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Assistência à saúde de residentes LGBTI+ em Instituições de Longa Permanência para Idosos

RESUMO

Objetivos:

descrever e analisar a produção científica sobre a assistência à saúde da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersexuais (LGBTI+) e outras variações de gênero ou orientação sexual residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).

Métodos:

revisão de escopo, em que foram analisadas as bases de dados PubMed, Web of Science, Scopus e Biblioteca Virtual da Saúde e acrescentados estudos de outras fontes. Após avaliação de dois revisores independentes, foram selecionadas 19 publicações para compor a amostra.

Resultados:

os estudos foram agrupados em duas categorias.

Considerações finais:

as ILPI configuram-se como espaços pouco inclusivos, onde as demandas da população idosa LGBTI+ não são consideradas devido à cis-heteronormatividade vigentes nesses locais. O treinamento e a sensibilização dos profissionais de saúde quanto à temática LGBTI+ é uma ferramenta que pode tornar tais espaços mais inclusivos para essa população.

Descritores:
Minorias Sexuais e de Gênero; Instituição de Longa Permanência para Idosos; Assistência à Saúde; Enfermagem; Pessoal de Saúde

ABSTRACT

Objective:

to describe and analyze the scientific production on health care for Lesbians, Gays, Bisexuals, Transvestites, Transsexuals, Transgenders, Intersex (LGBTI+) and other variations of gender or sexual orientation living in Nursing Homes (NHs).

Methods:

a scoping review, in which PubMed, Web of Science, Scopus and Virtual Health Library databases were analyzed and studies from other sources were added. After assessment by two independent reviewers, 19 publications were selected to compose the sample.

Results:

the studies were grouped into two categories.

Final considerations:

NHs are configured as spaces that are not very inclusive, where LGBTI+ elders’ demands are not considered due to the cis-heteronormativity in force in these places. Training and awareness of health professionals on the LGBTI+ theme is a tool that can make such spaces more inclusive for this population.

Descriptors:
Sexual and Gender Minorities; Homes for the Aged; Delivery of Health Care; Nursing; Health Personnel

RESUMEN

Objetivos:

describir y analizar la producción científica sobre el cuidado de la salud de la población de Lesbianas, Gays, Bisexuales, Travestis, Transexuales, Transgénero, Intersexuales (LGBTI+) y otras variaciones de género u orientación sexual que residen en Hogares para Ancianos (HP).

Métodos:

revisión de alcance, en la que se analizaron las bases de datos de PubMed, Web of Science, Scopus y Biblioteca Virtual en Salud y estudios agregados de otras fuentes. Tras la evaluación de dos revisores independientes, se seleccionaron 19 publicaciones para componer la muestra.

Resultados:

los estudios se agruparon en dos categorías.

Consideraciones finales:

los HP son espacios poco inclusivos, donde no se consideran las demandas de la población LGBTI+ anciana debido a la cis-heteronormatividad vigente en estos lugares. La formación y sensibilización de los profesionales de la salud sobre la temática LGBTI+ es una herramienta que puede hacer que dichos espacios sean más inclusivos para esta población.

Descriptores:
Minorías Sexuales y de Género; Hogares para Ancianos; Prestación de Atención de Salud; Enfermería; Personal de Salud.

INTRODUÇÃO

A contemporaneidade evidencia uma conjuntura na qual ideologias internalizadas acerca da velhice e dos idosos apresentam resistência para modificações(1Araújo L, Sá ECN, Amaral EB. Corpo e velhice: um estudo das representações sociais entre homens idosos. Psicol Cienc Prof. 2011;31(3):468-81. doi: 10.1590/S1414-98932011000300004
https://doi.org/10.1590/S1414-9893201100...
). A velhice é costumeiramente caracterizada pela ótica da assexualidade e androginia, o corpo envelhecido é quase sempre visto como destituído de sexualidade e desejo(2Tarquino ML, Santos LV, Coutinho MIB, Cruz LHL, Brasil ML. Invisibilidade na assistência: um enfoque na atenção à saúde da população LGBT idosa. An CIEH [Internet]. 2015 [cited 2020 mar 29];2(1):1-4. Available from: http://www.editorarealize.com.br/revistas/cieh/trabalhos/TRABALHO_EV040_MD4_SA9_ID290_26072015175127.pdf
http://www.editorarealize.com.br/revista...
). Um dos dilemas está na fusão entre o sistema de sexo-gênero vigente na sociedade e as opressões que o permeiam, ou seja, os estereótipos sociais que essa população enfrenta pela sexualidade, orientação sexual e identidade de gênero(3Rubin G. Políticas do sexo. São Paulo: Ubu; 2017. 144 p.).

