do CIE(9). Em dezembro de 2008, foi aprovada sua inclusão na Família de Classificações Internacionais da Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma Classificação Relacionada, trazendo para essa família de classificações uma parte essencial e complementar dos serviços profissionais de saúde - o domínio da Enfermagem(3).

PROGRAMA CIPE®

Em seus aspectos organizativos, o Programa CIPE®, vinculado à área de Prática Profissional do CIE, envolve três componentes, a saber, pesquisa e desenvolvimento; manutenção e operações; disseminação e educação. Atuando de modo articulado, esses componentes estruturais dão sustentação ao Ciclo de vida da terminologia CIPE® (Figura 1), que caracteriza como ela evolui, tanto para satisfazer as necessidades dos usuários como das organizações que lidam com padronização, de modo que esteja compatível com os vocabulários e normas existentes. Cada componente estrutural do Ciclo de vida da terminologia CIPE® envolve múltiplos processos e requer diferentes ferramentas para realizar as tarefas e gerar os produtos que lhe são próprios(4).


No componente Pesquisa e Desenvolvimento, os estudos sobre a CIPE®, que estão sendo realizados ao redor do mundo, envolvem a validação de conceitos, a abrangência e ampliação de seu conteúdo, análises semânticas, aplicação e utilidade prática(4), entre outros, que representam uma importante fonte para o desenvolvimento e fortalecimento da terminologia.

Em Manutenção e Operações, componente essencial do ciclo de vida da CIPE®, tem-se dado atenção à prática baseada em evidência; à melhoria constante da qualidade do conteúdo e à conformidade com os padrões internacionais para desenvolvimento de terminologias(4). Os processos envolvidos nesse componente orientam a revisão de conteúdo e o lançamento de novas versões, em que se busca a inserção de conteúdos que reflitam mudanças ocorridas na prática de enfermagem e/ou uma melhor compreensão de termos já constantes, bem como a adição de termos que venham preencher lacunas existentes e a remoção de termos redundantes ou desatualizados; e assegurar que a CIPE® seja/esteja compatível com o estado de desenvolvimento da ciência de Enfermagem, das ciências da classificação e da informática, e do cuidado de saúde.

Por fim, quanto ao componente Disseminação e Educação, considera-se que somente se avalia o potencial e a qualidade de uma terminologia, como de qualquer outra tecnologia de informação, a partir da familiaridade que se demonstre ter com sua aplicação no sistema de atenção à saúde(4), isto é, com seu uso na prática clínica, favorecendo o raciocínio clínico e a documentação, seja em prontuários eletrônicos ou em sistemas manuais de informação.

A CIPE® está em constante evolução e muito já foi alcançado em seus quase vinte e cinco anos de desenvolvimento. Em 2003, como parte da tarefa de coordenar sua disseminação e utilização internacional, entre outras atividades relacionadas ao Ciclo de vida da terminologia, o CIE começa a desenvolver, por intermédio do Programa CIPE®, a ideia de criação de Centros para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE®, dando-se particular atenção ao processo de submissão de propostas, critérios para avaliação, escopo de trabalho e responsabilidades desses Centros.

CENTROS PARA PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DA CIPE®, ACREDITADOS PELO CIE

Um Centro CIPE® Acreditado pelo CIE é uma Instituição, Faculdade, Departamento, Associação Nacional ou grupo semelhante, que preenche os critérios do CIE para ser designado como Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE®. Esses Centros são considerados elementos importantes tanto para o desenvolvimento da profissão, como para a produção de informação e conhecimento com potencial para influenciar a Enfermagem nos anos futuros. Nesse contexto, ressalta-se a visão da CIPE® como sendo parte integral da infraestrutura global de informação sobre as políticas e práticas de cuidado à saúde(10).

Cada Centro CIPE® identifica suas especificidades de trabalho (tradução, validação, aplicação, identificação de novos termos para inserção na CIPE®, etc.), espaço geográfico de atuação (local, regional, nacional, interinstitucional, etc.) ou âmbito de organização (área de especialização, experiência em pesquisa, etc.). Trabalhando em seus próprios projetos e, ao mesmo tempo, comunicando-se entre si, constituem o Consórcio de Centros CIPE®, fortalecendo a Enfermagem, seja no âmbito local, regional ou global(10).

