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Validação de protocolo assistencial ao paciente séptico na Unidade de Terapia Intensiva

RESUMO

Objetivo:

elaborar e validar um protocolo para assistência do enfermeiro ao paciente séptico em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Método:

estudo de validação metodológica de instrumento. Foram seguidas duas etapas: elaboração do instrumento e validação de conteúdo segundo a técnica Delphi.

Resultados:

a validação de conteúdo referente à assistência do enfermeiro ao paciente séptico em terapia intensiva inicialmente foi composto por dezoito itens analisados pelos avaliadores/juízes. Deste, por meio do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), identificou-se treze itens com forte evidência de validação, IVC=0,79. A seguir o instrumento foi refinado, sendo então composto por quinze itens, que na 2ª fase Delphi possuiu percentual de concordância acima de 84% para as variáveis pertinentes ao protocolo.

Conclusão:

o método foi eficaz para validar o conteúdo de um protocolo para assistência do enfermeiro ao paciente séptico na UTI.

Descritores:
Sepse; Enfermagem; Estudos de Validação; Protocolos Clínicos; Unidade de Terapia Intensiva

ABSTRACT

Objective:

to elaborate and validate a protocol for the care of the nurse to the septic patient in Intensive Care Units (ICUs).

Method:

instrument validation study. Two steps were followed: instrument development and content validation according to the Delphi technique.

Results:

the validation of contents related to the nurse’s assistance to the septic patient in intensive care was initially composed of eighteen items analyzed by the evaluators/judges. From this, through the Content Validity Index (CVI), thirteen items with strong evidence of validation were identified, CVI = 0.79. Then the instrument was refined, being then composed of fifteen items, which in the second phase Delphi had a percentage of agreement above 84% for the variables pertinent to the protocol.

Conclusion:

the method was effective to validate the contents of a protocol for the nurse’s assistance to the septic patient in the ICU.

Descriptors:
Sepsis; Nursing; Validation Studies; Clinical Protocols; Intensive Care Unit

RESUMEN

Objetivo:

elaborar y validar un protocolo para asistencia del enfermero al paciente séptico en Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

Método:

estudio de la validación metodológica de instrumento. Dos etapas fueron seguidas: la elaboración del instrumento y la validación del contenido de acuerdo con la técnica Delphi.

Resultados:

la validación del contenido referente a la asistencia del enfermero al paciente séptico en terapia intensiva fue inicialmente compuesta por dieciocho elementos analizados por los evaluadores/jueces. De este, a través del Índice de Validez de Contenido (IVC), se identificaron trece elementos con fuerte evidencia de validación, IVC=0,79. A continuación, el instrumento fue refinado, siendo pues compuesto por quince elementos, que en la segunda fase Delphi presentó porcentual de concordancia superior al 84% para las variables pertinentes al protocolo.

Conclusión:

el método fue eficaz para validar el contenido de un protocolo para la asistencia del enfermero al paciente séptico en la UTI.

Descriptores:
Sepsis; Enfermería; Estudios de Validación; Protocolos Clínicos; Unidad de Terapia Intensiva

INTRODUÇÃO

A sepse é um importante problema socioeconômico para a saúde pública mundial, por ser a principal causa de óbito nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Acomete ao ano, milhões de pessoas, com alta taxa de mortalidade, igualando-se aos casos de infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e politrauma(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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2 Mayr FB, Yende S, Angus DC. Epidemiology of severe sepsis. Virulence [Internet]. 2014 [cited 2017 Mar 10]; 5(1):4-11. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3916382/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/article...
-33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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).

Define-se sepse como uma disfunção orgânica potencialmente fatal decorrente de uma resposta imune desregulada a uma infecção, que progride para a clínica de choque séptico quando há presença de anormalidades circulatórias, celulares e metabólicas capazes de aumentar a mortalidade substancialmente(33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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-44 Westphal GA, Lino AS. Rastreamento sistemático é a base do diagnóstico precoce da sepse grave e choque séptico. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2015 [cited 2017 Apr 1]; 27(2):96-101. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v27n2/0103-507X-rbti-27-02-0096
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).

Sepse e choque séptico representam a evolução temporal da mesma síndrome com espectros distintos de gravidade associados com as taxas crescentes de mortalidade(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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). Há descrito na literatura, um aumento acentuado do risco de óbito em pacientes diagnosticados após 48h de disfunção orgânica(44 Westphal GA, Lino AS. Rastreamento sistemático é a base do diagnóstico precoce da sepse grave e choque séptico. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2015 [cited 2017 Apr 1]; 27(2):96-101. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v27n2/0103-507X-rbti-27-02-0096
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).