Observa-se, hoje, que a proporção de pessoas acima de 60 anos cresce mais rapidamente que a de outras faixas etárias(4Vasconcelos AMN, Gomes MMF. Demographic transition: the Brazilian experience. Epidemiol Serv Saúde. 2012;21:539-48. doi: 10.5123/S1679-49742012000400003
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). O World Population Prospects apontou que, em 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos(5United Nations. Department of Economic and Social Affairs Population Division. World Population Prospects 2019: Highlights [Internet]. 2019 [cited 2020 Jan 15]. 46 p. Available from: https://population.un.org/wpp/Publications/Files/WPP2019_Highlights.pdf
https://population.un.org/wpp/Publicatio...
). Com isso, surge uma série de novos desafios para o país quando o assunto é o envelhecimento, o que torna esse tema cada vez mais recorrente nos debates sobre políticas públicas de saúde e seguridade social(6Villar F, Fabà J, Serrat R, Celdrán M. Personas mayores LGBT que viven en instituciones de cuidado: desafíos y barreras para el mantenimiento de derechos sexuales. Psi Unisc. 2018;2(2):7-18. doi: 10.17058/psiunisc.v2i2.12088
https://doi.org/10.17058/psiunisc.v2i2.1...
).

É importante destacar que, apesar da ausência de dados censitários precisos para indivíduos LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexuais) e outras identidades de gênero, a transição demográfica também ocorre na geração de pessoas idosas que se reconhecem como tal. Contudo, essa população requer mais atenção do Estado para redução de iniquidades e disparidades em saúde, por sofrerem dupla discriminação - pela idade e sexualidade - e apresentarem maus resultados em saúde, menos chances de recorrer a serviços médicos, taxas mais altas de depressão, incapacidade física e barreiras financeiras aos cuidados de saúde(7Crenitte MRF, Miguel DF, Jacob Filho W. An approach to the peculiarities of lesbian, gay, bisexual, and transgender aging. Geriat Geront Aging. 2019;13(1):50-6. doi: 10.5327/Z2447-211520191800057
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-9Fredriksen-Goldsen KI, Kim HJ, Barkan SE, Muraco A, Hoy-Ellis CP. Health disparities among lesbian, gay, and bisexual older adults: results from a population-based study. Am J Public Health. 2013;103(10):1802-9. doi: 10.2105/AJPH.2012.301110
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).

Nesse cenário de indispensabilidade de acolhimento nas redes de apoio formais necessárias à velhice, sendo a moradia atrelada aos cuidados em saúde um fator de proteção aos idosos(10Fernandes NM. A qualidade de vida em idosos institucionalizados [Dissertação]. Instituto Politécnico de Beja; Beja. 2013.), surgem as Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Apesar de não serem estabelecimentos recentes, sua abordagem vem sendo ressignificada e aprimorada frente às atuais demandas do envelhecimento populacional. São caracterizados como domicílios coletivos de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar, em condição de liberdade, dignidade e cidadania(11Ministério da Saúde (BR). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada n. 283 de 26 de setembro de 2005 [Internet]. DOU nº 186, de 27 de setembro de 2005[cited 2020 Jan 15]. Available from: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2718376/RDC_283_2005_COMP.pdf
http://portal.anvisa.gov.br/documents/10...
).

Considerando esse processo de institucionalização de idosos, a prestação de serviços nesses espaços deve contemplar as necessidades de pessoas idosas LGBTI+, dentre elas o respeito à sua orientação sexual e identidade de gênero(12Sharek DB, McCann E, Sheerin F, Glacken M, Higgins A. Older LGBT people's experiences and concerns with healthcare professionals and services in Ireland. Int J Older People Nurs. 2015;10(3):230-40. doi: 10.1111/opn.12078
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). Estudos apontam que aproximadamente um quinto das pessoas idosas LGBTI+ não divulga sua orientação sexual ou identidade de gênero aos profissionais de saúde por receio de não receberem cuidados apropriados(13Fredriksen-Goldsen KI, Kim HJ, Emlet CA, Muraco A, Erosheva EA, Hoy-Ellis CP. The aging and health report: disparities and resilience among lesbian, gay, bisexual, and transgender older adults. 2011. doi: 10.1037/e561402013-001
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). A literatura aponta um déficit na produção de estudos sobre pessoas idosas LGBTI+, inclusive nas ciências da saúde(14Cloyes KG. The silence of our science: nursing research on LGBT older adult health. Res Gerontol Nurs. 2016;9(2):92-104. doi: 10.3928/19404921-20151218-02
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). Assim, conhecer a produção científica sobre a assistência à saúde de pessoas idosas LGBTI+ residentes em ILPI pode contribuir para reestruturação desse tipo de serviço, subsidiar a criação de políticas públicas e estratégias de formação dos profissionais de saúde, ampliando o sentido de dignidade e inclusão social dessa população. Além de sua relevância social, este estudo pode fundamentar a realização de outras pesquisas e favorecer o desenvolvimento dessa temática no meio acadêmico.

OBJETIVO

Descrever e analisar a produção científica sobre a assistência à saúde da população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersexuais (LGBTI+) e outras variações de gênero ou orientação sexual residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI).

MÉTODOS

Identificação da pergunta de pesquisa e critérios de inclusão

Trata-se de uma revisão de escopo da literatura(15Arksey H, O'Malley L. Scoping studies: towards a methodological framework. Int J Soc Res Methodol. 2005;8(1):19-32. doi: 10.1080/1364557032000119616
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) que utilizou a estratégia PCC para elaborar a pergunta de pesquisa: como se dá a assistência à saúde de pessoas idosas LGBTI+ residentes em ILPI? “P” correspondeu à população (pessoas idosas LGBTI+), “C”, ao conceito que se pretendia investigar (a assistência à saúde) e “C”, ao contexto das ILPI.