Atualmente, há onze Centros CIPE® Acreditados pelo CIE em todo o mundo, assim distribuídos (Figura 1): dois na América do Norte, estando um deles localizado nos Estados Unidos e o outro no Canadá; dois na América do Sul, um localizado no Chile e um no Brasil; três na Europa, sendo um deles composto por três países de língua alemã (Alemanha, Áustria e Suíça) e sediado em Berlim, um localizado na Polônia e um em Portugal; dois na Ásia, estando um no Irã e um na Coréia; e dois na Oceania, os dois localizados na Austrália.

Figura 2


a. Centro do Grupo de Língua Alemã de Usuários da CIPE® - Sediado em Berlim, o Grupo é composto pelas Associações Nacionais de Enfermagem da Áustria, Alemanha e Suíça, e por três grupos de usuários da CIPE® desses países. O papel dos três países no Centro CIPE® tem sido o de apoiar o desenvolvimento contínuo da terminologia e o uso de recursos tecnológicos para sua implementação nas respectivas redes de trabalho.

b. Centro para Descoberta de Conhecimento sobre Dados Mínimos de Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade de Minnesota - As atividades do Centro envolvem a provisão de sinergia entre projetos inter-relacionados sobre conjuntos de dados essenciais, incluindo iNMDS (Conjunto Internacional de Dados Mínimos de Enfermagem), NMDS (Conjunto de Dados Mínimos de Enfermagem) e NMMDS (Conjunto de Dados Mínimos de Gerenciamento de Enfermagem). Esses projetos intencionam contribuir para, e ser compatíveis com as terminologias e padrões nacionais e internacionais, tais como o SNOMED (Nomenclatura Sistematizada de Termos Clínicos da Medicina), LOINC (Nomes e Códigos para Identificação Lógica de Observações Clínicas e Laboratoriais) e a ISO (Organização Internacional para Padronização). Os projetos promoverão o desenvolvimento e disseminação da CIPE® por meio de sua utilização como a parte clínica dos elementos componentes dos dados mínimos de enfermagem.

c. Centro Chileno para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® - O Centro Chileno está localizado no Departamento de Enfermagem da Universidade de Concepción. Tem como metas desenvolver um programa de pesquisa em Enfermagem de Família; disseminar os avanços da CIPE® e incorporá-la no processo de educação em Enfermagem; e colaborar na validação de termos da CIPE®.

d. Programa de Pesquisa da Universidade Flinders para o Centro de Enfermagem em Desastres - O Centro está localizado na Universidade Flinders, em Adelaide, Austrália. Sua missão é promover a pesquisa, desenvolvimento e reconhecimento da contribuição da Enfermagem no preparo e resposta a desastres. O Centro tem como meta promover a Enfermagem por meio do desenvolvimento da CIPE®, com foco em áreas específicas da prática em que a Escola de Enfermagem e Obstetrícia tem atuação, concentrando-se inicialmente na elaboração de um Catálogo para Enfermagem em Desastres, fortalecendo as comunidades na Atenção Primária à Saúde.

e. Centro de Prática de Enfermagem e Obstetrícia, Acreditado pelo CIE para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® - O Centro está localizado no Hospital Canberra, em Adelaide, Austrália. Afiliado ao Instituto Joanna Briggs, da Universidade de Adelaide, que focaliza evidências utilizadas para a aplicação e desenvolvimento de protocolos clínicos baseados em revisões sistemáticas, é também conhecido como Centro de Prática de Enfermagem e Obstetrícia Baseada em Evidências. A missão é a de manter um Centro vigoroso para investigação e compreensão dos fatores que influenciam a qualidade dos resultados da atenção à saúde; e para o estabelecimento de estruturas teóricas e processos que contribuam para a manutenção e melhoria contínua da prática baseada em evidência na Administração de Saúde do Território da Capital Australiana (Australian Capital Territory Government Health - ACT Health) e região da Ásia-Pacífico.

f. Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® da Universidade Federal da Paraíba - O Centro está localizado na região Nordeste do Brasil, estado da Paraíba, e está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal da Paraíba. Sua missão é apoiar o desenvolvimento contínuo da CIPE® ; promover o uso dessa terminologia na educação e prática clínica de enfermagem; e colaborar com o CIE e com os outros Centros Acreditados pelo CIE para fortalecer e ampliar a CIPE® como uma terminologia de referência a ser usada no âmbito mundial. Os objetivos são os de desenvolver e validar termos que reflitam a prática de enfermagem, bem como submeter novos termos, ou sugerir adaptação / ajuste de termos ou definições já existentes, expressos de modo culturalmente relevante. Os resultados previstos incluem a construção de um banco de dados essenciais de enfermagem e a construção de catálogos CIPE®.

g. Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® da Universidade Médica de Łódź - O Centro está localizado em Łódź, Polônia. A missão do Centro é a de promover projetos focalizando a CIPE®, na teoria e na prática; o objetivo geral é a melhoria da prática de enfermagem na Polônia.

h. Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® da Associação Iraniana de Enfermagem - O Centro está localizado em Teerã, no Irã. A missão do Centro é a de identificar conceitos para a Enfermagem no Irã, que já estejam incluídos ou não na CIPE®. O Centro também objetiva cooperar com os outros Centros Acreditados pelo CIE, como parte do Consórcio de Centros CIPE®, tanto no desenvolvimento contínuo da terminologia quanto no uso de conceitos da CIPE® na prática de enfermagem.

i. Centro Acreditado pelo CIE para Pesquisa e Desenvolvimento de Sistemas de Informação da Escola de Enfermagem do Porto - O Centro está localizado na cidade do Porto, em Portugal. Sua missão é a de promover a qualidade da educação e do cuidado de enfermagem, por meio do desenvolvimento de Sistemas de Informação em Enfermagem (SIE); e colaborar com o CIE apoiando o desenvolvimento da CIPE®. O Centro atuará no âmbito da missão e metas da Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP), em colaboração direta com a Unidade de Pesquisa da Escola, por meio da qual cooperará diretamente com a Ordem dos Enfermeiros, Associação Nacional membro do CIE.

j. Centro Coreano Acreditado pelo CIE para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® - O Centro está localizado na Faculdade de Enfermagem da Universidade Nacional de Seul. Sua missão é a de aumentar a aplicação clínica da CIPE®, por meio da tradução da terminologia para a língua coreana e de sua disseminação; contribuir para o avanço e desenvolvimento da terminologia com a realização de pesquisas sobre modelos clínicos detalhados, mapeamento e desenvolvimento de subconjuntos da terminologia; e incluir as terminologias padronizadas e o uso da CIPE® nos currículos acadêmicos e em programas de educação continuada.

k. Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® da RNAO - O Centro está localizado em Ontário, no Canadá, e está vinculado à Associação de Enfermeira(o)s Registrada(o)s de Ontário (Registered Nurses' Association of Ontario - RNAO). A missão deste Centro é a de promover o avanço da prática e dos resultados de saúde baseados em evidência, por meio de sua colaboração com o CIE para fazer o mapeamento de conjuntos de ordens de enfermagem com a CIPE® e mensurar resultados sensíveis à enfermagem, derivados de seus Guias para Melhores Práticas, reconhecidos internacionalmente. Convertidos para a CIPE®, esses produtos podem contribuir para o Programa e-Health do CIE; fornecer intervenções de enfermagem padronizadas para inserção em prontuários eletrônicos médicos / de saúde, no âmbito global; e facilitar a coleta de dados eletrônicos e a avaliação de resultados sensíveis à enfermagem derivados dos Guias para Melhores Práticas da RNAO.

Segundo o CIE(10), estão incluídas entre as vantagens de ser um Centro CIPE® o reconhecimento internacional, as oportunidades de colaboração como membro do Consórcio de Centros CIPE® e a possibilidade de participar na tomada de decisão sobre assuntos que focalizam o desenvolvimento e disseminação da CIPE® ; entre as obrigações estão as de ser coerente com a missão global do CIE e com a visão e com as metas estratégicas estabelecidas para a CIPE®.

PARTICIPAÇÃO DO CENTRO BRASILEIRO NO DESENVOLVIMENTO E DISSEMINAÇÃO DA CIPE®

A proposta de criação de um Centro CIPE® vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba (PPGENF-UFPB) CIE foi encaminhada ao CIE no início de 2007. Em julho desse mesmo ano a proposta foi aprovada, considerando-se o Centro para Pesquisa e Desenvolvimento da CIPE® do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba (Centro CIPE® - PPGENF-UFPB) um Centro Acreditado pelo CIE(11-12).