As diretrizes internacionais da Surviving Sepsis Campaign afirmam que, a adequada identificação de sinais e sintomas sugestivos diminui, sensivelmente, o tempo de detecção de pacientes em risco de sepse, favorecendo o tratamento precoce com melhores resultados(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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). Para tal, é primordial a equipe de saúde capacitada e dinâmica, salientando que a enfermagem, por assistir o paciente de forma integral a beira leito nas 24h, ocupe papel de destaque, na identificação de sinais de sepse e de fatores de risco ao seu desenvolvimento(55 Bucchi SM, Mira VL, Otrenti E, Ciampone MHT. Nurse instructor in the process of admission training of nurses in the intensive care unit. Acta Paul Enferm [Internet]. 2011 [cited 2016 Jul 10]; 24(3):381-7. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v24n3/en_12.pdf
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), sendo a qualidade assistencial decorrente da prática clínica embasada por evidências(66 Peninck PP, Machado RC. Implementation of sepsis algorithm by nurses in the intensive care unit. Rev Rene [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 10]; 13(1):187-99. Available from: www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/30
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).

Nesta perspectiva, a construção de um instrumento prático e sistematizado, embasado nas diretrizes internacionais e na análise de concordância entre avaliadores, espera-se contribuir para a atuação de enfermeiro no diagnostico e tratamento precoces da sepse, minimizando a mortalidade associada. Isto posto, o estudo objetivou elaborar e validar um protocolo para assistência do enfermeiro ao paciente séptico em Unidades de Terapia Intensiva.

OBJETIVO

Elaborar e validar um protocolo para assistência do enfermeiro ao paciente séptico em Unidades de Terapia Intensiva

MÉTODO

Aspectos éticos

O estudo respeitou as exigências formais contidas nas normas nacionais e internacionais regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Desenho, local de estudo e período

Estudo de validação metodológica de instrumento. A trajetória metodológica seguiu duas etapas: elaboração do instrumento e validação de conteúdo do protocolo segundo a técnica Delphi.

Realizaram-se buscas na literatura por meio das bases de dados científicos: LILACS; SCIELO; PUBMED, no período de julho a novembro de 2014, em estudos dos últimos cinco anos para embasar as variáveis do instrumento de coleta de dados.

Para a validação de conteúdo do instrumento foram selecionados os avaliadores/juízes por busca avançada na Plataforma Lattes, do site do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A estratégia de seleção dos avaliadores/juízes em abril de 2015 baseou-se nas características definidoras atribuídas. Foram contatados oitenta profissionais por via eletrônica, e-mail, mediante a uma carta formal referente aos objetivos, finalidade e desenvolvimento do estudo, além de solicitação da anuência, por meio da assinatura do TCLE.

Amostra, critérios de inclusão e exclusão

Os critérios de inclusão dos avaliadores/juízes foram: ser enfermeiro com título de mestre e/ou doutor em alta complexidade e/ou estudos de validação de instrumento/protocolo e possuir experiência mínima de um ano em Unidade de Terapia Intensiva. O universo amostral foi dependente da intencionalidade dos sujeitos que cumpriam os critérios de inclusão.

Foram critérios de exclusão do estudo: não participar de todo o processo de coleta de dados.

Protocolo de estudo

Foi proposto um instrumento específico de coleta de dados composto por duas partes, a primeira referente à caracterização profissional dos sujeitos e a segunda com itens que compõem a assistência do enfermeiro ao paciente séptico.

Para elaboração do protocolo assistencial realizou-se buscas na literatura científica(33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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,66 Peninck PP, Machado RC. Implementation of sepsis algorithm by nurses in the intensive care unit. Rev Rene [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 10]; 13(1):187-99. Available from: www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/30
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7 Angus DC, Poll T van der. Severe sepsis and septic shock. N Engl J Med [Internet]. 2013 [cited 2014 Oct 01]; 369(9):840-51. Available from: http://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1208623
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8 Siqueira-Batista R, Gomes AP, Calixto-Lima L, Vitorino RR, Perez MCA, Mendonça EG, et al. Sepsis: an update. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2011 [cited 2014 Apr 30]; 23(2):207-16. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v23n2/a14v23n2.pdf
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9 Backer D, Biston P, Deviriendt J, Madl C, Chochrad D, Aldecoa C, et al. Comparison of dopamine and norepinephrine in the treatment of shock. N Engl J Med [Internet]. 2010 [cited 2014 Oct 01]; 362(9):779-89. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20200382
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-1010 Pereira FH, Batalhão ME, Cárnio EC. Correlation between body temperature, blood pressure and plasmatic nitric oxide in septic patients. Rev Latino-Am Enfermagem[Internet]. 2014 [cited 2014 Oct 10]; 22(1):123-28. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v22n1/pt_0104-1169-rlae-22-01-00123.pdf
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) e nas diretrizes da Surviving Sepsis Campaign(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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), utilizando-se os descritores: Sepse (Sepsis); Enfermagem (Nursing); Unidade de Terapia Intensiva (Intensive Care Unit); Estudos de validação (Validation Studies); Protocolos clínicos (Clinical Protocols), sendo criado inicialmente um protocolo composto por três tópicos principais com 18 itens: Tópico 1 - Triagem para sepse e reconhecimento das manifestações clínicas (item 1); Tópico 2 - Pacote de ressuscitação inicial (controle das primeiras seis horas) (itens 2-12); Tópico 3 - Tratamento de suporte (itens 13-18).