Foram incluídos estudos cuja população era composta por idosos residentes em ILPI, e foram excluídos aqueles realizados em locais onde não era oferecida assistência à saúde. Esta revisão incluiu estudos primários, estudos de revisão, teses e dissertações e documentos técnicos que se adequassem aos critérios de seleção. Textos editoriais e capítulos de livros não foram incluídos. Não houve limite temporal para a busca, e foram inseridos estudos nos idiomas português, inglês e espanhol.

Identificação de estudos relevantes

A pesquisa nas bases de dados foi realizada entre setembro de 2019 e março de 2020 por dois revisores independentes, autores deste estudo, incluindo publicações das bases Biblioteca Virtual da Saúde, PubMed, Scopus e Web of Science. A escolha dessas bases ocorreu no intuito de abranger publicações nacionais e internacionais que versassem sobre a temática nos diferentes níveis de atenção à saúde. Os descritores nacionais foram selecionados na plataforma Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), e os internacionais, pelo método de pesquisa Medical Subject Headings (MeSH) da plataforma PubMed. Também foram utilizadas palavras-chave elaboradas pelos autores. “LGBT” e “ILPI” foram os descritores em português utilizados, bem como seus correspondentes na língua inglesa “Sexual and Gender Minorities”, “Homes for the Aged”, “Nursing Homes” e “Long Term Care”. Em ambos os idiomas, esses termos foram combinados com o operador booleano AND. A estratégia de busca adotada em cada base de dados, os descritores e o número de publicações encontradas estão descritos no Quadro 1.

Quadro 1
Bases de dados, estratégias de busca e publicações encontradas, São Paulo, São Paulo, Brasil, 2020

Seleção de estudos para revisão

Por meio dessa estratégia de busca, foram identificadas 125 publicações. Além desses, três estudos foram obtidos em outras fontes por meio da busca nas referências dos estudos pesquisados e foram incluídos na revisão. Após a exclusão de 76 artigos duplicados e 10 publicações que não atendiam aos critérios de inclusão pela leitura do título, 42 estudos foram selecionados para leitura do resumo, dos quais cinco foram excluídos por não cumprirem os critérios de inclusão. Por fim, realizou-se a leitura na íntegra dos 37 estudos restantes. Desses, 18 foram descartados e 19 foram incluídos na revisão, como demonstra o fluxograma PRISMA (Figura 1) a seguir.

Figura 1
Fluxograma PRISMA de seleção de estudo e processo de inclusão

Fonte: Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG, The PRISMA Group (2009). Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoS Med 6(6): e1000097. Doi:10.1371/jornal.pmed1000097.


RESULTADOS

Características dos estudos

Os estudos incluídos na revisão foram, em sua maioria (n=16), publicados nos últimos cinco anos, indicando que a preocupação com temáticas inclusivas para a população LGBTI+ é um fenômeno recente. A maioria das publicações foram originárias dos Estados Unidos da América (EUA) (n=9), seguidos pelo Reino Unido (n=5), Canadá (n=4) e Espanha (n=1). Quanto ao método adotado nas investigações, majoritariamente foram adotadas abordagens qualitativas (n=11) que tiveram como participantes pessoas idosas LGBTI+, trabalhadores das ILPI (gerentes, profissionais da saúde) e membros da sociedade civil ativistas LGBTI+ e em direitos humanos (Quadro 2).

Quadro 2
Caracterização das publicações quanto autor, ano, país, objetivo, método, participantes e resultados, São Paulo, São Paulo, Brasil, 2020

Insegurança e preconceito na assistência à saúde de pessoas idosas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersexuais nas Instituições de Longa Permanência para Idosos

Nesta categoria, foram incluídos estudos que analisam as características das ILPI e a percepção de pessoas idosas LGBTI+ sobre aspectos relacionados à assistência inclusiva, pontos fundamentais para a identificação de fragilidades, o planejamento e a execução de ações que transformem a realidade nessas instituições. Esses indivíduos se mostram mais preocupados com as opções de cuidados de saúde a longo prazo. As pessoas idosas LGBTI+ podem perder capital social por meio de ações associadas à moradia no envelhecimento, mas também podem desenvolvê-la e ampliá-la, embora importantes desigualdades devam ser consideradas(29King A, Cronin A. Bonds, bridges and ties: applying social capital theory to LGBT people’s housing concerns later in life. Qual Ageing. 2016;17(1):16-25. doi: 10.1108/QAOA-05-2015-0023
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). As instalações em funcionamento possuem pouca ou nenhuma informação disponível com relação à inclusão e atendimento comprometido para idosos de minorias sexuais e de gênero(30Benoit ID, Kordrostami E, Foreman J. Senior sexual and gender minorities’ perception of healthcare services: A phenomenological approach. Int J Healthc Manag. 2020. doi: 10.1080/20479700.2020.1724437
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).

