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Tecnologias utilizadas por enfermeiros gestores em hospitais portugueses

RESUMO

Objetivo:

Analisar a associação entre as caraterísticas de enfermeiros gestores e o uso de tecnologias de informação e comunicação em hospitais portugueses.

Método:

Estudo transversal, quantitativo, envolvendo 138 enfermeiros gestores, que responderam um questionário sobre o uso das principais tecnologias de informação e comunicação na gestão. Os achados foram submetidos a análise estatistísca descritiva e analítica.

Resultados:

Predominaram as mulheres, com mais de 25 anos na profissão e mais de dez na gestão. Evidenciou que os gestores identificam a utilidade e facilidade de forma singular para cada tecnologia, o uso destas sofre influencia das características sócio laborais dos enfermeiros, sendo significativo o sexo, possuir especialização, o tempo de experiência nos serviços e na gestão.

Conclusão:

O estudo contribui para explicar e prever a intenção de uso, bem como domínio das tecnologias na gestão hospitalar, fornecendo subsídio de escolha no gerenciamento dos serviços e necessidade de qualificação para utilização.

Palavras-chave:
Tecnologia da informação; Gestão em saúde; Enfermagem; Administração hospitalar; Organização e administração

ABSTRACT

Objective:

To analyze the association between the characteristics of nurse managers and the use of information technologies in Portuguese hospitals.

Method:

A cross-sectional quantitative study involving 138 nurse managers. The managers answered a questionnaire about the use of key information and communication technologies in management. The findings were submitted to descriptive and analytical statistical analysis.

Results:

Women predominated, with more than 25 years in the profession and more than ten in management. It showed that the managers identify the utility and easiness of a singular way for each technology, the use of which is influenced by the nurses' socio-occupational characteristics, their gender, specialization (having it or not), and the time of experience in services and management being significant.

Conclusion:

The study contributes to explain and predict the intention to use, as well as the mastery of technologies in hospital management, providing support of choice in the management of services and need for qualification for use.

Keywords:
Information technology; Health management; Nursing; Hospital administration; Organization and administration

RESUMEN

Objetivo:

Analizar la asociación entre las características de las enfermeras gestoras y el uso de las tecnologías de la información en los hospitales portugueses.

Método:

Estudio cuantitativo y transversal realizado con 138 enfermeras gerentes, quienes respondieron un cuestionario que aborda el uso de tecnologías clave de información y comunicación en la gestión. Los resultados se sometieron a análisis estadísticos descriptivos y analíticos.

Resultados:

Predominaron las mujeres, con más de 25 años en la profesión y más de diez en la gestión. Se evidenció que las gerentes identifican de manera única la utilidad y facilidad de cada tecnología, cuyo uso está influenciado por las características socio-ocupacionales de las enfermeras, y con su género, especialización, y experiencia en servicios y en gestión.

Conclusión:

el estudio contribuye a explicar y predecir la intención de uso, así como el dominio de las tecnologías en la gestión hospitalaria, proporcionando un respaldo para la elección en la gestión de los servicios y la necesidad de calificación para su uso.

Palabras clave:
Tecnología de la información; Gestión en salud; Enfermería; Administración hospitalaria; Organización y administración

INTRODUÇÃO

No âmbito dos serviços de saúde, os hospitais são organizações de ampla produção de assistência e que necessitam de gestão adequada e coerente de modo a garantir cuidados seguros e de qualidade aos seus usuários. A gestão destes serviços envolve ações de cunho complexo e central para os avanços do nível terciário de atendimento à população. O ato de gerenciar sofre influências de diferentes desafios, entre eles a gestão de pessoas, controle de riscos e garantia da segurança dos pacientes, regulação, financiamento e tecnologias disponíveis11. Houngbo PT, De Cock Buning T, Bunders J, Coleman HLS, Medenou D, Dakpanon L, et al. Ineffective healthcare technology management in Benin's public health sector: the perceptions of key actors and their ability to address the main problems. Int J Health Policy Manag. 2017;6(10):587-600. doi: https://doi.org/10.15171/ijhpm.2017.17
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-22. Jensen R, Guedes ES, Leite MMJ. Informatics competencies essential to decision making in nursing management. Rev Esc Enferm USP 2016;50(1):109-17. doi: https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000100015
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.