A validação do conteúdo do protocolo fez-se pela técnica Delphi, que consiste em coletar dados, tabular e avaliar um determinado tema por meio do julgamento de peritos no assunto. Tal critério de validação constitui-se da opinião convergente dos avaliadores e enfatiza a necessidade do consenso entre o grupo de participantes(1111 Bellucci Jr JA, Matsuda LM. Construção e validação de instrumento para avaliação do Acolhimento com Classificação de Risco. Rev Bras Enferm [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 10]; 65(5):751-7. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n5/06.pdf
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).

Na primeira etapa Delphi, no período de maio a julho de 2015, quarenta e nove avaliadores aceitaram participar da pesquisa, entretanto, a amostra por conveniência constituiu-se de trinta e quatro avaliadores que enviaram o parecer no prazo estabelecido de trinta dias, após o recebimento do instrumento.

Os peritos avaliaram o instrumento por meio da escala Likert, com categorias em quatro níveis de importância, com a seleção de uma única resposta para cada variável do instrumento: Completamente Adequada (4); Adequada (3); Parcialmente adequada (2); Inadequada (1). A literatura ressalta que, esta escala, facilita a avaliação por fornecer um escore numérico com diferentes graus de concordância em relação à afirmação e reação do sujeito(1212 Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática de enfermagem. Thorell A (Trad.). Porto Alegre: Artmed; 2011. p.247-84.).

Para o tratamento estatístico nessa fase, foram consideradas as categorias: Completamente Adequada (CA) e Adequada (A) que obtiveram julgamentos aprovado em um consenso favorável de 80%, sendo este índice de concordância pautado em outros estudos de validação(1111 Bellucci Jr JA, Matsuda LM. Construção e validação de instrumento para avaliação do Acolhimento com Classificação de Risco. Rev Bras Enferm [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 10]; 65(5):751-7. Available from: http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n5/06.pdf
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12 Polit DF, Beck CT. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: avaliação de evidências para a prática de enfermagem. Thorell A (Trad.). Porto Alegre: Artmed; 2011. p.247-84.
-1313 Natalio MA, Faria CDCM, Teixeira-Salmela LF, Michaelsen SM. Content validation of a clinical assessment instrument for stair ascent and descent in individuals with hemiparesis. Braz J Phys Ther [Internet]. 2014 [cited 2016 Jun 10]; 18(4):353-63. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25054384
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). Ainda nesta etapa, foi disponibilizado um espaço para sugestões e considerações, em uma coluna de observação, para cada item do instrumento.

A análise da primeira etapa gerou reformulação e refinamento do conteúdo do instrumento inicial, que passou a ser composto por quinze itens. Na segunda fase Delphi, em agosto de 2015, o instrumento reformulado foi encaminhado aos mesmos peritos, que após recebimento, possuíram prazo de quinze dias para devolução; entretanto, apenas vinte e seis peritos retornaram o protocolo avaliado. A finalidade desta etapa consistiu na análise da representatividade, clareza e abrangência de cada item, avaliadas de forma dicotômica, com respostas SIM ou NÃO. Nesta etapa, os peritos puderam, novamente, apresentar sugestões e observações pertinentes para a melhoria do instrumento.

Ao término da validação, o protocolo passou a ser composto por quinze itens relacionados à assistência do enfermeiro ao paciente séptico; sendo excluídos três itens por não serem considerados pertinentes à temática.

Análise dos resultados e estatística

Os dados numéricos obtidos na segunda etapa foram compilados com o auxílio do programa Microsoft Excel® e a análise estatística feita por meio do programa estatístico SPSS, versão 20.0 for Windows. Realizou-se a análise descritiva (frequência, média, mediana e desvio padrão) e inferencial, com aplicação do teste Qui-quadrado de Pearson (X2), adotando-se p valor de 0,05 com intervalo de confiança de 95%.

A concordância dos peritos quanto à representatividade dos itens em relação ao conteúdo abordado foi mensurada por meio do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), calculado pelo número de avaliadores concordante com o item pelo número total de avaliadores. No tocante da somatória de todas as respostas “sim” e cálculo do percentual de concordância, foi adotado o valor acima de 80% para as variáveis consideradas pertinentes ao protocolo de cuidados ao paciente séptico em UTI.