As ILPI são consideradas ambientes inseguros pelos residentes, com a capacidade de elevar o potencial para o isolamento social, diminuir sua independência e capacidade de tomada de decisões e aumentar sua vulnerabilidade a crenças e percepções negativas relacionadas à sua identidade LGBTI+(24Kortes-Miller K, Boulé J, Wilson K, Stinchcombe A. Dying in long-term care: perspectives from sexual and gender minority older adults about their fears and hopes for end of life. J Soc Work End Life Palliat Care. 2018;14(2-3):209-24. doi: 10.1080/15524256.2018.1487364
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). Foram encontrados diversos eventos estressores às pessoas idosas LGBTI+ nas ILPI, tais como medo de encontrar preconceitos e receber cuidados precários com base na orientação sexual, identidade e expressão de gênero, estresse antecipatório relacionado à ocultação de suas identidades e ideação suicida associada(16Furlotte C, Gladstone JW, Cosby RF, Fitzgerald KA. “Could We Hold Hands?” older lesbian and gay couples' perceptions of long-term care homes and home care. Can J Aging. 2016;35(4):432-46. doi: 10.1017/S0714980816000489
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,20Putney JM, Keary S, Hebert N, Krinsky L, Halmo R. “Fear Runs Deep:” The anticipated needs of LGBT older adults in long-term care. J Gerontol Soc Work. 2018;61(8):887-907. doi: 10.1080/01634372.2018.1508109
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,24Kortes-Miller K, Boulé J, Wilson K, Stinchcombe A. Dying in long-term care: perspectives from sexual and gender minority older adults about their fears and hopes for end of life. J Soc Work End Life Palliat Care. 2018;14(2-3):209-24. doi: 10.1080/15524256.2018.1487364
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).

Um estudo apontou que, apesar de alguns residentes nunca terem sofrido preconceito, a possibilidade de tal atitude acontecer já é o suficiente para reproduzir inseguranças e medos. Ser LGBTI+ em uma instalação de cuidado prolongado requer apoio da comunidade, dos moradores e da gestão da própria instalação(31Green M. The experience of living in long-term care for LGBT individuals: perspectives from residents and stakeholders [Internet]. Mount Saint Vincent University. 2016 [cited 2020 Mar 18]. Available from: http://140.230.24.101:8080/xmlui/bitstream/handle/10587/1750/MaureenGreenMAFSGNThesis2016.pdf
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).

Alguns trabalhos citaram narrativas de LGBTfobia cometida por profissionais de saúde e por outras/outros residentes da ILPI. Essas infrações compreenderam a negação do nome social, deslegitimação da união estável, separação do casal no momento em que ambos(as) passam a residir na mesma ILPI, onde as(os) profissionais de saúde colocam cada parceira(o) em um quarto diferente, proibindo demonstração de afetos, proibindo banho com outros/outras residentes do mesmo gênero e desconsiderando a opinião do parceiro(a) na tomada de decisões sobre o tratamento. Dentre as infrações mais graves, ressalta-se a inexistência de compreensão da identidade de gênero quando coexiste a perda de autonomia decorrente de alterações neurológicas associado ao aumento do grau de dependência nas atividades da vida diária(24Kortes-Miller K, Boulé J, Wilson K, Stinchcombe A. Dying in long-term care: perspectives from sexual and gender minority older adults about their fears and hopes for end of life. J Soc Work End Life Palliat Care. 2018;14(2-3):209-24. doi: 10.1080/15524256.2018.1487364
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,30Benoit ID, Kordrostami E, Foreman J. Senior sexual and gender minorities’ perception of healthcare services: A phenomenological approach. Int J Healthc Manag. 2020. doi: 10.1080/20479700.2020.1724437
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). É nesse momento que indivíduos que se identificam com o gênero oposto ao gênero designado ao nascimento passam a ser vestidos e tratados pela regra cis-heteronormativa.

Ser visível em ambientes residenciais compartilhados não é, por si só, uma estratégia suficiente para mudar visões e atitudes individuais e promover ambientes de atendimento mais inclusivos(27Willis P. Queer, visible, present: the visibility of older LGB adults in long-term care environments. Hous. Care Support. 2017;20(3):110-20. doi: 10.1108/HCS-04-2017-0007
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). Os idosos revelaram que preferiam viver e ser cuidados em instalações que incluíssem pessoas de todas as raças, etnias, sexos e sexualidades(20Putney JM, Keary S, Hebert N, Krinsky L, Halmo R. “Fear Runs Deep:” The anticipated needs of LGBT older adults in long-term care. J Gerontol Soc Work. 2018;61(8):887-907. doi: 10.1080/01634372.2018.1508109
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). Há uma necessidade urgente de pesquisas que examinem a experiência de pessoas idosas LGBTI+ que receberam ou estão atualmente recebendo cuidados em ILPIs(23Caceres BA, Travers J, Primiano JE, Luscombe RE, Dorsen C. Provider and LGBT individuals' perspectives on LGBT issues in long-term care: a systematic review. Gerontol. 2019;60(3):e169-e83. doi: 10.1093/geront/gnz012
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).

