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Macroeconomia: princípios e aplicações

RESENHA

Luiz Antonio de Oliveira Lima

Professor do Depto. de Planejamento e Análise Econômica, aplicados à Administração – PAE – FGV-EAESP

Macroeconomia — Princípios e Aplicações

Robert E. Hall e Marc Lieberman

São Paulo: Pioneira Thompson, 2003

O texto acima mencionado, embora cubra temas tradicionais dos textos convencionais de macroeconomia, ao contrário da maioria destes, apresenta uma forma de exposição que torna sua leitura extremamente agradável. Seus autores, Robert Hall e Marc Lieberman, aliam habilidade respectivamente de teórico reconhecido e de comunicador para atingir tal resultado. Hall é professor de Stanford e co-autor com John Taylor de outro manual de macroeconomia, bastante utilizado; enquanto Lieberman, além de ensinar economia na New York University e ter ensinado em Harvard, é detentor de um Economic Society Award for Excelence in Teacinhing Economics, além disso é roteirista para a TV e ministra, periodicamente, cursos de roteiro para a TV na New York University.

Além das características de seus autores, que contribuíram para que este livro tivesse a qualidade acima, ele tem outros méritos. Apresenta uma visão integrada do sistema econômico; procura mostrar a macroeconomia neste contexto, chamando atenção para o fato de que sua análise não pode ser desvinculada da análise dos mercados (o que obviamente não é a mesma coisa que uma microfundamentação da macroeconomia), bem como que a operação dos mercados particulares não pode ser entendida, sem que se introduza neles as restrições que decorrem da operação do sistema macroeconômico. Há uma interrelação entre micro e macro e não a fundamentação de uma sobre a outra, devendo-se ressaltar, segundo o texto, como novos eventos e as políticas governamentais, fiscal e monetária afetam o nível microeconômico.

Segundo os autores, um dos aspectos positivos do seu compêndio, é apresentar um tratamento do longo prazo do sistema econômico, baseando-se na teoria clássica, anteriormente ao tratamento macroeconômico, propriamente dito, isto é, Keynesiano. A meu ver tal ordem só será vantajosa se o professor da disciplina acentuar, talvez mais do que o próprio livro, que o caso clássico não é o caso geral e o Keynesiano um caso particular, como faz a maioria dos textos escolares, mas que, provavelmente, o contrário é verdadeiro.

Alguns outros pontos positivos devem ser ressaltados em um exame mais geral do texto; os autores substituem o modelo de equilíbrio geral da interação entre mercados de bens e monetário (modelo IS/LM), por um tratamento de ajustes seqüenciais tornando mais intuitiva a sua compreensão. Em relação a esse item talvez fosse mais proveitoso ainda na sua exposição gráfica, os autores desenvolverem o ajustamento através de mais etapas, e não apenas de duas, a inicial e a final. Outro ponto importante é o tratamento completo que os autores dão à interação entre o mercado de capital e as categorias tradicionais da macroeconomia; o que apresenta um interesse imediato especialmente para aqueles que estão estudando finanças públicas e privada.

Em resumo, pela experiência que tive utilizando tal texto, eu o considero altamente recomendável, mesmo para aqueles que queiram sozinhos se aventurar nos meandros da macroeconomia.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    29 Mar 2006
  • Data do Fascículo
    Mar 2006
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