Efetividade do <i>co-debriefieng</i> para desenvolver competências clínicas no suporte básico de vida: estudo piloto randomizado

Nascimento, Juliana da Silva Garcia; Nascimento, Kleiton Gonçalves do; Alves, Mateus Goulart; Braga, Fernanda Titareli Merizio Martins; Regino, Daniela da Silva Garcia; Dalri, Maria Celia Barcellos

doi:10.1590/1983-1447.2022.20220032.pt

Juliana da Silva Garcia Nascimento

Universidade de São Paulo (USP), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

http://orcid.org/0000-0003-1118-2738

Kleiton Gonçalves do Nascimento

Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Uberaba, Minas Gerais, Brasil.

http://orcid.org/0000-0002-2717-6837

Mateus Goulart Alves

Faculdade Atenas (UniAtenas). Passos, Minas Gerais, Brasil.

http://orcid.org/0000-0003-0680-6817

Fernanda Titareli Merizio Martins Braga

Universidade de São Paulo (USP), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

http://orcid.org/0000-0001-8089-788X

Daniela da Silva Garcia Regino

Universidade Brasil (UB). Fernandópolis, São Paulo, Brasil.

http://orcid.org/0000-0003-0045-7783

Maria Celia Barcellos Dalri

Universidade de São Paulo (USP), Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

http://orcid.org/0000-0002-8173-8642

Autor correspondente
Juliana da Silva Garcia Nascimento E-mail: mestradounesp28@yahoo.com.br

Contribuição de autoria

Conceituação: Juliana da Silva Garcia Nascimento, Maria Celia Barcellos Dalri. Investigação: Juliana da Silva Garcia Nascimento, Kleiton Gonçalves do Nascimento, Mateus Goulart Alves, Daniela da Silva Garcia Regino. Metodologia: Juliana da Silva Garcia Nascimento, Kleiton Gonçalves do Nascimento, Maria Celia Barcellos Dalri, Fernanda Titareli Merizio Martins Braga. Supervisão: Maria Celia Barcellos Dalri, Fernanda Titareli Merizio Martins Braga. Escrita - rascunho original: Juliana da Silva Garcia Nascimento. Escrita - revisão e edição: Juliana da Silva Garcia Nascimento, Maria Celia Barcellos Dalri, Fernanda Titareli Merizio Martins Braga.

Os autores declaram que não existe nenhum conflito de interesses.