A formação profissional para uma assistência digna e inclusiva para pessoas idosas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Intersexuais

Nesta categoria, foram incluídos estudos que investigaram estratégias voltadas para a formação dos profissionais que atuam em ILPI, a fim de promover a sensibilização e abordagem da população LGBTI+ de forma inclusiva e sem julgamentos. Apesar de as instituições se afirmarem como inclusivas, pouco se sabe sobre as estratégias utilizadas para tanto(18Sussman T, Brotman S, MacIntosh H, Chamberland L, MacDonnell J, Daley A, et al. Supporting lesbian, gay, bisexual, & transgender inclusivity in long-term care homes: a Canadian perspective. Can J Aging. 2018;37(2):121-32. doi: 10.1017/S0714980818000077
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), o que corrobora a importância da apresentação desses achados.

Uma revisão sistemática apontou a necessidade de promover mudanças nas atitudes dos profissionais de ILPI em relação à sexualidade(32Mansilla CF, Rodríguez-Martín B. Professionals’ view of sexuality in institutionalized older people: a qualitative thematic synthesis. Gerokomos [Internet]. 2019 [cited 2020 mar 30];30(4):176-180. Available from: http://scielo.isciii.es/pdf/geroko/v30n4/1134-928X-geroko-30-04-176.pdf
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). Uma estratégia adotada para superar esse problema pode ser a personalização do atendimento para garantir o respeito à diversidade e permitir que os indivíduos se sintam- capazes de discutir suas necessidades de apoio com a equipe, independentemente da orientação sexual e identidade de gênero(19Hafford-Letchfield T, Simpson P, Willis PB, Almack K. Developing inclusive residential care for older lesbian, gay, bisexual and trans (LGBT) people: an evaluation of the Care Home Challenge action research project. Health Soc Care Community. 2018;26(2):312-20. doi: 10.1111/hsc.12521
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).

Além disso, a falta de treinamento é condizente com a falta de familiaridade dos profissionais com problemas e tratamentos de saúde relacionados à população LGBTI+(25Smith RW, Altman JK, Meeks S, Hinrichs KL. Mental health care for LGBT older adults in long-term care settings: competency, training, and barriers for mental health providers. Clin Gerontol. 2018;42(2):198-203. doi: 10.1080/07317115.2018.1485197
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). Um estudo que realizou grupos focais com profissionais de ILPI destacou que a equipe buscava meios para saber como ser sensível aos residentes LGBTI+. No entanto, demonstraram tensão entre querer fornecer um padrão equânime de assistência a todos os residentes e temer que mostrassem favoritismo ou tratamento especial, sendo considerados não profissionais(26Donaldson WV, Vacha-Haase T. Exploring staff clinical knowledge and practice with LGBT residents in long-term care: a grounded theory of cultural competency and training needs. Clin Gerontol. 2016;39(5):389-409. doi: 10.1080/07317115.2016.1182956
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). A falta de educação sexual e conscientização profissional reflete a necessidade de treinar os profissionais para entender as necessidades sexuais dos residentes e resolver efetivamente conflitos ou situações difíceis(32Mansilla CF, Rodríguez-Martín B. Professionals’ view of sexuality in institutionalized older people: a qualitative thematic synthesis. Gerokomos [Internet]. 2019 [cited 2020 mar 30];30(4):176-180. Available from: http://scielo.isciii.es/pdf/geroko/v30n4/1134-928X-geroko-30-04-176.pdf
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).

Quando se analisa as estratégias voltadas para a educação em saúde dos profissionais, um dos artigos traz o estudo sobre o currículo de competência cultural Health Education About LGBT Elders (HEALE), criado e formalizado pelo Centro de Saúde Howard Brown, localizado nos EUA. O currículo educacional HEALE elenca o desenvolvimento profissional para provedores de assistência médica e membros da equipe de assistência que estejam interessados em aumentar sua capacidade de atender pacientes LGBTI+. Os relatos apresentados no estudo, realizado a partir da capacitação de 848 participantes enfermeiros, trabalhadores de ILPIs, demonstraram a efetividade do curso em informar, conscientizar, capacitar e promover mudanças relacionadas à assistência de saúde prestada às pessoas idosas LGBTI+, pois estabelecem um padrão de práticas em gerenciamento de enfermagem para aumentar a confiança dos enfermeiros para fornecer cuidados específicos a essa população(21Hardacker CT, Rubinstein B, Hotton A, Houlberg M. Adding silver to the rainbow: the development of the nurses' health education about LGBT elders (HEALE) cultural competency curriculum. J Nurs Manag. 2014;22(2):257-66. doi: 10.1111/jonm.12125
https://doi.org/10.1111/jonm.12125...
).