Estudos33. Chen PS, Yu CJ, Chen GYH. Applying task-technology fit model to the healthcare sector: a case study of hospitals’ computed tomography patient-referral mechanism. J Med Syst 2015;39(8):80. doi: https://doi.org/10.1007/s10916-015-0264-9
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-55. Miranda GMD, Mendes ACG, Silva ALA. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2016;19(3):507-19. doi: https://doi.org/10.1590/1809-98232016019.150140
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destacam aspectos que colaboram com o incremento da complexidade na gestão hospitalar, a ampliação do quantitativo de usuários. Esse aumento/ampliação relaciona-se, não só, à mudança no perfil epidemiólogico da população, mas também, ao aumento da população idosa e da complexidade dos cuidados que requerem os indivíduos e coletividades, gerando agravamento e impactos na escassez de profissionais, bem como ampliando as filas de espera para os atendimentos.

Ainda, a grande diversidade de novas tecnologias, as múltiplas necessidades de uma população mais exigente, elevaram os gastos em saúde, tornando-os crescentes e incontroláveis. Esse contexto exige que a função dos gestores nas organizações de saúde adquira um papel preponderante e qualificado e que o impacto de uma intervenção ou tecnologia forneça informações para decisões de investimentos66. Guerra-Júnior AA, Pires de Lemos LL, Godman B. Health technology performance assessment: real-world evidence for public healthcare sustainability. Int J Technol Assess Health Care. 2017;33(2):279-87. doi: https://doi.org/10.1017/S0266462317000423
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.

No contexto hospitalar, o enfermeiro desponta como importante gestor, coordenador de pessoas e serviços indispensáveis para o melhor cumprimento da missão e objetivos destas instituições, que prestam serviços singulares no cuidado aos usuários. Em Portugal, o enfermeiro gestor é conhecido como detentor de competências gerenciais que visam garantir uma prática profissional e ética na equipe que lidera77. Ordem dos Enfermeiros de Portugal. Portugal. Regulamento n.º 101/2015 - Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor. Diário da República, 2.ª série. 2015 mar 10 [cited 2019 Mar 25];(48):5948-52. Available from: Available from: https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/Regulamento_101_2015_PerfilCompetenciasEnfermeiroGestor.pdf
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. Esse profissional atua na implementação da melhoria contínuada, na qualidade dos cuidados de enfermagem, gere o serviço/unidade e a equipe, sendo assim otimiza respostas às necessidades dos pacientes, bem como, junto aos demais profissionais estimulando o desenvolvimento de competências de seus liderados. Para além disso, os enfermeiros devem garantir na sua prática profissional os cuidados baseados em evidência66. Guerra-Júnior AA, Pires de Lemos LL, Godman B. Health technology performance assessment: real-world evidence for public healthcare sustainability. Int J Technol Assess Health Care. 2017;33(2):279-87. doi: https://doi.org/10.1017/S0266462317000423
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.

As tecnologias estão sendo integradas de maneira intensa e consideradas a base para o desenvolvimento das organizações. As tecnologias e inovações tecnológicas têm impactado na forma como a sociedade atual se organiza e evolui, têm importância indiscutível em todos os setores, potencialmente na saúde, revelando-se úteis, precisas e confiáveis na realização de atividades gerenciais e assistenciais22. Jensen R, Guedes ES, Leite MMJ. Informatics competencies essential to decision making in nursing management. Rev Esc Enferm USP 2016;50(1):109-17. doi: https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000100015
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,44. Carvalho JV, Wetering ARR, Abreu A. A maturity model for hospital information systems. J Bus Res. 2019;94:388-99. doi: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.12.012
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-66. Guerra-Júnior AA, Pires de Lemos LL, Godman B. Health technology performance assessment: real-world evidence for public healthcare sustainability. Int J Technol Assess Health Care. 2017;33(2):279-87. doi: https://doi.org/10.1017/S0266462317000423
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. Esses aspectos emergem no setor saúde, sendo importante conhecer as necessidades dos profissionais de saúde e pacientes, sobre as contribuições dessas tecnologias e aspectos que podem melhorar sua usabilidade33. Chen PS, Yu CJ, Chen GYH. Applying task-technology fit model to the healthcare sector: a case study of hospitals’ computed tomography patient-referral mechanism. J Med Syst 2015;39(8):80. doi: https://doi.org/10.1007/s10916-015-0264-9
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.