Editor associado

João Lucas Campos de Oliveira

Editor-chefe

Maria da Graça Oliveira Crossetti

Fases e etapas	Atividade e período
Fase não presencial
Etapa 1: Planejamento, divulgação e inscrição	Realizou-se o planejamento das três etapas da simulação clínica: preparação, participação e debriefing. A divulgação e inscrição foram procedidas via e-mail, enviando-se a programação e ficha de inscrição com prazo estabelecido de 15 dias para retorno do estudante.
Etapa 2: Consentimento e caracterização do participante	Viabilizada por meio do envio eletrônico de um instrumento do tipo Google Forms num período de 15 dias anterior à execução do workshop, contendo: a explicação sobre a pesquisa, o TCLE^*, Termo de autorização de captação da imagem e voz e um questionário para caracterização do perfil dos participantes.
Etapa 3: Pré-simulação.	Baseada em um roteiro validado1313. Almeida RGS, Mazzo A, Martins JCA, Coutinho VRD, Jorge BM, Mendes IAC. Validation to Portuguese of the debriefing experience scale. Rev Bras Enferm. 2016;69(4):658-64. doi: https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690413i. https://doi.org/10.1590/0034-7167.201669... ^), que descreve os materiais de estudo disponibilizados aos participantes em um período de 15 dias, anteriores à execução do cenário clínico, por e-mail.
Fase presencial: em agosto de 2021.
Etapa 4: Apresentação e pré-teste	Recepcionados em sala de aula, os estudantes, divididos em grupos, foram apresentados aos facilitadores e responderam ao pré-teste1010. Alves MG, Pereira VOS, Batista DFG, Cordeiro ALPC, Nascimento JSG, Darli MCB. Construction and validation of a questionnaire for cardiopulmonary resuscitation knowledge assessment. Cogitare Enferm. 2019;24:e64560. doi: https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.64560. https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.64560... .
Etapa 5: Treinamento de habilidades	Realizou-se um treinamento de habilidades para o SBV^\|\| com uso do DEA^¶, utilizando-se o manequim do tipo Little Anne QCPR e um dispositivo de feedback, baseado em um aplicativo via bluetooth, para smartphone. Depois dessa etapa, ofereceu-se um coffee break em um intervalo de 15 minutos de duração.
Etapa 6: Pré-briefing/briefing	Esclarecimento dos participantes quanto ao ambiente e cenário de simulação proposto1414. Alves MG. Objetos contemporâneos de aprendizagem para ensino-aprendizagem da ressuscitação cardiopulmonar [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo. [Internet]. 2018 [ cited 2021 Aug 12]. Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-31072018-105443/publico/MATEUSGOULARTALVES.pdf . https://www.teses.usp.br/teses/disponive... .
Etapa 7: Primeira execução do cenário	Desenvolvimento do cenário proposto com duração de, aproximadamente, 10 minutos. Este momento representou a primeira cena, realizada antes do debriefing, devidamente filmada para posterior avaliação pela pesquisadora principal, por meio do OSCE^**.
Etapa 8: Debriefing	Depois da fase de execução do cenário, similar para ambos os grupos, os participantes se sentaram em círculo. O GC^†† foi submetido ao debriefing oral orientado por um facilitador1414. Alves MG. Objetos contemporâneos de aprendizagem para ensino-aprendizagem da ressuscitação cardiopulmonar [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo. [Internet]. 2018 [ cited 2021 Aug 12]. Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-31072018-105443/publico/MATEUSGOULARTALVES.pdf . https://www.teses.usp.br/teses/disponive... e o GI^‡‡ ao co-debriefing1515. Nascimento JSG, Nascimento KG, Regino DSG, Alves MG, Oliveira JLG, Dalri MCB. Clinical simulation: construction and validation of script for Basic Life Support in adults. Rev Enferm UFSM. 2021;11:1-19. doi: https://doi.org/10.5902/2179769254578. https://doi.org/10.5902/2179769254578... ⁾ com duração de, aproximadamente, 20 minutos. As técnicas de debriefing utilizadas foram detalhadas no quadro 2.
Etapa 9 - Segunda execução do cenário	O mesmo cenário1414. Alves MG. Objetos contemporâneos de aprendizagem para ensino-aprendizagem da ressuscitação cardiopulmonar [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo. [Internet]. 2018 [ cited 2021 Aug 12]. Available from: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-31072018-105443/publico/MATEUSGOULARTALVES.pdf . https://www.teses.usp.br/teses/disponive... foi executado novamente, na intenção de comparar as habilidades psicomotoras referentes ao atendimento à PCR^‡, antes e após a realização do debriefing, e os feedbacks finais necessários foram feitos aos aprendizes. Depois dessa etapa, os estudantes preencheram o pós-teste1010. Alves MG, Pereira VOS, Batista DFG, Cordeiro ALPC, Nascimento JSG, Darli MCB. Construction and validation of a questionnaire for cardiopulmonary resuscitation knowledge assessment. Cogitare Enferm. 2019;24:e64560. doi: https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.64560. https://doi.org/10.5380/ce.v24i0.64560... , a escala de satisfação e autoconfiança na aprendizagem1212. Almeida RGS, Mazzo A, Martins JCA, Baptista RCN, Girão FB, Mendes IAC. Validation to Portuguese of the scale of student satisfactionand self-confidence in learning. Rev Latinoam Enferm. 2015;23(6):1007-13. doi: https://doi.org/10.1590/0104-1169.0472.2643. https://doi.org/10.1590/0104-1169.0472.2... e a escala de experiência com o debriefing1313. Almeida RGS, Mazzo A, Martins JCA, Coutinho VRD, Jorge BM, Mendes IAC. Validation to Portuguese of the debriefing experience scale. Rev Bras Enferm. 2016;69(4):658-64. doi: https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690413i. https://doi.org/10.1590/0034-7167.201669... , encerrando-se o workshop. É importante destacar que: (1) a retenção das habilidades não foi avaliada ao longo do tempo; (2) o cenário foi filmado antes e após o debriefing para que a pesquisadora principal pudesse comparar as habilidades psicomotoras, adotando-se o OSCE^; (3) devido à sua extensão, o OSCE^(1111. Alves MG, Carvalho MTM, Nascimento JSG, Oliveira JLG, Cyrillo RMZ, Braga FTMM, Fonseca LMM, et al. Construction and validation of Objective Structured Clinical Examination (OSCE) on cardiopulmonary resuscitation. Rev Min Enferm. 2019;23:e-1257. doi: https://doi.org/10.5935/1415-2762.20190105. https://doi.org/10.5935/1415-2762.201901... não foi preenchido concomitantemente à execução do cenário simulado, mas sim, posteriormente, por meio das filmagens, estabelecidas antes e após o debriefing.