Estudos apontaram para a negação da presença de pessoas LGBTI+ e a heteronormatividade impositiva nas ILPI. Um estudo com profissionais de ILPI evidenciou que a equipe assume que os clientes idosos são heterossexuais e não transgêneros, e reagem de maneira discriminatória(28Jihanian LJ. specifying long-term care provider responsiveness to LGBT older adults. J. Gay Lesbian Soc Serv. 2013;25(2):210-31. doi: 10.1080/10538720.2013.782834
https://doi.org/10.1080/10538720.2013.78...
). Os profissionais envolvidos nos cuidados de longa permanência para idosos precisam estar cientes do legado histórico de discriminação em relação às pessoas LGBTI+ e como isso pode impactar o acesso aos serviços de saúde e à assistência social ou em ambientes residenciais(34Willis P, Raithby M, Maegusuku-Hewett T, Miles P. ‘Everyday Advocates’ for inclusive care? perspectives on enhancing the provision of long-term care services for older lesbian, gay and bisexual adults in Wales. Br J Soc Work. 2016;47(2):409-426. doi: 10.1093/bjsw/bcv143
https://doi.org/10.1093/bjsw/bcv143...
). Entrevistas com funcionários e gerentes de ILPI apontaram para a defasagem no conhecimento de especificidades de cuidados com pessoas idosas LGBTI+, uma vez que reforçaram o discurso do “tratamento igual para todos” e a crença de que os idosos deveriam expor suas sexualidades para que a presunção heterossexual desaparecesse(33Willis P, Maegusuku-Hewett T, Raithby M, Miles P. Swimming upstream: the provision of inclusive care to older lesbian, gay and bisexual (LGB) adults in residential and nursing environments in Wales. Ageing Soc. 2014;36(2):282-306. doi: 10.1017/S0144686X14001147
https://doi.org/10.1017/S0144686X1400114...
).

Observou-se, ainda, que um objetivo principal da educação e treinamento era enfatizar a importância fundamental de que todos os funcionários LGBTI+ e usuários do serviço recebessem o mesmo tratamento digno e respeitosos oferecido aos heterossexuais. Além disso, um exemplo de como obter esse resultado é a adoção de um logotipo ou até mesmo a exibição de cartazes e bandeiras LGBTI+ no local, indicando que a equipe conhece bem as preocupações de clientes lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros(18Sussman T, Brotman S, MacIntosh H, Chamberland L, MacDonnell J, Daley A, et al. Supporting lesbian, gay, bisexual, & transgender inclusivity in long-term care homes: a Canadian perspective. Can J Aging. 2018;37(2):121-32. doi: 10.1017/S0714980818000077
https://doi.org/10.1017/S071498081800007...
).

A coprodução entre academia e comunidade promoveu discussão sobre políticas públicas, maneiras de cuidado e crescimento da visibilidade, pois leva em consideração as experiências vividas por membros da comunidade LGBTI+(17Willis P, Almack K, Hafford-Letchfield T, Simpson P, Billings B, Mall N. Turning the co-production corner: methodological reflections from an action research project to promote LGBT inclusion in care homes for older people. Int J Environ Res Public Health. 2018;15(4). doi: 10.3390/ijerph15040695
https://doi.org/10.3390/ijerph15040695...
,23Caceres BA, Travers J, Primiano JE, Luscombe RE, Dorsen C. Provider and LGBT individuals' perspectives on LGBT issues in long-term care: a systematic review. Gerontol. 2019;60(3):e169-e83. doi: 10.1093/geront/gnz012
https://doi.org/10.1093/geront/gnz012...
). Também foi apontada a necessidade da disseminação de conhecimentos sobre as especificidades e particularidades de cuidados relacionadas à assistência a indivíduos LGBTI+ em ambientes de saúde e institucionalizados(21Hardacker CT, Rubinstein B, Hotton A, Houlberg M. Adding silver to the rainbow: the development of the nurses' health education about LGBT elders (HEALE) cultural competency curriculum. J Nurs Manag. 2014;22(2):257-66. doi: 10.1111/jonm.12125
https://doi.org/10.1111/jonm.12125...
).

DISCUSSÃO

O campo da saúde tende a seguir uma única direção, a da cis-heteronormatividade de caráter compulsório. As suposições, julgamentos e preconceitos transparecidos pelos profissionais e instituições de saúde presumem que todos os pacientes atendidos no sistema de saúde se configuram como sujeitos heterossexuais e cisgêneros(35Nogueira FJdS, Aragão TAP. Brazilian policy of lgbt integral health: what actually happens from the point of view of agents and health professionals. Saude Pesqui. 2019;12(3):463-70. doi: 10.17765/2176-9206.2019v12n3p463-470
https://doi.org/10.17765/2176-9206.2019v...
-36Simpson P, Horne M, Brown LJ, Wilson CB, Dickinson T, Torkington K. Old(er) care home residents and sexual/intimate citizenship. Ageing Soc. 2017;37(2):243-265. doi: 10.1017/s0144686x15001105
https://doi.org/10.1017/s0144686x1500110...
), ou, ainda, que sejam desprovidos de sexualidade(37Bauer M, Haesler E, Fetherstonhaugh D. Let’s talk about sex: older people’s views on the recognition of sexuality and sexual health in the health-care setting. Health Expect. 2016;19(6):1237-50. doi: 10.1111/hex.12418
https://doi.org/10.1111/hex.12418...
-38Robinson P. Ageing fears and concerns of gay men aged 60 and over: quality in ageing & older adults. 2016;17(1):6-15. doi: 10.1108/QAOA-04-2015-0015
https://doi.org/10.1108/QAOA-04-2015-001...
). No entanto, os profissionais de saúde e prestadores de serviços começam a encontrar uma geração de cidadãos(ãs) LGBTI+ idosos(as) engajados(as) politicamente, que vivem abertamente e cujos estilos de vida e necessidades até agora não foram devidamente incluídos em políticas sociais.