RESULTADOS

Na primeira etapa de Delphi, a amostra foi composta por trinta e quatro enfermeiros, com média de idade de 40,4 (±9,5) anos, em sua maioria do sexo feminino (91%), com tempo de formação médio de 17,8 (±9,60) anos e procedentes de São Paulo (32%), seguido do Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro, ambos com 15%; Minas Gerais (12%) e os demais de outros estados da Federação (26%).

Quanto à titulação, em sua maioria eram doutores (53%), mestres acadêmicos (44%); ou especialistas em UTI (3%). Desses, 79% atuavam na docência, pesquisa e/ou extensão na área de alta complexidade, e 100% tinham experiência em UTI, com tempo médio de 8,2 (±6,2) anos. Houve diferenças de proporções para as variáveis: doutorado com tese sobre estudos de validação de instrumento/protocolo (p= 0,006), mestre com dissertação sobre estudos de validação de instrumento/protocolo (p=0,002) e prática clínica de pelo menos um ano em UTI (p= 0,001).

No que concernem as variáveis referentes ao estudo na 1ª etapa de Delphi, trinta e quatro peritos avaliaram o instrumento composto por dezoito itens (Tabela 1).

Tabela 1
Itens do protocolo de assistência do enfermeiro ao paciente séptico em UTI válidos pelos avaliadores/juízes, na 1ª fase de Delphi, Natal, Rio Grande do Norte, 2015

Os resultados mostram o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) extremamente satisfatório para treze itens, com IVC total de 0,79.

Na 2ª etapa de Delphi, do total de peritos, vinte e seis retornaram com a análise do instrumento reformulado, composto nessa fase por quinze itens. A Tabela 2 demonstra as questões com níveis de concordância acima de 84%, concordância excelente; alcançando-se percentual total de 95%.

Tabela 2
Percentual de concordância dos itens do instrumento na 2ª fase Delphi, baseado na análise dos avaliadores, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, 2015
Quadro 1
Protocolo para assistência do enfermeiro ao paciente séptico, Natal, Rio Grande do Norte, Brasil, 2015

DISCUSSÃO

O conteúdo teórico que estrutura este instrumento fundamenta-se nas melhores evidências clínicas(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
http://jamanetwork.com/journals/jama/ful...
,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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15 Brasil. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde. Anexo 3: Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos [Internet]. Brasilia, DF: Ministério da Saúde; 2013[cited 2017 Apr 21]. 46p. Available from: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/seguranca-na-prescricao-uso-e-administracao-de-medicamentos
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16 Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde. Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde vol. 4[Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2017[cited 2017 Apr 21]. 92p. Available from: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271855/Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/6b16dab3-6d0c-4399-9d84-141d2e81c809
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33...

17 Conselho Federal de Enfermagem. Cofen. Resolução COFEN nº 306/2006: Normatiza atuação do enfermeiro em hemoterapia [Internet]. 2006[cited 2015 Jul 12]. Available from: http://site.portalcofen.gov.br/node/4341
http://site.portalcofen.gov.br/node/4341...

18 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 158, de 04 de fevereiro de 2016 (nº 25, Seção 1, pág. 37). Redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos [Internet]. Brasília (DF); 2016 [cited 2017 Apr 23]. Available from: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/12/ PORTARIA-GM-MS-N158-2016.pdf
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19 Cohen J, Chin WD. Nutrition and sepsis. World Rev Nutr Diet [Internet]. 2013 [cited 2017 Apr 20]; 105:116-25. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23075593
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20 Batista RS, Gomes AP, Velasco CMMO, Araujo JNV, Vitorino RR, Rinco UGR, et al. Nutrição na sepse. Rev Bras Clin Med [Internet]. 2012 [cited 2017 Apr 20]; 10(5):420-6. Available from: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n5/a3139.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2...
-2121 Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Gerência de Ensino e Pesquisa. Diretrizes Clínicas. Protocolos Assistenciais. Manual Operacional. Porto Alegre: 2008. 11p.), sendo readaptado, após validação de seu conteúdo por especialistas, em que a mescla de visões, culturas e conhecimento científico, torna o produto adequado(1313 Natalio MA, Faria CDCM, Teixeira-Salmela LF, Michaelsen SM. Content validation of a clinical assessment instrument for stair ascent and descent in individuals with hemiparesis. Braz J Phys Ther [Internet]. 2014 [cited 2016 Jun 10]; 18(4):353-63. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25054384
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2505...
). A utilização de protocolos para demandas específicas é de suma importância à organização assistencial de saúde, por estabelecer condutas e procedimentos efetivos à otimização do processo de trabalho, presidindo a prática assistencial com o mínimo de variações de tratamento(2121 Brasil. Ministério da Saúde. Grupo Hospitalar Conceição. Gerência de Ensino e Pesquisa. Diretrizes Clínicas. Protocolos Assistenciais. Manual Operacional. Porto Alegre: 2008. 11p.).