Grupo-Controle

Grupo Intervenção

(1) Técnica: debriefing oral orientado por um facilitador55. Brown DK, Wong AH, Ahmed RA. Evaluation of simulation debriefing methods with interprofessional learning. J Interprof Care. 2018;19:1-3. doi: https://doi.org/10.1080/135618 20.2018.1500451.
https://doi.org/10.1080/135618 20.2018.1... ⁾ (2) Local: sala de aula; (3) facilitador: especialista 1 (especialista na RCP^* e treinado para proceder à simulação clínica); (4) Método de debriefing: G.A.S^† debriefing; (5) Tempo: até atingir os objetivos de aprendizagem; (6) Procedimento: Depois da primeira execução do cenário: os participantes se sentaram em círculo e o facilitador disparou as questões: G: Gather - Reunir informações e tranquilizar sentimentos: “Como vocês estão se sentindo após a vivência? A: Analyze - Analisar a vivência e articulá-la ao referencial teórico: “descrevam como vocês atenderam o Sr. Alfredo”, “Quais os pontos positivos neste atendimento?”, “Quais os pontos que necessitam melhorar?” S: Summarize - Resumir a vivência e articulá-la aos objetivos de aprendizagem: “O que chamou a sua atenção nesta vivência?”, “O que você leva dessa experiência para a sua vida profissional?” Depois do debriefing, realizou-se novamente a cena proposta.

(1) Técnica: co-debriefing77. Cheng A, Palaganas J, Eppich W, Rudolph J, Robinson T, Grant V. Co-debriefing for simulation-based education: a primer for facilitators. Simul Healthc. 2015;10(2):69-75. doi: https://doi.org/10.1097/SIH.0000000000000077.
https://doi.org/10.1097/SIH.000000000000... ⁾ (2) Local: sala de aula; (3) Facilitadores: especialista 1 e especialista 2 (ambos são especialistas em RCP^* e treinados para proceder à simulação clínica); (4) Método de debriefing: G.A.S^†debriefing; (5) Tempo: até atingir os objetivos de aprendizagem; (6) Procedimento: Pré-debriefing: reunião prévia entre os facilitadores para planejar o debriefing. Adotou-se o co-debriefing do tipo “dividir e conquistar” em que as etapas do co-debriefing são divididas de acordo com a expertise dos facilitadores55. Brown DK, Wong AH, Ahmed RA. Evaluation of simulation debriefing methods with interprofessional learning. J Interprof Care. 2018;19:1-3. doi: https://doi.org/10.1080/135618 20.2018.1500451.
https://doi.org/10.1080/135618 20.2018.1... . O especialista 1 assumiu as fases “G” e “S” do G.A.S^† debriefing e o especialista 2, a fase “A”. Debriefing: Depois do primeiro cenário: os participantes se sentaram em círculo e os facilitadores dispararam as questões: 1° facilitador: G: Gather - Reunir informações e tranquilizar sentimentos: “Como vocês estão se sentindo após a vivência? 2° facilitador: A: Analyze - O facilitador 2 anotou todos os pontos a serem discutidos. Analisar a vivência e articulá-la ao referencial: “Descrevam como vocês atenderam o Sr. Alfredo”, “Quais os pontos positivos neste atendimento?”, “Quais são os pontos em que é necessário que vocês melhorem?” 1° facilitador: S - Summarize: Resumir a vivência, e articulá-la aos objetivos de aprendizagem: “O que chamou a sua atenção nesta vivência?”, “O que você leva dessa experiência para a sua vida profissional?” Depois do debriefing, realizou-se novamente a cena proposta. Pós-debriefing: os facilitadores se reuniram após a simulação clínica para organizar as suas percepções e aperfeiçoar as suas ações.

Avaliação Grupos intragrupo^*				Avaliação intergrupo^†
	Valor médio de certos		p-valor	Valor médio de acertos	p-valor
	Pré-teste	Pós-teste	p-valor	Valor médio de acertos	p-valor
Grupo-Controle Debriefing oral com um facilitador	12,63 ± 3,54	17,00 ± 2,39	p=0,011	17,00 ± 2,39	p=0,021
Grupo Intervenção Co-debriefing	12,33 ± 2,44	19,22 ± 0,66	p=0,007	19,22 ± 0,66	p=0,021

Avaliação Grupos intra-grupo^*				Avaliação inter-grupo^†
	Valor médio de pontos obtidos no OSCE^*		p-valor	Valor médio de pontos obtidos no OSCE^†	p-valor
	OSCE antes do debriefing	OSCE após o debriefing	p-valor	Valor médio de pontos obtidos no OSCE^†	p-valor
Grupo-Controle Debriefing com um facilitador (N=8)	7,06± 0,11	8,12±0,13	p=0,008	8,12 ± 0,13	p<0,001
Grupo Intervenção Co-debriefing (N=9)	6,55±1,21	8,50±0,00	p=0,006	8,50 ± 0,001	p<0,001

[1] Autor correspondente
Juliana da Silva Garcia Nascimento E-mail: mestradounesp28@yahoo.com.br

Brasil

Brasil

Efetividade do co-debriefieng para desenvolver competências clínicas no suporte básico de vida: estudo piloto randomizado

RESUMO

Objetivo

Método

Resultados

Conclusão