Os artigos inseridos nesta revisão, bem como estudos provenientes da Austrália(38Robinson P. Ageing fears and concerns of gay men aged 60 and over: quality in ageing & older adults. 2016;17(1):6-15. doi: 10.1108/QAOA-04-2015-0015
https://doi.org/10.1108/QAOA-04-2015-001...
), Bélgica(39Mahieu L, Gastmans C. Older residents' perspectives on aged sexuality in institutionalized elderly care: a systematic literature review. Int J Nurs Stud. 2015;52(12):1891-905. doi: 10.1016/j.ijnurstu.2015.07.007
https://doi.org/10.1016/j.ijnurstu.2015....
), Espanha(40Villar F, Serrat R, Fabà J, Celdrán M. Staff reactions toward lesbian, gay, or bisexual (LGB) people living in residential aged care facilities (RACFs) who actively disclose their sexual orientation. J Homosex. 2015;62(8):1126-43. doi: 10.1080/00918369.2015.1021637
https://doi.org/10.1080/00918369.2015.10...
) e do Reino Unido(41Westwood S. 'We see it as being heterosexualised, being put into a care home': gender, sexuality and housing/care preferences among older LGB individuals in the UK. Health Soc Care Commun. 2016;24(6):E155-E163. doi: 10.1111/hsc.12265
https://doi.org/10.1111/hsc.12265...
), apontaram para o preconceito relacionado à orientação sexual e identidade de gênero nas ILPI, o que gera um sentimento de medo e preocupação nas pessoas idosas LGBTI+. Uma prática rotineira que transparece nos ambientes de saúde, inclusive em ILPI, é a obrigatoriedade que os(as) idosos(as) encontram em “voltar para o armário”, ocultando sua identidade de gênero e orientação sexual(24Kortes-Miller K, Boulé J, Wilson K, Stinchcombe A. Dying in long-term care: perspectives from sexual and gender minority older adults about their fears and hopes for end of life. J Soc Work End Life Palliat Care. 2018;14(2-3):209-24. doi: 10.1080/15524256.2018.1487364
https://doi.org/10.1080/15524256.2018.14...
,38Robinson P. Ageing fears and concerns of gay men aged 60 and over: quality in ageing & older adults. 2016;17(1):6-15. doi: 10.1108/QAOA-04-2015-0015
https://doi.org/10.1108/QAOA-04-2015-001...
,41Westwood S. 'We see it as being heterosexualised, being put into a care home': gender, sexuality and housing/care preferences among older LGB individuals in the UK. Health Soc Care Commun. 2016;24(6):E155-E163. doi: 10.1111/hsc.12265
https://doi.org/10.1111/hsc.12265...
-42Stein GL, Beckerman NL, Sherman PA. Lesbian and gay elders and long-term care: identifying the unique psychosocial perspectives and challenges. J Gerontol Soc Work. 2010;53(5):421-35. doi: 10.1080/01634372.2010.496478
https://doi.org/10.1080/01634372.2010.49...
). Isso repercute negativamente na qualidade de atendimento dos cuidados prestados, uma vez que a negação da identidade leva a problemas de saúde mental visíveis na população assistida. Depressão, ideação suicida, ansiedade e isolamento social são exemplos de transtornos mentais desenvolvidos como consequência da ocultação de orientação sexual e identidade de gênero em pessoas idosas institucionalizados(13Fredriksen-Goldsen KI, Kim HJ, Emlet CA, Muraco A, Erosheva EA, Hoy-Ellis CP. The aging and health report: disparities and resilience among lesbian, gay, bisexual, and transgender older adults. 2011. doi: 10.1037/e561402013-001
https://doi.org/10.1037/e561402013-001...
,43Cottrell DB. Considering the Needs of Older Sexual and Gender Minority People. J Nurse Pract. 2019;16(2):146-50. doi: 10.1016/j.nurpra.2019.11.013
https://doi.org/10.1016/j.nurpra.2019.11...
).

A ambivalência no julgamento de valores de pessoas idosas residentes de ILPI sobre a linha tênue de assumir ou não sua identidade de gênero e orientação sexual reflete nitidamente nos obstáculos que essa população enfrenta durante o envelhecimento e em suas velhices. Ainda que nesses locais haja a possibilidade de envelhecer junto com outras pessoas LGBTI+, compartilhando experiências e constituindo uma rede de apoio(44Kottorp A, Johansson K, Aase P, Rosenberg L. Housing for ageing LGBTQ people in Sweden: a descriptive study of needs, preferences, and concerns. Scand J Occup Ther. 2016;23(5):337-46. doi: 10.3109/11038128.2015.1115547
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), faz-se necessária a modificação dos modelos de abordagem institucionalizados na saúde, assim como o treinamento e as discussões sobre as especificidades de cuidado cruciais ao atendimento, prevenindo, assim, o aumento no índice de LGBTfobia cometida em ILPI.

