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15º SENPE: espaço político e científico para debater "Enfermagem: conhecimento, cuidado e cidadania" no Rio de Janeiro

EDITORIAL

15º SENPE: espaço político e científico para debater "Enfermagem: conhecimento, cuidado e cidadania" no Rio de Janeiro

Ivone Evangelista Cabral

Diretora do CEPEn. ABEn. Coordenadora Nacional do 15º SENPE. Professora Associada EEAN/UFRJ. Pesquisadora CNPq

O Seminário Nacional de Pesquisa em Enfermagem (SENPE) foi criado em 1979, é realizado a cada dois anos, e já se encontra em sua 15ª. edição. Desde sua primeira edição, o SENPE tem se constituído em um espaço político de debate com vistas à formulação de políticas institucionais de cuidados fundamentadas em evidências científicas. Constitui-se também em um importante espaço de divulgação e disseminação do conhecimento produzido pela Enfermagem e pelos profissionais de saúde que realizam sua formação de pós-graduação nos Cursos de Mestrado e Doutorado de Enfermagem. Muitas das políticas e estratégias implementadas no campo da saúde foram traçadas a partir de resultados de pesquisa e encaminhamentos dos debates constituidos pelo SENPE.

A realização do 15º. SENPE na cidade do Rio de Janeiro revela o reconhecimento da Associação Brasileira de Enfermagem na potência do Estado como centro produtor de conhecimento científico de enfermagem no contexto nacional. O Estado possui quatro programas de Pós-Graduação em Enfermagem aprovados pela CAPES, sendo um curso de doutorado, quatro mestrados acadêmicos e um profissional; bem como, vários programas de outras áreas que recebem enfermeiros como discente.

Outro indicativo importante do papel social da pesquisa produzida pela Enfermagem do Estado do Rio de Janeiro é o número de diretório de grupos de pesquisa do CNPq. O Rio de Janeiro é responsável por 13,2% de todos os grupos de pesquisa, ocupando a segunda posição na distribuição nacional.

No que concerne aos estudantes de graduação em Enfermagem, dados de 2003, disponíveis no EDUDATABRASIL (Sistema de Estatísticas Educacionais), indicam que, das matrículas em Enfermagem, 14,5% estavam registrados em unidades de ensino superior do Rio de Janeiro. Novamente, o Estado ocupa a segunda posição no ranking da União com 13.158 matrículas em termos absolutos. Associado a isso, destaca-se o percentual de enfermeiros em atividade de pesquisa no Rio de Janeiro. Segundo dados da Pesquisa Assistência Médico-Sanitária, a contribuição do Estado no conjunto da Enfermagem Nacional corresponde a aproximadamente 14% (11.964) do percentual dos enfermeiros.

Com esse espírito empreendedor, os pesquisadores e pesquisadoras do Estado se mobilizam para criar as condições logísticas, dialógicas e epistemológicas promotoras do debate e da reflexão para a Enfermagem Brasileira, no período de 08 a 11 de junho de 2009, quando acolherá os profissionais de Enfermagem e de saúde em geral. Ao longo desses dias serão abordados temas relacionados à produção, divulgação, disseminação, consumo, transferência e tradução do conhecimento com vistas à formulação de políticas publicas de saúde resolutivas dos problemas de saúde que afetam a população brasileira usuária do SUS e da Estratégia de Saúde da Família.

Algumas premissas são fundamentais para a orientação das reflexões e debates. A Enfermagem como ciência do cuidado de conforto, promotor de segurança e bem-estar das pessoas e coletividade depende de um saber socialmente construído e cientificamente estruturado. Entretanto, não se pode perder de vista o caráter êmico e ético dessa construção. O caráter êmico, no que diz respeito aos saberes construídos social e culturalmente, baseia-se na experiência feita e nos significados que as pessoas atribuem à sua saúde e ao processo de adoecimento, como inerentes à vida. O caráter ético envolve a transformação da experiência empírica, e a leitura do mundo do outro e seu contexto, pelos rigores da ciência e pelos caminhos estruturantes das abordagens e métodos (quantitativa, qualitativa), em conhecimento científico. A ciência em sociedade e ciência para a sociedade implica que os resultados de pesquisas conferirem a uma disciplina o estatuto de ciência e ser consumidos, transferidos, traduzidos, para adquirir vida social e expressão cidadã.

Por conseguinte, os profissionais de Enfermagem, como produtores e consumidores de ciência aplicam os resultados da pesquisa em suas intervenções preventiva, de promoção da saúde, curativa e de reabilitação, com ênfase no bem-estar das pessoas. Assim, o conhecimento produzido pela Enfermagem é orgânico ao gerar diferentes políticas públicas de saúde, de cuidados em saúde, e de Enfermagem. Faz-se necessário criar condições promotoras de intercâmbio, formação de redes e parcerias, e difusão de resultados de pesquisa e, estes resultados devem retornar ao cidadão, como uma prática socioculturalmente construida. Há necessidade de viabilizar consensos sobre resultados de pesquisa que produzam impacto sobre a saúde da população.

A conjugação "Enfermagem: conhecimento, cuidado e cidadania" será o núcleo central do debate sobre produção, consumo, divulgação e tradução e transferência de conhecimento na vida social. Dentre os vários objetivos do SENPE, merecem destaque: o proporcionar a oportunidade para debater as interfaces conhecimento, cuidado e cidadania em benefício do ser humano e analisar o papel social da pesquisa em Enfermagem na produção e consumo de conhecimento nos campos social e da saúde e na formação de pesquisadores.

Detalhes adicionais estão disponíveis em: http://www.abenrio.com.br/senpe/

Sejam todos bem-vindos ao 15º. SENPE!

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    28 Abr 2009
  • Data do Fascículo
    Abr 2009
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