No contexto da gestão em saúde, destaca-se que a implementação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) permite a operacionalização de processos e a captação de dados de fontes altamente variadas de maneira mais ágil e fácil88. Aceto G, Persico V, Pescapé A. The role of information and communication technologies in healthcare: Taxonomies perspectives and challenges. J Netw Comput Appl. 2018;107:125-54. doi: https://doi.org/10.1016/j.jnca.2018.02.008
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.

Nessa direção, a contribuição da tecnologia na gestão tem influência na eficiência, eficácia e segurança dos cuidados. Entre as tecnologias as TIC são consideradas meios técnicos usados para tratar a informação e auxiliar na comunicação, em outras palavras, TIC consistem em Tecnologias de Informação (TI), estas incluem uma ampla gama de produtos, tecnologias e serviços, como tecnologia de saúde móvel e remota, serviços baseados em nuvem, dispositivos médicos, ferramentas de telemonitoramento, tecnologias de assistente e sensor, registros eletrônicos de saúd, entre outras utilidades na área da saúde99. Sayles NB. Health information management technology: an applied approach. Chicago, IL: American Health Information Management Association; 2012..

Diferentes países33. Chen PS, Yu CJ, Chen GYH. Applying task-technology fit model to the healthcare sector: a case study of hospitals’ computed tomography patient-referral mechanism. J Med Syst 2015;39(8):80. doi: https://doi.org/10.1007/s10916-015-0264-9
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,1010. Santos AF, Fonseca SD, Araujo LL, Procópio CSD, Lopes EAS, Lima AMLD, et al. Incorporação de tecnologias de informação e comunicação e qualidade na atenção básica em saúde no Brasil. Cad Saúde Pública. 2017;33(5):e00172815. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311x00172815
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-1212. Charles D, Gabriel M, Searcy T. Adoption of electronic health record systems among U.S. Non-Federal Acute Care Hospitals: 2008-2014. ONC Data Brief. 2015 [cited 2019 Jul 20];(23):1-10. Available from: Available from: https://www.healthit.gov/sites/default/files/data-brief/2014HospitalAdoptionDataBrief.pdf
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têm registrado o processo de incorporação de TIC, constantando associação entre a utilização destas e a qualidade da atenção prestada nos serviços, contudo, isso não é unânime em todas as realidades, frente aos muitos desafios do setor11. Houngbo PT, De Cock Buning T, Bunders J, Coleman HLS, Medenou D, Dakpanon L, et al. Ineffective healthcare technology management in Benin's public health sector: the perceptions of key actors and their ability to address the main problems. Int J Health Policy Manag. 2017;6(10):587-600. doi: https://doi.org/10.15171/ijhpm.2017.17
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. Além disso, as atitudes frente ao uso dessas ferramentas de trabalho ainda são pouco compreendidas e avaliadas1313. Oliveira MR, Correia VGA, Dantas EOM, Moreira TMM, Torres RAM. Validation of the attitude scale for information and communications technologies. Acta Paul Enferm. 2019;32(1):79-86. doi: https://doi.org/10.1590/1982-0194201900011
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.

Em Portugal, um estudo sobre o uso das TIC no sistema de saúde português destaca que, desde 2016, tem-se ampliado a informatização do Sistema Nacional de Saúde, tendo como propósito a ampliação da introdução das TIC na saúde. Esse movimento tem o intuito de garantir serviços com maior eficácia e qualidade, e que ao mesmo tempo, possam indicar intervenções para a prevenção de doenças de maneira mais responsável e coerente77. Ordem dos Enfermeiros de Portugal. Portugal. Regulamento n.º 101/2015 - Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor. Diário da República, 2.ª série. 2015 mar 10 [cited 2019 Mar 25];(48):5948-52. Available from: Available from: https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/Regulamento_101_2015_PerfilCompetenciasEnfermeiroGestor.pdf
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.

Diante desse contexto, questiona-se: qual a associação entre as características do perfil dos enfermeiros gestores e o uso de tecnologias de informação em hospitais portugueses? Assim, objetivou-se analisar a associação entre as caraterísticas de enfermeiros gestores e o uso de tecnologias de informação e comunicação em hospitais portugueses.