Nesse cenário, estudos apontam o dilema entre criar ILPI específicas para pessoas LGBTI+ a fim de prevenir a LGBTfobia, mas com o risco de levar à segregação e acentuar a estigmatização desses idosos. O ideal seria investir em locais onde todos sejam livres para manifestar seus valores, independente da orientação sexual e identidade de gênero(44Kottorp A, Johansson K, Aase P, Rosenberg L. Housing for ageing LGBTQ people in Sweden: a descriptive study of needs, preferences, and concerns. Scand J Occup Ther. 2016;23(5):337-46. doi: 10.3109/11038128.2015.1115547
https://doi.org/10.3109/11038128.2015.11...
), o que ainda é uma tarefa desafiadora em muitos países. Outro ponto controverso é a contratação de pessoas LGBTI+ para atuar nesses locais, contando que sejam empáticas ao atender essa população(16Furlotte C, Gladstone JW, Cosby RF, Fitzgerald KA. “Could We Hold Hands?” older lesbian and gay couples' perceptions of long-term care homes and home care. Can J Aging. 2016;35(4):432-46. doi: 10.1017/S0714980816000489
https://doi.org/10.1017/S071498081600048...
,44Kottorp A, Johansson K, Aase P, Rosenberg L. Housing for ageing LGBTQ people in Sweden: a descriptive study of needs, preferences, and concerns. Scand J Occup Ther. 2016;23(5):337-46. doi: 10.3109/11038128.2015.1115547
https://doi.org/10.3109/11038128.2015.11...
). Sejam quais forem as características da ILPI, é fundamental a existência de políticas institucionais e ações concretas para o treinamento e desenvolvimento de profissionais(45Grigorovich A. The meaning of quality of care in home care settings: older lesbian and bisexual women's perspectives. Scand J Caring Sci. 2016;30(1):108-116. doi: 10.1111/scs.12228
https://doi.org/10.1111/scs.12228...
) aptos a atender idosos LGBTI+ com qualidade e respeito.

O Envelhecimento Ativo, marcado pela preservação da autonomia e independência, comungado pela Organização Mundial da Saúde em 2005(46Organização Mundial Da Saúde (OMS). Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde[Internet]. 2005 [cited 2020 Mar 24]. Available from: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/4478.pdf
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibl...
), não abrange os cidadãos em sua totalidade, pois ser uma pessoa idosa LGBTI+ significa enfrentar diversas barreiras no campo político, econômico, previdenciário e de assistência à saúde.  Além da discriminação pela fragilidade proveniente do próprio envelhecimento, essa população também enfrenta maiores dificuldades no atendimento à saúde, uma vez que esses ambientes de prestação de cuidados são marcados pelo panorama cis-heteronormativo(47Henning CE. Gerontologia LGBT: velhice, gênero, sexualidade e a constituição dos “idosos LGBT”. Horiz Antropol. 2017;23(47):283-323. doi: 10.1590/s0104-71832017000100010
https://doi.org/10.1590/s0104-7183201700...
).

Limitações do estudo

Este estudo teve como limitações o fato de analisar estudos nos idiomas português, inglês e espanhol, o que impossibilitou analisar estudos em outros idiomas, principalmente de países com vasta experiência com idosos institucionalizados, como estudos em alemão.

Contribuições para a área de enfermagem, saúde e políticas públicas

Os achados desta revisão permitem dar visibilidade a um tema que carece de melhor exploração por parte das políticas públicas de envelhecimento saudável e gestores de ILPI. Os resultados apontaram para uma grave problemática de direitos humanos, o que conclama o ativismo da comunidade LGBTI+ para que o tema seja pautado nas esferas deliberativas. Também traz um relevante conteúdo de formação em saúde, com a inclusão do tema no treinamento profissional da equipe de saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos desta revisão apontaram que as ILPI se configuram como espaços hostis, onde pessoas idosas podem regredir em sua autoafirmação de gênero e orientação sexual para que seus cuidados sejam adequados. A utilização da epígrafe “tratar todos como iguais” não faz jus à equidade de atendimento, por estar sistematizada na ótica heterosexista. Ressalta-se a carência de formação profissional na assistência à velhice LGBTI+ e a deficiência de conhecimentos dos administradores e gerentes de lares de cuidados frente às necessidades e demandas de saúde da população idosa LGBTI+.

Apesar de os estudos gerontológicos brasileiros da última década acompanharem a tendência internacional de incluir aspectos do desenvolvimento da vida sexual no itinerário do processo de envelhecimento e da velhice, a perspectiva heterossexual ainda é majoritariamente considerada. Além disso, a dificuldade de captar como o tema vem sendo abordado no Brasil demonstra a escassez de estudos nacionais sobre pessoas idosas LGBTI+ institucionalizadas.

Inserir aspectos de gênero no debate e formação dos trabalhadores de saúde e assistência social que atuam em ILPI transcende questões biológicas do envelhecimento, alcançando os direitos humanos básicos de respeito à identidade, ao tratamento digno e ao provimento de um ambiente saudável e respeito aos residentes.

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Editado por

EDITOR CHEFE: Dulce Barbosa
EDITOR ASSOCIADO: Hugo Fernandes

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    19 Mar 2021
  • Data do Fascículo
    2021

Histórico

  • Recebido
    10 Jul 2020
  • Aceito
    01 Nov 2020
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