As atividades que vêm sendo desenvolvidas pelo Centro CIPE® - PPGENF-UFPB estão em consonância com os três componentes do Ciclo de vida da terminologia CIPE® a saber, Pesquisa e Desenvolvimento; Manutenção e Operações; Disseminação e Educação. Ressalta-se que nem sempre as atividades ocorrem de modo isolado, ou seja, em um componente específico, pois uma ação de Pesquisa e Desenvolvimento também pode ser considerada de Manutenção e Operação, quando resulta em termos para serem incluídos na CIPE® ou em alterações de termos já existentes. Da mesma forma, o desenvolvimento de uma pesquisa pode levar à disseminação desta terminologia e ao ensino de sua utilização na prática.

De acordo com o projeto de acreditação apresentado ao CIE, o Centro CIPE® - PPGENF-UFPB começou suas atividades na área do componente Pesquisa e Desenvolvimento com dois grandes projetos. O primeiro possibilitou o desenvolvimento de vários subprojetos nas unidades clínicas do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW-UFPB), com o objetivo de construir um Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem daquela instituição. O segundo, a partir dos resultados do primeiro projeto, permitiu o desenvolvimento de outros subprojetos de pesquisa para a construção de enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem, para pacientes internados nas Clínicas Médica, Pediátrica, Cirúrgica, Obstétrica, de Doenças Infectocontagiosas, Unidade de Terapia Intensiva Geral e Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

Os resultados das pesquisas desenvolvidas por unidade clínica possibilitaram a construção do Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem das Unidades Clínicas do HULW-UFPB, contendo 483 termos constantes e 409 não constantes na CIPE® Versão 1.0, os quais retratam a prática de enfermagem nas unidades de internações do referido hospital, onde são atendidos pacientes de várias especialidades. Esses resultados evidenciaram que a equipe de Enfermagem do HULW/UFPB utilizava uma linguagem especializada, mesmo sem a formalização do emprego de um sistema de classificação específico(13).

A partir do Banco de Termos da Linguagem Especial de Enfermagem das Unidades Clínicas do HULW-UFPB, e utilizando as diretrizes do CIE para a elaboração de enunciados dos elementos da prática de enfermagem, foram desenvolvidos enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem, relacionados às necessidades humanas dos clientes internados para cuidados de saúde nas clínicas do referido hospital. Os trabalhos realizados nas sete unidades clínicas levaram à construção de 257 diagnósticos e resultados de enfermagem, que foram classificados de acordo com as Necessidades Humanas Básicas de Horta. Em seguida, foram distribuídos para os diagnósticos / resultados 3.216 enunciados de intervenções de enfermagem, com uma média de 12.5 intervenções por diagnóstico de enfermagem(14).

Outra contribuição do Centro CIPE® PPGENF-UFPB na área de pesquisa tem sido o desenvolvimento de Catálogos ou Subconjuntos Terminológicos da CIPE®, tema de cinco dissertações do Curso de Mestrado em Enfermagem do PPGENF-UFPB, desenvolvidas no período de 2008 a 2013, focalizando a Insuficiência Cardíaca Congestiva; a dor oncológica; a hipertensão na atenção básica; a pessoa idosa no âmbito domiciliar; e clientes submetidos a prostatectomia. No desenvolvimento dessas dissertações foram utilizados alguns passos metodológicos recomendados pelo CIE(4,7) para o desenvolvimento de catálogos ou subconjuntos terminológicos da CIPE®, bem como outras técnicas de pesquisa, utilizadas como estratégias para o refinamento ou para a construção de um processo metodológico para o desenvolvimento desses subconjuntos, tais como: transcrição dos registros da prática feita pelos membros da equipe de enfermagem em prontuários clínicos; extração de termos da prática de enfermagem que podem ser utilizados para construir enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem; mapeamento cruzado dos termos extraídos com os termos da CIPE®, para identificação de termos constantes e não constantes nos eixos dessa classificação; construção de definições teóricas para os termos não constantes na CIPE® ; e confirmação, por grupos de peritos, do significado e da utilização na prática dos termos constantes e não constantes na CIPE®, entre outras.