A pesquisa justifica-se pelo impacto que as TIC possuem em ambientes hospitares e a repercurssão das mesmas no processo de trabalho dos enfermerios gestores. Conhecer a utilidade destes dispositivos pode auxiliar na determinação das tecnologias mais adequadas para utilização nos ambientes de trabalho dos enfermeiros, considerando suas facilidades e dificuldades. Ainda, a pesquisa é relevante pois pode melhor explicar, sem generalizações, os motivos de escolha e de resistência no uso e domínio das tecnologias na gestão, bem como indiciando variáveis signifitivas nessa relação.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico, orientado pela abordagem quantitativa. Este foi realizado em seis hospitais portugueses. Para seleção destes cenários considerou-se incluir hospitais da região Norte de Portugal, selecionando uma amostra proporcional a cada estrato, considerando a classificação (natureza jurídica): hospital universitário, hospital público e hospital privado.

Em Portugal, o último registro disponibilizado pela Ordem dos enfermeiros, indica a existência de 73.912 enfermeiros, dos quais 1.950 são enfermeiros gestores, sendo que 24.294 atuam na região norte do País1414. Ordem dos Enfermeiros (PT) [Internet]. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros; c2019 [cited 2019 Jun 06]. Estatisticas de enfermeiros; [aprox. 1 screen]. Available from: Available from: https://www.ordemenfermeiros.pt/sala-de-imprensa/estatística-de-enfermeiros
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. Assim, obteve-se uma previsão de 643 gestores nesta Região, considerando-se um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 5% a amostra foi de 193 enfermeiros. Utilizou-se como critérios de inclusão: atuar como enfermeiro gestor de um serviços de saúde hospitalar na região de interesse, há no mínimo três meses. Foram excluídos os profissionais afastados por motivos de saúde há mais de três meses. Desse modo, a amostra final do estudo foi de 138 enfermeiros gestores, com margem de erro de 7%.

Os profissionais foram convidados a responder a um instrumento autopreenchido, tipo questionário, sobre seu dados sócio laboral (sexo, idade, formação acadêmica, formação em gestão, exercício profissional como enfermeiro, exercício profissional no serviço atual e como gestor); utilização e conhecimento de tecnologias de gestão (utilização de meios tecnológicos, conhecimento de tecnologias de gestão, utilização de tecnologias de gestão); e o “uso de tecnologias de gestão” (recursos tecnológicos que podem ser utilizados na gestão em enfermagem, recursos tecnológicos existentes na instituição onde trabalham, para utilização na gestão em enfermagem, recursos tecnológicos que utiliza no exercício da gestão em enfermagem, utilidade de cada um destes recursos, para o exercício das funções de gestão, facilidade de utilização de cada uma das tecnologias, no exercício das funções de gestão, a utilidade de cada um dos recursos tecnológicos para o exercício das funções de gestão, a facilidade de utilização de cada um dos recursos tecnológicos para o exercício das funções de gestão). As respostas seguiram escalas likert: desconhece/ não utiliza/ utiliza pouco/ utiliza/ utiliza frequentemente/ OU desconhece/ inútil/ pouco útil/ útil/ muito útil, OU, desconhece/ muito difícil/ difícil/ fácil/ muito fácil. A coleta ocorreu entre os meses de fevereiro de 2017 a julho de 2018, nos locais de trabalho pelos pesquisadores envolvidos na pesquisa.

A análise dos dados foi realizada no software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 24.0. Considerou-se estatisticamente significante os valores de p ≤ 0,05. As variáveis categóricas foram descritas por meio de frequências relativas e absolutas e as variáveis contínuas e escalares foram descritas por meio de medidas de tendência central e dispersão. Utilizou-se teste Qui-quadrado para associação e teste T de Student, Mann Whitney para verificar diferenças entre medianas nos grupos, após teste de normalidade de Shapiro-Wilk. Para correlacionar anos de exercício profissional na área de gestão e outras variáveis utilizou-se os teste de correlação (r) de Pearson e Sperman, sendo considerado: correlação fraca entre 0 e 0.3, moderada entre 0.3 e 0.6, forte entre 0.6 e 0.9 e muito forte 0.9 e 1.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa das instituição envolvidas, com os números de pareceres (n.166/17/RS, n.93/CE/JAS e ULS - n. 166/17/RS do CHSJ - n. 4/17). A pesquisa foi conduzida pelos preceitos éticos de anonimato, direito à informação e participação no estudo.