Pacientes em sepse ocupam cerca de 10% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva, representando a principal causa de óbitos em UTIs não cardiológicas(66 Peninck PP, Machado RC. Implementation of sepsis algorithm by nurses in the intensive care unit. Rev Rene [Internet]. 2012 [cited 2016 Jul 10]; 13(1):187-99. Available from: www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/30
www.revistarene.ufc.br/revista/index.php...
). As novas diretrizes da Surviving Sepsis Campaign recomendam a utilização rotineira de dispositivos de triagem de sepse(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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), salientando que a construção e validação de protocolos específicos com metodologia adequada podem nortear a assistência do enfermeiro para esta clientela

Na 1ª fase de Delphi, cinco itens apresentaram IVC inferior a 0,75. A análise dos dados e sugestões dos peritos gerou adequações de três deles: antibioticoterapia, controle glicêmico e nutrição foram reformulados em texto e fundamentação teórica(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/f...
,1919 Cohen J, Chin WD. Nutrition and sepsis. World Rev Nutr Diet [Internet]. 2013 [cited 2017 Apr 20]; 105:116-25. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23075593
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2307...
-2020 Batista RS, Gomes AP, Velasco CMMO, Araujo JNV, Vitorino RR, Rinco UGR, et al. Nutrição na sepse. Rev Bras Clin Med [Internet]. 2012 [cited 2017 Apr 20]; 10(5):420-6. Available from: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n5/a3139.pdf
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), sendo mantidos no protocolo por serem relevantes à assistência do enfermeiro ao paciente séptico. Dois itens, avaliados como improcedentes foram excluídos: profilaxia para trombose venosa profunda e profilaxia úlcera estresse. E dois itens foram reagrupados: monitoração do lactato com lactato e ventilação mecânica com suporte ventilatório. Ademais, os outros itens, obtiveram alto índice de concordância entre os avaliadores.

A triagem para sepse e reconhecimento das manifestações clínicas é primordial ao diagnóstico e terapêutica precoce(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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). De acordo com as novas diretrizes internacionais, a sepse passa a ser definida como a presença de disfunção orgânica potencialmente fatal por resposta imune desregulada à infecção(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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), sendo a SIRS não mais necessária ao seu diagnóstico e o termo sepse, grave extinto(33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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). Todavia, apesar das vantagens do consenso, os critérios de disfunção orgânica foram modificados, embasando-se por escore de predição da mortalidade, SOFA- Sequential Organ Failure Assessment, o que restringi o diagnostico sepse a casos graves, prejudicando países com recursos limitados que almejam aumentar sua sensibilidade(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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,2222 Machado FR, Assunção MSC, Cavalcanti AB, Japiassú AM, Azevedo LCP, Oliveira MC. Getting a consensus: advantages and disadvantages of Sepsis 3 in the context of middle-income settings. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 21]; 28(4):361-5. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v28n4/0103-507X-rbti-28-04-0361.pdf
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). Desta forma, este protocolo mantém os critérios de disfunção orgânica preconizadas pelo ILAS, os quais obtiveram alto grau de concordância entre os avaliadores.

Quanto ao pacote de medidas iniciais para sepse, este busca a reversão da hipoperfusão tecidual(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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), sendo o aspecto temporal e a ordem das intervenções terapêuticas vitais ao manejo do paciente nas primeiras 3h e 6h do diagnóstico(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/f...
). Entre os itens que o compõe, o lactato mostra-se como biomarcador da disfunção orgânica, sendo a hiperlactemia decorrente do metabolismo anaeróbio secundário pela má perfusão tecidual na sepse, sua avaliação deve ser realizada nos casos suspeitos, bem como nas primeiras horas após a ressuscitação inicial, em que a diminuição do lactato em 10%, ou valores inferiores a 2mmol/L, relacionam-se ao melhor prognóstico do pacientes séptico(1515 Brasil. Ministério da Saúde. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde. Anexo 3: Protocolo de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos [Internet]. Brasilia, DF: Ministério da Saúde; 2013[cited 2017 Apr 21]. 46p. Available from: http://www20.anvisa.gov.br/segurancadopaciente/index.php/publicacoes/item/seguranca-na-prescricao-uso-e-administracao-de-medicamentos
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,2323 Casserly B, Phillips GS, Schorr C, Dellinger RP, Townsend SR, Osborn TM, et al. Lactate measurements in sepsis-induced tissue hypoperfusion: results from the Surviving Sepsis Campaign database. Crit Care Med [Internet]. 2015 [cited 2016 Mar 10]; 43(3):567-73. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25479113
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2547...
-2424 Rochwerg B, Alhazzani W, Sindi A, Heels-Ansdell D, Thabane L, Fox-Robichaud A, et al. Fluid resuscitation in sepsis: a systematic review and network meta-analysis. Ann Intern Med [Internet]. 2014 [cited 2016 Mar 10]; 161(5):347-55. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25047428
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).

