Organização técnica e funcional dos serviços de controle de infecção hospitalar existentes nos hospitais do município de Goiânia-Goiás

ARTIGOS

Organização técnica e funcional dos serviços de controle de infecção hospitalar existentes nos hospitais do município de Goiânia-Goiás^*

Milca Severino Pereira^I; Adélia Yaeko K. Nakatani^II; Adenícia Custódia S. Souza^III

^IDoutora em Enfermagem. Docente-Departamento de Enfermagem - Universidade Católica de Goiás e Faculdade de Enfermagem e Nutrição-FEN - Universidade Federal de Goiás (UFG.)

^IIMestre em Enfermagem - Docente, Faculdade de Enfermagem e Nutrição . Universidade Federal de Goiás.(UFG.)

^IIIEspecialista em Enfermagem - Docente, Faculdade de Enfermagem e Nutrição . Universidade Federal de Goiás.(UFG.)

RESUMO

Estudo sobre o controle de infecção hospitalar realizado em 49 hospitais das redes pública e privada, no município de Goiânia-Goiás, com o objetivo de investigar a existência de Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), suas condições extruturais e funcionais e fatores intervenientes no processo. Entrevistados 7 médicos e 48 enfermeiras das CCIH ou que chefiavam serviços de enfermagem. Apenas 34,7% hospitais afirmam possuir CCIH.Os dados revelam fragilidade estrutural e administrativa. Em 20,4% hospitais encontram-se profissionais em dedicação exclusiva; 32,6% fazem algum tipo de vigilância epidemiológica; 10,2% padronizam antimicrobianos; 16,3% conhecem seus índices; 28,5% realizam algum tipo de controle de qualidade de esterilização; 26,5% relataram ter normas para os procedimentos de risco, dentre outros. O diagnóstico revela a necessidade de maior empenho dos profissionais, dirigentes e proprietários dos hospitais, quanto à implantação de um sistema de controle de infecção hospitalar.

Unitermos:lnfecção Hospitalar

ABSTRACT

A study about hospital infection control process, carried out in 49 hospitals of the private and public network situated in the urban area of Goiânia-Goiás. The aims consist in identifying the hospitals which have Hospital Infection Control Commitees (HICC) examining the functional and strutural conditions of HICC, and analyzing the intervening factors in the process. The data were goten by means of interviews with 7 doctors and 48 nurses who work in HICC or are responsable for the leadership of nursing service. Only 34,7% hospitals said they had HICC. The data revealed administrative and structural frailties. 20,4% hospitals have professionals working full-time; 32,6% do some kind of epidemiologic surveillanc; 10,2% standardize antibiotics; 16,3% know their infection rates; 28,5%) carry out some kind of quality control in the sterilization; 26,5% sais they had principles for risk procedures, among others. The carried out research reveals the need of more engagement and awareness in the professionals, directors and owners of the hospitals in order to criate a hospital infection control system.

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Recebido para publicação em 15/1/93

ANEXO ROTEIRO PARA ENTREVISTA

1) Caracterização do Hospital:

1.1- Dados de identificação:

1.2- Neste hospital é feito um controle sistematizado de infecção hospitalar ?

1.3- O controle de IH é feito por uma comissão ? Data de criação: ______

1.4- Qual é o conceito de IH, adotado neste hospital ?

2) Comissão de Controle de IH:

2.1- Composição (categoria profissional e quantidade)

2.2-Funcionamento:

periodicidade das reuniões______

componentes em dedicação exclusiva (quantidade, categoria e carga horária).

3) Atividadesdesempenhadas pela CCIH:

3.1 - Coleta de dados: (descrever qual o tipo e método de vigilância adotados; quem realiza o registro dos dados; qual o instrumento (fichas...); que variáveis são observadas.

3.2- Quais são os critérios adotados para diagnosticar as IH? (Pistas; procedimentos de riscos; indicadores clínicos, laboratoriais...)

3.3- Quais são as informações sobre o paciente que interessam para a CCIH deste hospital, com vistas a diagnosticar a IH.?

3.4- Os antibióticos são padronizados? Descrever os critérios.