RESULTADOS

Compuseram o estudo, 27 gerentes de um hospital universitário (19,6%), 28 gerentes de hospitais privados (20,3%) e 83 gerentes de centros hospitalares públicos (60,1%), da região Norte de Portugal. Dentre os participantes a maioria é do sexo feminino (n=78/56,5%), sendo dentre as mulheres 44,9% são de hospitais públicos, já a distribuição dos homens foi semelhente em todos os hospitais. A média de idade do grupo foi 48,8 anos (± 6,6), com idades entre 29 anos e 60 anos, com 26,3 anos em média de exercício profissional (± 6,8/ mínima de seis anos a máximo de 40 anos), 11,4 anos na gestão (± 6,9/ mínima de nenhum ano completo e no máximo de 30 anos) e oito anos no atual serviço (± 7,8/mínima de menos de um ano completo e máxima de 35 anos).

Dentre os enfermeiros gerentes 2,2% (n=3) possuía doutorado, 19,6% (n=27) possui mestrado e 90,6% (n=125) possui especialização, sendo informadas entre estes sete áreas de especialidades: enfermagem médico cirúrgica (n=63/45,7%), enfermagem de reabilitação (n=28/20,3%), enfermagem em saúde mental/psiquiátrica (n=12/8,7%), enfermagem em saúde infantil/pediátrica (n=10/7,2%), enfermagem materna obstétrica (n=6/4,3%), enfermagem comunitária (n=5/3,6%), e enfermagem geriátrica/gerontologia (n=1/0,7%).

O instrumento permitiu analisar a relação entre as caraterísticas sócio laborais dos enfermeiros gestores e o uso das diferentes TIC na gestão, considerando a utilidade e a facilidade de usar essas ferramentas de trabalho, sendo estes achados apresentados na tabela 1.

Tabela 1 -
Associação entre as caraterísticas do perfil sócio laboral dos enfermeiros gestores e a utilidade das tecnologias de gestão em hospitais portugueses. Portugal, (PT), Região Norte, 2019
Tabela 2 -
Associação entre as caraterísticas do perfil sócio laboral dos enfermeiros gestores e a facilidade no uso de tecnologias de gestão em hospitais portugueses. Portugal, (PT), Região Norte, 2019

As figuras abaixo ilustram também a relação entre o tempo em anos de serviço e a percepção de utilidade dos grupos de discussão como tecnologias de trabalho dos gestores e a associação identificada entre anos de atividade na gestão e a percepção de utilidade dos recursos do Sinai.

Figura 1 -
Relação entre o tempo de serviço e a percepção de utilidade dos grupos de discussão pelos gestores, Região Norte, Portugal, 2019

Figura 2 -
Relação entre o tempo de atividade na gestão e a percepção de utilidade do Sinai pelos gestores, Região Norte, Portugal, 2019

Cabe mencionar que também se verificou que quando analisado cada tipo de hospitais e as TIC, no que concerne a facilidade de uso, encontrou-se diferenças significativas na utilização da vídeo conferência (p=0,000) e do Wiki (p=0,002), sendo que os hospitais privados apresentam as melhores médias em relação a esse domínio pelos enfermeiros gerentes.

DISCUSSÕES

Identificou-se predominência de mulheres, com mais de 25 anos na profissão de enfermagem e mais de dez anos na gestão. O cenário hospitalar e o tipo de hospital (universitário, público, privado) foram significativos na percepção de facilidades e utilidades das diferentes TIC pesquisadas. As gestoras, que atuam em hospitais privados manifestaram maior percepção de facilidade e utilidade dessas ferramentas de trabalho, especialmente do correio eletrônico, do SINAI e Sisqual, os quais contribuem no processo de gestão de pessoas.

Os recursos tecnológicos das instituições utilizadas pelos enfermeiros portugueses se distribuem naqueles de uso genérico, ou seja, para multiplas atividades, a exemplo do correio eletrônico, intranet, videoconferência, dropbox, Chat, grupos de discussão, fóruns e blog. Ainda, aqueles para registo de informação clínica, como o Glint, B-simple, Boletim informativo, S. clinico SAPE e SAM; e os utilizados para gestão como o Sisqual, Ibéria, Conhecer+, RISI, Hepic, e o SINAI.