As culturas objetivam identificar o agente causador da sepse, para desescalonamento dos antimicrobianos, dentre elas, a hemocultura é altamente específico na detecção de infecção da corrente sanguínea (ICS), cujas fontes são variadas e principalmente decorrentes de dispositivos intravasculares (19%), trato geniturinário (17%) e trato respiratório (12%)(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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,2525 Araujo MRE. Hemocultura: recomendações de coleta, processamento e interpretação dos resultados. J Infect Control [Internet]. 2012 [cited 2016 Mar 10]; 1(1):08-19. Available from: www.jic.abih.net.br/index.php/jic/article/download/12/11
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).

Recomenda-se que a coleta de hemocultura, assim como de materiais de focos suspeitos de infecção (líquor, urina, fezes, secreções, abscessos e outros) seja feita, idealmente, antes do início da antibioticoterapia em pacientes com clínica sugestiva de infecção(2424 Rochwerg B, Alhazzani W, Sindi A, Heels-Ansdell D, Thabane L, Fox-Robichaud A, et al. Fluid resuscitation in sepsis: a systematic review and network meta-analysis. Ann Intern Med [Internet]. 2014 [cited 2016 Mar 10]; 161(5):347-55. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25047428
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), Em geral, realiza-se a coleta de duas a três amostras sequenciais (dois frascos por punção/amostra) em curto espaço de tempo, que permite o isolamento do agente bacteriano ou fúngico em mais de 95% dos eventos(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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,2626 Suberviola B, Márquez-López A, Castellanos-Ortega A, Fernández-Mazarrasa C, Santibáñez M, Martínez LM. Microbiological Diagnosis of Sepsis: Polymerase Chain Reaction System Versus Blood Cultures. Am J Crit Care [Internet]. 2016 [cited 2016 Mar 10]; 25(1):68-75. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26724297
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).

A análise laboratorial complementa o diagnóstico da disfunção orgânica, indicando-se a aplicação do escore SOFA na UTI(33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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). Além disso, fornece informações pertinentes às adequações no tratamento. A acidose láctica pode ser decorrente da hipoperfusão tecidual, da mesma maneira que a acidose hiperclorêmica pode ser secundária a excesso de reposição de fluidos ricos em cloreto(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). Hipoxemia, hipercapnia ou hipocapnia auxiliam a interpretação da fisiopatologia do distúrbio ventilatório ou perfusional(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). Quanto à análise hematológica, comumente tem-se na sepse, leucocitose ou leucopenia, com franca plaquetopenia associada ao pior prognóstico(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). A alteração do coagulograma pode culminar com a instalação da coagulação intravascular disseminada (CIVD) (1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). Níveis elevados de bilirrubina total e direta (>2X o valor de referência) são indicativos de lesão hepatocelular(33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). Já a disfunção renal, caracteriza-se por elevação nos níveis séricos creatinina (≥2mg/dl) associado à oligúria (≤0,5mL/Kg/h)(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,33 Singer M, Deutschman CS, Seymour CW, Shankar-Hari M, Annane D, Bauer M, et al. The third international consensus definitions for sepsis and septic Shock (Sepsis-3). JAMA [Internet]. 2016 [cited 2017 Apr 10]; 315(8):801-10. Available from: http://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2492881
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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).

O item antibioticoterapia foi modificado para focar-se nos cuidados do enfermeiro em sua administração. Na sepse, a administração de antibióticos de largo espectro, por via intravenosa, deve ser realizado após a coleta de culturas, na 1ª hora do diagnóstico, pois o retardo no tempo de administração da antibioticoterapia aumenta o risco de óbito(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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).

A reposição volêmica com cristaloides está indicada na presença de hipotensão ou hiperlactatemia (níveis de lactato duas vezes acima do valor de referência), nas primeiras três horas de atendimento ao paciente séptico, visando restabelecer fluxo sanguíneo adequado e oferta tecidual de oxigênio, o que pode ser mantido enquanto houver melhora hemodinâmica(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/f...
). Não há evidências na literatura da superioridade do colóide sintético ou natural, sobre o cristaloide(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). Quanto à albumina humana, esta foi excluída do protocolo, pois mesmo contribuindo para manutenção da volemia sem aumento do edema intersticial, não há recomendações para sua utilização rotineira nos casos de sepse e trauma(2727 Patel A, Laffan MA, Waheed U, Brett SJ. Randomised trials of human albumin for adults with sepsis: systematic review and meta-analysis with trial sequential analysis of all-cause mortality. BMJ [Internet]. 2014 [cited 2016 Mar 10]; 349(4561):1-28. Available from: www.bmj.com/content/349/bmj.g4850
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-2828 Perel P, Roberts I, Ker K. Colloids versus crystalloids for fluid resuscitation in critically ill patients. Cochrane Database Syst Rev [Internet]. 2013 [cited 2016 Mar 10]; 28(2):1-73. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23450531
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).