O primeiro Catálogo CIPE® foi desenvolvido para pacientes portadores de Insuficiência Cardíaca Congestiva na Classe Funcional III da Escala da NYHA, tendo como base o modelo fisiopatológico da insuficiência cardíaca, para a prioridade de saúde doenças cardíacas, resultando em 68 enunciados de diagnósticos e resultados de enfermagem e 234 de intervenções de enfermagem, construídos com base na CIPE® Versão 1.0, e distribuídos a partir dos sintomas mais frequentes nos pacientes portadores de ICC, ou seja, taquicardia, dispneia, edema e congestão(15). O segundo Catálogo CIPE® foi desenvolvido para pacientes adultos portadores de neoplasia maligna que, em algum momento, desde o diagnóstico do câncer até a morte, experimentam a sensação de dor. Nesse segundo Catálogo, os enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem construídos foram distribuídos de acordo com o Modelo de Dor Oncológica, desenvolvido no estudo, contemplando 156 diagnósticos e resultados de enfermagem e 219 intervenções de enfermagem, construídas com base na CIPE® Versão 1.0 e mapeados com a CIPE® Versão 1.1(16). O Subconjunto Terminológico da CIPE® para a pessoa hipertensa na atenção básica foi desenvolvido para proporcionar ao enfermeiro uma ferramenta de auxílio na organização do processo de trabalho, no que tange à assistência de enfermagem ao usuário hipertenso; bem como na padronização da documentação da prática de enfermagem na consulta de enfermagem a essa clientela. Foram construídos, com base na CIPE® Versão 3, 60 enunciados de diagnósticos e resultados de enfermagem e 351 de intervenções de enfermagem, distribuídos de acordo com o Modelo de Cuidados na Doença Crônica e na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta(17). A proposta do Subconjunto Terminológico da CIPE® para a pessoa idosa foi estruturado para servir de guia para os enfermeiros que prestam cuidados a essa clientela, no atendimento nas Unidades de Saúde ou no domicílio. Foram construídos 142 enunciados de diagnósticos e resultados de enfermagem e 645 intervenções de enfermagem, com base na CIPE® Versão 3, tendo como suporte teórico o Modelo de Atividade de Vida(18). O Subconjunto Terminológico da CIPE® para clientes prostatectomizados tem o objetivo de guiar a prática clínica dos enfermeiros que atuam em Clínica Cirúrgica, podendo favorecer a implantação da assistência de enfermagem e disseminar a utilização e implantação da CIPE®. Foram construídos 33 enunciados de diagnósticos e resultados de enfermagem e 206 intervenções de enfermagem, com base na CIPE® Versão 3, tendo como modelo teórico a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta(19).

As iniciativas de desenvolvimento de Catálogos ou Subconjuntos Terminológicos pelo Centro CIPE® PPGENF-UFPB não se esgotam nas dissertações defendidas, estando em processo de desenvolvimento, no Curso de Doutorado em Enfermagem, um Catálogo CIPE® para a pessoa com Diabetes Mellitus na atenção especializada; e em processo de validação os Catálogos CIPE® para dor oncológica e o para a pessoa idosa no domicílio.

Espera-se que a utilização desses Catálogos ou Subconjuntos Terminológicos, por fazerem parte de uma linguagem unificada de enfermagem, contribua para a implementação efetiva do processo de enfermagem na prática profissional, associada a uma terminologia de enfermagem, como também para a construção de sistemas de informação de saúde, permitindo o mapeamento com outros sistemas de classificação em Enfermagem, resultando no desenvolvimento de dados consistentes que descrevam o trabalho da Enfermagem.

Outra importante contribuição do Centro CIPE® PPGENF-UFPB, que envolve os três componentes estruturais do Ciclo de vida da terminologia CIPE®, tem sido a tradução da CIPE® para o português do Brasil, já disponível na Versão 31, e com a tradução da Versão 2013 em processo de conclusão. De acordo com o CIE(20), essas traduções, normalmente realizadas de forma voluntária por enfermeira(o)s, são essenciais para a implementação da CIPE® na prática, no ensino e na pesquisa em enfermagem.

Na área do componente Disseminação e Educação, o Centro CIPE® PPGENF-UFPB tem contribuído com a participação na publicação de livros e de vários artigos sobre a temática, apresentação de conferências em eventos nacionais e internacionais, cursos de curta duração sobre a CIPE® e consultoria e parceria a grupos de pesquisa vinculados ao Centro.

