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Brecha tectônica da área de Cabo Frio - RJ, intrudida por dique máfico do Eocretáceo: evidência do tectonismo rúptil do Pan-Africano?

Esse trabalho apresenta as descrições de campo e observações petrográficas de uma brecha tectônica no embasamento gnáissico das áreas de Cabo Frio e Arraial do Cabo, RJ, e seu contato intrusivo com um dique máfico do Eocretáceo. Na proximidade da ilha do Japonês, ocorre um excelente afloramento de contato entre esses litotipos. A zona da brecha tectônica tem 10 a 20 m de largura e tem direção de N30ºE. Os clastos da brecha são angulosos e caracterizados pela textura de auto-brechação, sendo similares aos de brecha tectônica. A matriz é firmemente consolidada por hidrotermalismo e silicificação. O dique máfico tem 7 a 10 m de largura e N45ºE de direção. Ao longo do contato, observa-se a margem de resfriamento do dique, caracterizada por basalto de granulometria fina e disjunções prismáticas. Na Praia das Conchas e Arraial do Cabo, ocorrem quatro afloramentos de contato, demonstrando a intrusão dos diques máficos nas brechas tectônicas consolidadas. Esses afloramentos comprovam que as brechas tectônicas silicificadas são mais antigas do que os diques toleíticos do Eocretáceo. As brechas poderiam ter sido formadas durante a fase hidrotermal e tal processo estaria associado ao tectonismo rúptil do estágio final da Orogenia Pan-Africana, sem atividades magmáticas. A existência dos clastos constituintes da brecha, que são compostos de brecha, sugere que os movimentos de falha e atividades hidrotermais ocorreram repetidamente.

Brecha tectônica; Dique máfico; Contato intrusivo; Cabo Frio; Arraial do Cabo; Orogenia Pan-Africana


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