Já a finalidade da avaliação hemodinâmica, assim como da monitoração contínua da pressão arterial é mensurar a eficácia das manobras de ressuscitação inicial nas primeiras 6h de tratamento(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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).

Na sepse, o uso dos vasopressores reserva-se aos casos de hipotensão refratária à reposição volêmica(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). O fármaco de primeira escolha é a noradrenalina, sendo que a adição de vasopressina (até 0,03U/min) ou adrenalina a solução de noradrenalina, objetiva elevar a pressão arterial média. Além disso, a vasopressina está indicada para desmame da noradrenalina(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). Já a dopamina limita-se à pacientes selecionados, que possuam baixo risco de taquiarritmias e bradicardia relativa ou absoluta, devendo ser administradas via cateter central(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). O tratamento inotrópico, é utilizado na disfunção miocárdica, sendo a droga de escolha, a dobutamina(1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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). O levosimendam e a milrinona, são opções para aumento do débito cardíaco em situações específicas, todavia, pela baixa qualidade de evidências e número limitado de estudos, permanece a indicação do uso de dobutamina(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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).

Quanto ao controle do foco/fonte na sepse, busca-se a identificar os locais desencadeantes da infecção no intuito de se instituir medidas de controle específicas, implementadas após a ressuscitação inicial bem sucedida(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
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).

No que tange a importância do tratamento de suporte à sepse, houve consenso favorável entre os peritos nos itens abordados no protocolo. Em hemoterapia, enfatizaram-se condutas e cuidados de enfermagem na hemotransfusão segura de acordo com a Resolução COFEN-306/2006(1717 Conselho Federal de Enfermagem. Cofen. Resolução COFEN nº 306/2006: Normatiza atuação do enfermeiro em hemoterapia [Internet]. 2006[cited 2015 Jul 12]. Available from: http://site.portalcofen.gov.br/node/4341
http://site.portalcofen.gov.br/node/4341...
) e a Portaria Nº 158/2016(1818 Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 158, de 04 de fevereiro de 2016 (nº 25, Seção 1, pág. 37). Redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos [Internet]. Brasília (DF); 2016 [cited 2017 Apr 23]. Available from: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/abril/12/ PORTARIA-GM-MS-N158-2016.pdf
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). Embora não exista um nível ótimo de hemoglobina para pacientes sépticos, recomenda-se a administração de concentrado de hemácias em valores de hemoglobina inferior a 7 g/dl, na ausência de isquemia miocárdica, hipoxemia grave ou hemorragia aguda(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1414 Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse. ILAS. Sepse: um problema de saúde pública [Internet]. Brasília: CFM; 2016[cited 2017 Apr 21]. 90p. Available from: http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf
http://www.ilas.org.br/assets/arquivos/f...
). A administração de plasma fresco congelado para estes pacientes não deve ser realizada para corrigir coagulopatias sem sangramento ativo(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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). Já a transfusão profilática de plaquetas está indicada em valores inferiores a 10000/mm3 na ausência de sangramentos ou 20000/mm3 em pacientes com risco significativo de sangramentos(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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).

O item ventilação mecânica foi reagrupado junto ao suporte ventilatório, pois não necessariamente pacientes sépticos farão uso de ventilação mecânica invasiva. A identificação de sinais sugestivos de piora respiratória minimiza a ocorrência de lesão pulmonar aguda induzida por sepse, em que a ventilação mecânica protetora atua como estratégia de melhor prognóstico(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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). Recomenda-se ventilar o paciente com volume corrente de 6ml/Kg de peso predito, mantendo-se pressão de platô inferior a 30cmH2O com PEEP alto. Em pacientes com relação PaO2/FiO2<150, está indicado o uso da posição prona e inicio de bloqueadores neuromusculares por período inferior a 48h(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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). Nestes casos a atuação da equipe multidisciplinar deve focar-se na monitorização do paciente, para prevenir potenciais agravos e em minimizar os riscos de pneumonias associadas à ventilação mecânica (PAV), implementando, assim que estabilidade hemodinâmica, o protocolo de desmame da instituição(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,1616 Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde. Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde vol. 4[Internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2017[cited 2017 Apr 21]. 92p. Available from: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271855/Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/6b16dab3-6d0c-4399-9d84-141d2e81c809
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).

