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Seria o isolamento social durante a pandemia de COVID-19 um fator de risco para depressão?

RESUMO

Objetivo:

Avaliar os fatores associados à depressão entre estudantes e profissionais de nível superior durante o pico da pandemia de COVID-19.

Método:

estudo quantitativo com delineamento transversal. Participaram 550 estudantes e profissionais. Os dados foram coletados por meio de um questionário digital, que incluía o Patient Health Questionnaire-9 para avaliação de sintomas depressivos.

Resultados:

Os fatores relacionados à depressão e os desfechos do isolamento social foram significantemente associados ao sexo feminino (n=149; 37,8%; Odds Ratio OR=2,0), raça branca (n=127; 37,2%; OR=1,60), jovens (n=130; 39,4%; OR=2,0), sem religião (n=70; 40,2%; OR=1,64), com problemas financeiros (n=80; 53,0%; OR=2,40) e familiares (n=98; 47,3%; OR=1,77), que sofreram violência durante a quarentena (n=28; 58,3%; OR=2,33), aumentaram o uso de drogas ilícitas (n=16; 59,3%; OR=2,69), consumiram sedativos sem prescrição médica (n=75; 54,0%; OR=2,94), vivenciaram relacionamentos conflituosos (n=33; 54,1%;OR=2,14), perderam o emprego na pandemia (n=32; 59,3%; OR=1,99) e apresentaram sintomas de ansiedade relacionada à COVID-19 (n=155; 45,2%; OR=3,91).

Conclusão:

há uma relação significativa entre vulnerabilidade e adoção de comportamentos de risco durante o isolamento social imposto pela pandemia com sintomas depressivos. Sugerimos que os profissionais de saúde estejam atentos para a necessidade de ajustar suas intervenções psicossociais ao promoverem estratégias para mitigar os efeitos e riscos à saúde mental.

Descritores:
COVID-19; Depressão; Isolamento Social; Saúde Mental; Pandemias

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