Relatório norteamericano1212. Charles D, Gabriel M, Searcy T. Adoption of electronic health record systems among U.S. Non-Federal Acute Care Hospitals: 2008-2014. ONC Data Brief. 2015 [cited 2019 Jul 20];(23):1-10. Available from: Available from: https://www.healthit.gov/sites/default/files/data-brief/2014HospitalAdoptionDataBrief.pdf
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sinaliza a importância do acompanhamento do uso de tecnologias nos diferentes hospitais do país, sinalizando avanços e o incremento significativo de tecnologias nessas instituições, bem como diferenças nos recursos disponíveis nas instituições hospitalares.

Nesse sentido, estudos sobre o uso das TIC nos difentes cenários assistenciais contribuem para compreeder a magnitude da relação entre o uso de tecnologias e os contextos em que se inserem, considerando especificidades como os recursos materiais disponíveis, quantitativo e qualitativo de trabalhadores, bem como suas características, como pode ser evidenciado nos achados discutidos a seguir.

O sexo dos participantes foi significativo para utilidade e facilidade de uso de diferentes TIC, entre elas.

Estudo1515. Dutta B, Peng M, Sun SL. Modeling the adoption of personal health record (PHR) among individual: the effect of health-care technology self-efficacy and gender concern. Libyan J Med. 2018;13(1):1500349. doi:https://doi.org/10.1080/19932820.2018.1500349
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identificou que a facilidade de uso percebida e a atitude em relação ao uso de determinadas tecnologias influenciaram significativamente a intenção de utilização de um determinado recurso tecnológico de cuidados em saúde. Além disso, os resultados também indicaram que as mulheres foram mais fortemente influenciadas pelas percepções de facilidade de uso.

Outros pesquisadores1616. Jiménez RGP, Fernández CJ. La brecha de género en la educación tecnológica. Ensaio: Aval Pol Públ Educ. 2016;24(92):743-71. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-403620160003000010
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reforçam que embora as novas gerações de mulheres se tornem usuárias muito precoces da tecnologia, mesmo em porcentagens que excedem os homens, sua presença no estudo, projeto e desenvolvimento de tecnologias e TIC continua sendo minoritária. Os autores retomam ainda que a inovação e a gestão do conhecimento digital são principalmente masculinas, sendo importante a educação tecnológica das mulheres para reduzir o hiato tecnológico de gênero. Para melhorar a participação das mulheres na produção de inovação científica e tecnológica, elas devem ser inseridas precocemente, formalmente e informalmente, no uso e desenvolvimento das TIC em todos os sistemas educacionais e sociais; prestando mais atenção ao interesse expresso pelas trabalhadoras.

Possuir especialidade foi estatisticamente importante na percepção de utilidade do correio eletrônico, grupo de discussão, Sape, Hepic, bem como para facilidade de uso do correio eletrônico, intranet, fórum, Sape, Sonho e Aida. Outros estudos22. Jensen R, Guedes ES, Leite MMJ. Informatics competencies essential to decision making in nursing management. Rev Esc Enferm USP 2016;50(1):109-17. doi: https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000100015
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,1717. Ferreira VB, Amestoy SC, Silva GTR, Felzemburgh RDM, Santana N, Trindade LL, et al. Liderança transformacional na prática dos enfermeiros em um hospital universitário. Acta Paul Enferm. 2018;31(6):644-50. doi: https://doi.org/10.1590/1982-0194201800088
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) confirmam a relação entre o domínio das competências de informática e possuir especialidade entre enfermeiros. A variável grau acadêmico também foi evidenciada em outra investigação1818. Collins SA, Alexander D, Moss J. Nursing domain of CI governance: recommendations for health IT adoption and optimization. J Am Med Inform Assoc. 2015;22(3):697-706. doi: https://doi.org/10.1093/jamia/ocu001
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, sendo esta associada à utilidade de uso da intranet e facilidade de uso do Aida entre os gestores dos hospitais portugueses investigados.