Com relação ao controle glicêmico, as metas de tratamento do paciente séptico buscam manter níveis de glicemia inferiores a 180mg/dL, evitando-se hipoglicemias e grandes oscilações de glicose que se relacionam ao aumento da mortalidade(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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,2929 Branco RG, Tasker RC, Garcia PCR, Piva JP, Xavier LD. Guidelines for the use of an insulin infusion for the management of hyperglycemia in critically ill patients. Crit Care Med [Internet]. 2012 [cited 2016 Mar 10]; 40(12):3251-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23164767
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). Os valores da glicemia capilar devem ser interpretados com cautela, não sendo precisos quanto aos valores séricos, desta forma, preconiza-se sua dosagem em sangue arterial se o paciente fizer uso de cateter para este fim. Há controvérsias na literatura sobre a eficácia do controle glicêmico em adultos, no entanto, muitas UTIs, unidades cirúrgicas e de queimados trazem feedbacks positivos deste acompanhamento(2929 Branco RG, Tasker RC, Garcia PCR, Piva JP, Xavier LD. Guidelines for the use of an insulin infusion for the management of hyperglycemia in critically ill patients. Crit Care Med [Internet]. 2012 [cited 2016 Mar 10]; 40(12):3251-76. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23164767
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2316...
).

Quanto à nutrição equilibrada, esta favorece menores índices de hipoglicemia, minimiza a deterioração do estado nutricional e complicações decorrentes do jejum absoluto(1919 Cohen J, Chin WD. Nutrition and sepsis. World Rev Nutr Diet [Internet]. 2013 [cited 2017 Apr 20]; 105:116-25. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23075593
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). Deve ser instituída de forma precoce na sepse e choque séptico, preferencialmente por via enteral, que se mostra mais fisiológica e segura, prevenindo a translocação bacteriana(2020 Batista RS, Gomes AP, Velasco CMMO, Araujo JNV, Vitorino RR, Rinco UGR, et al. Nutrição na sepse. Rev Bras Clin Med [Internet]. 2012 [cited 2017 Apr 20]; 10(5):420-6. Available from: http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n5/a3139.pdf
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). Já a nutrição parenteral de forma isolada ou em combinação com alimentação entérica deve ser evitado nos primeiros sete dias, por favorecer infecções e não reduzir a taxa de mortalidade(11 Rhodes A, Evans LE, Alhazzani W, Levy MM, Antonelli A, Ferrer R, et al. Surviving Sepsis Campaign: international guidelines for management of severe sepsis and septic shock, 2016. Intensive Care Med [Internet]. 2017 [cited 2017 Apr 10]; 43:304-77. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28101605
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).

No entanto, os itens profilaxia para trombose venosa profunda (TVP) e profilaxia para úlcera de estresse foram excluídos do protocolo após o tratamento estatístico. Conforme as considerações dos peritos essas ações não são diretamente relacionadas à sepse, sendo pertinente manter no protocolo apenas itens específicos à temática.

A utilização de protocolos fornece estrutura científica ao cuidado do paciente crítico, favorecendo a autonomia da equipe multidisciplinar e a atualização do conhecimento embasado por evidencias científicas(1313 Natalio MA, Faria CDCM, Teixeira-Salmela LF, Michaelsen SM. Content validation of a clinical assessment instrument for stair ascent and descent in individuals with hemiparesis. Braz J Phys Ther [Internet]. 2014 [cited 2016 Jun 10]; 18(4):353-63. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25054384
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,1919 Cohen J, Chin WD. Nutrition and sepsis. World Rev Nutr Diet [Internet]. 2013 [cited 2017 Apr 20]; 105:116-25. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23075593
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). Com o aumento da incidência da sepse, surge a necessidade de adoção de medidas eficientes, tanto em âmbito individual como coletivo, para que a equipe esteja capacitada a iniciar o tratamento de forma precoce, dinâmica e efetiva, minimizando a mortalidade associada. Cabe ressaltar que todos os itens com fortes evidências de validação no protocolo de assistência do enfermeiro ao paciente séptico deverão posteriormente ser submetidos a estudos de validação clínica, para constatar sua efetividade.

Limitações do estudo

As limitações do estudo foram decorrentes do universo amostral determinado pela escolha dos participantes via Plataforma Lattes, sendo que além da recusa de alguns sujeitos a participarem do estudo, outros não retornaram o instrumento na segunda fase, diminuindo assim a amostra por conveniência.

Contribuições para a área da Enfermagem, saúde ou política pública

Tendo em vista a sepse como um problema de saúde pública mundial, cujo tempo é um fator determinante ao pior prognóstico, este estudo poderá favorecer a implantação de protocolo assistencial padronizado ao cuidado a paciente séptico com consequentes intervenções precoces.

CONCLUSÃO

A partir da validação de conteúdo por avaliadores/juízes, construiu-se um protocolo com quinze itens referentes à assistência do enfermeiro ao paciente séptico em UTI, no intuito de nortear os profissionais de saúde a assistir estes pacientes em tempo hábil, de forma efetiva e com qualidade.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    May-Jun 2018

Histórico

  • Recebido
    09 Maio 2017
  • Aceito
    19 Jun 2017
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