As parcerias do Centro CIPE® PPGENF-UFPB, estabelecidas internamente, envolvem Professores e alunos do Curso de Graduação e Pós-Graduação em Enfermagem, do Departamento de Enfermagem de Saúde Pública e Psiquiátrica e do Departamento de Enfermagem Clínica, do Centro de Ciências da Saúde da UFPB, o Grupo de Estudos e Pesquisa em Fundamentação da Assistência de Enfermagem (GEPFAE), do PPGENF-UFPB; e o Grupo de Sistematização da Assistência de Enfermagem do HULW-UFPB.

Externamente, há parceria reconhecida em vários Estados brasileiros envolvendo enfermeiros, professores e alunos de Enfermagem de Cursos de Graduação e de Programas de Pós-Graduação, e de Grupos de Pesquisa. Entre eles, pode ser citado o Grupo de Estudo e Pesquisa em Informática em Saúde do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba - PR; o Grupo de Estudo e Pesquisa em Enfermagem em Cuidados Paliativos, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina, Londrina - PR; o Grupo de Estudo e Pesquisa em Enfermagem em Reabilitação, e o Grupo de Estudo e Pesquisa em Sistematização de Enfermagem e Saúde, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem - Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte - MG; Grupo de Sistematização da Assistência de Enfermagem em Neonatologia e Obstetrícia do Hospital Sofia Feldman, Belo Horizonte - MG; Grupo de Sistematização da Prática de Enfermagem em Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde, Curitiba - PR; além de alunos e professores vinculados à pós-graduação em enfermagem da Universidade Federal da Bahia, da Universidade Federal de Goiás, da Universidade Federal Fluminense, da Universidade Estadual do Ceará, Universidade Federal do Espírito Santo e Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. São também parceiros externos do Centro CIPE® PPGENF-UFPB a Associação Brasileira de Enfermagem, por meio da Comissão de Sistematização da Prática de Enfermagem, e o Conselho Federal de Enfermagem (Figura 3).


As parcerias possíveis não se esgotam nas que foram mencionadas. O Centro CIPE® PPGENF-UFPB está aberto à participação e cooperação de pessoas ou grupos interessados em construir sistemas de registro dos elementos da prática usando a CIPE® e em tornar essa classificação um instrumental tecnológico útil à prática de enfermagem no local do cuidado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O CIE assumiu a tarefa de coordenar a construção da CIPE® por entendê-la como um instrumento de informação para descrever a prática da Enfermagem; prover dados que identifiquem a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde; promover avanços nos campos de prática profissional, por meio de sua aplicação na assistência, educação, pesquisa e gerência de Enfermagem.

A CIPE® foi planejada para ser parte integral da infraestrutura global de informação, fornecendo dados sobre as práticas e as políticas de atenção à saúde, de sorte a melhorar a atenção à clientela, no âmbito mundial. Desse modo, caracteriza-se como um instrumento que facilita a comunicação da(o)s enfermeira(o)s entre si, com outros profissionais de saúde e com os formuladores de políticas relacionadas à saúde e à formação de recursos humanos.

A terminologia facilita a documentação padronizada do cuidado prestado ao paciente pelo profissional de enfermagem e os dados e as informações resultantes dessa documentação podem ser usados para o planejamento e gerenciamento do cuidado de Enfermagem; a obtenção de financiamentos; a análise dos resultados do paciente que são sensíveis à ação de Enfermagem; e a elaboração de políticas de saúde e de educação em Enfermagem.

Mister é que, no processo de cuidar, a(o)s enfermeira(o)s utilizem o conhecimento teórico-prático e os instrumentos, métodos e processos específicos da área, na gerência e na execução do cuidado de enfermagem, buscando a excelência das ações, as suas e as de sua equipe, para alcançar junto à clientela a principal finalidade da profissão - prestar um cuidado digno, sensível, competente e resolutivo, que contribua para a solução, para o alívio ou para a prevenção de problemas de saúde, e que promova modos saudáveis de vida para as pessoas.

REFERÊNCIAS

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20. International Council of Nurses. Translation guidelines for International Classification for Nursing Practice (ICNP). Geneva: International Council of Nurses; 2008.

Submissão: 27-08-2013

Aprovação: 29-08-2013

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  • 20. International Council of Nurses. Translation guidelines for International Classification for Nursing Practice (ICNP). Geneva: International Council of Nurses; 2008.
  • Autor correspondente:

    Telma Ribeiro Garcia
    E-mail:
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      30 Set 2013
    • Data do Fascículo
      Set 2013

    Histórico

    • Recebido
      27 Ago 2013
    • Aceito
      29 Ago 2013
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