3.5- Os desinfetantes, esterilizantes são padronizados? Citar o nome comercial dos usados e critérios para compra.

3.6- É feito controle de qualidade do processo de esterilização (Descrever método, periodicidade e avaliação).

3.7- Os procedimentos de risco são normatizados? (Cateterismo venoso, vesical;...) - quais? Pontos principais.

3.8- É oferecido treinamento para a CCIH? (Periodicidade e tipo)

3.9- É oferecido treinamento para a equipe assistente? (Periodicidade, tipo e avaliação).

4) Operacionalização do controle de IH: 4.1- A CCIH tem sido atendida quanto às solicitações encaminhadas à direção do hospital, no que

diz respeito a: infra-estrutura (humana, material, técnica) poder de atuação e autonomia

4.2 - A CCIH enfrenta dificuldades para implementar medidas de controle de IH? Mencionar: na lavanderia; serviços de nutrição; central de material, centro cirúrgico, dentre outros.

4.3 - O hospital possui laboratório de bacteriologia próprio? Convênio? Onde os exames são feitos?

4.4 - Como são processados os dados sobre IH? (manual/micro-computador).

5) Informações epidemiológicas

(Obs.: - não serão usadas para comparação entre os hospitais participantes, sua finalidade é, exclusivamente, para identificar o alcance da investigação sobre IH).

5.1 - O índice de IH é conhecido? (Qual (is)).

geral______

portopografia______

por unidade de internação______

por agente etiológico (quais)______

5.2 - Identifica a prevalência?

5.3 - Identifica surto(s)?

6) Deseja acrescentar outras informações sobre o controle de IH?

• 1 - BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria no 196, de 24 de junho, 1983. Diário Oficial da União, Brasília, 28de junho, 1983.
• 2 - ______ Portaria n° 930, de 27 de agosto de 1992. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de setembro de 1992.
• 3 - CENTER FOR DISEASE CONTROL. A report from the National Nosocomial Infection Surveillance System (NNISS). Nosocomial Infection rates for interhospital comparison: limitations and posible solutions. Infect. Control. Hosp. Epidemiol.,v. 12, p.609-21, 1991.
• 4 - CHAVIGNY, K.H. e FISCHER, J. Competing risk factors associated with nosocomial infection in two university hospitals. J. Hosp. Infect., v.5, Supplement A, p.57- 62, 1984.
• 5 - GARNER, J.S. et al. CDC definitions for infections. Am. J. infection Control., v.16, n.3, p. 128-40, 1988.
• 6 - GRIECO, M.H. Antibiotic resistence. Med. Clin. N. Amer.v., 66, p. 25-31, 1982.
• 7 - HALEY,R.W. 7 GARNER,J.S. Infection surveillance and controlprograms. In: BENNETT, J.V. e BRACHMANN, P.S. - Hospital Infections. Boston/Toronto: Little,Brown and Co., 1986, p.39-50.
• 8 - HALEY, R.W. et al. The efficacy of infection surveillance and control programs in preventing nosocomial infections in U.S. hospitais. Am. J. Epidemiol., n.121, v.2,p.182-205, 1985.
• 9 - PEREIRA, M. S. Infecção hospitalar no Brasil -um enfoque sobre seu controle. Ribeirão Preto, 1987, 127 p. Dissertação (Mestrado). Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/USP, 1987.
• 10 - ______ Infecção hospitalar: estrutura básica de vigilância e controle. Ribeirão Preto, 1990, 208 p. Tese (Doutorado). USP/ Programa Interunidades Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto e Escola de Enfermagem da USP-SP, 1990.
• 11-STARLING, C.E.F. et al. Sistema de Vigilância Epidemiológica de Infecções hospitalares por Componentes. Metodologia NNISS aplicada a hospitais brasileiros. 2 ed., Belo Horizonte, 1992, 134 p. (Apostila).

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Trabalho apresentado como Tema Livre no 45° Congresso Brasileiro de Enfermagem. Olinda-Recife, 28 de novembro a 3 de dezembro de 1995.

Datas de Publicação

• Publicação nesta coleção
  23 Fev 2015
• Data do Fascículo
  Set 1994

Histórico

• Recebido
  15 Jan 1993