A formação promove o desenvolvimento de habilidades importante para o uso das tecnologias nas atividades. A capacidade de cada ator-chave para resolver problemas (o poder político ou administrativo que eles possuem) foi identificado em outra investigação11. Houngbo PT, De Cock Buning T, Bunders J, Coleman HLS, Medenou D, Dakpanon L, et al. Ineffective healthcare technology management in Benin's public health sector: the perceptions of key actors and their ability to address the main problems. Int J Health Policy Manag. 2017;6(10):587-600. doi: https://doi.org/10.15171/ijhpm.2017.17
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como inversamente proporcional a sua percepção da gravidade dos problemas. A formação pode contribuir para o manejo das demandas mais críticas que o gestor enfrenta no cotidiano22. Jensen R, Guedes ES, Leite MMJ. Informatics competencies essential to decision making in nursing management. Rev Esc Enferm USP 2016;50(1):109-17. doi: https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000100015
https://doi.org/10.1590/S0080-6234201600...
,44. Carvalho JV, Wetering ARR, Abreu A. A maturity model for hospital information systems. J Bus Res. 2019;94:388-99. doi: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.12.012
https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.1...
,1010. Santos AF, Fonseca SD, Araujo LL, Procópio CSD, Lopes EAS, Lima AMLD, et al. Incorporação de tecnologias de informação e comunicação e qualidade na atenção básica em saúde no Brasil. Cad Saúde Pública. 2017;33(5):e00172815. doi: https://doi.org/10.1590/0102-311x00172815
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.

O tempo de experiência nos serviços foi significativo para percepção de utilidade dos grupos de discussão e o tempo de experiência na gestão para utilidade da tecnologia Sinai. Na Figura I é possível analisar que os profissionais com menos tempo de serviço pouco percebem a utilidade dos grupos de discussão como úteis e que a maioria dos gestores não considera esse dispositivo útil. Esse achado pode sugerir que os gestores ou apresentam pouco tempo e espaço para o diálogo com as equipes, ou preferem que este não seja mediado pelas TIC, sendo que esse dado instiga outras pesquisas, bem com faz refletir sobre a importância do lider transformacional1717. Ferreira VB, Amestoy SC, Silva GTR, Felzemburgh RDM, Santana N, Trindade LL, et al. Liderança transformacional na prática dos enfermeiros em um hospital universitário. Acta Paul Enferm. 2018;31(6):644-50. doi: https://doi.org/10.1590/1982-0194201800088
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.

Nesse tipo de liderança, o líder é capaz de identificar as necessidades pessoais e profissionais do outro, desenvolvendo suas próprias características morais e seguindo a ética profissional, bem como um conjunto de competências, entre elas a comunicação1717. Ferreira VB, Amestoy SC, Silva GTR, Felzemburgh RDM, Santana N, Trindade LL, et al. Liderança transformacional na prática dos enfermeiros em um hospital universitário. Acta Paul Enferm. 2018;31(6):644-50. doi: https://doi.org/10.1590/1982-0194201800088
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. Contudo, frequentemente, ao pesquisar a prática da liderança transformacional entre enfermeiros lideres, encontram-se dificuldades, as quais podem estar relacionadas a falta do reconhecimento da liderança como atributo, problemas no apoio da instituição na formação de líderes, relacionada a uma gestão verticalizada e hierarquizada, oposta aos preceitos da liderança transformacional, que busca transformar a cultura e o clima organizacional1919. Fischer SA. Transformational leadership in nursing: a concept analysis. J Adv Nurs. 2016;72(11):2644-53. doi: https://doi.org/10.1111/jan.13049
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.

Já a Figura II revela que o Sinai também foi uma tecnologia considerada pouco útil pelos gestores com menos tempo de experiência. Entende-se que tecnologias pouco úteis e de dífícil manejo tem custo financeiro e de formações importantes a instituições e profissionais, respectivamente. Por outro lado, quando dominadas pelos gestores e equipes lideradas, as TIC podem melhorar seu relacionamento, bem como promover a eficiência nos processos de trabalho nos serviços de saúde11. Houngbo PT, De Cock Buning T, Bunders J, Coleman HLS, Medenou D, Dakpanon L, et al. Ineffective healthcare technology management in Benin's public health sector: the perceptions of key actors and their ability to address the main problems. Int J Health Policy Manag. 2017;6(10):587-600. doi: https://doi.org/10.15171/ijhpm.2017.17
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-44. Carvalho JV, Wetering ARR, Abreu A. A maturity model for hospital information systems. J Bus Res. 2019;94:388-99. doi: https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.12.012
https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2017.1...
,66. Guerra-Júnior AA, Pires de Lemos LL, Godman B. Health technology performance assessment: real-world evidence for public healthcare sustainability. Int J Technol Assess Health Care. 2017;33(2):279-87. doi: https://doi.org/10.1017/S0266462317000423
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,99. Sayles NB. Health information management technology: an applied approach. Chicago, IL: American Health Information Management Association; 2012.-1111. Donovan JL, Kanaan AO Gurwitz JH, Tija J, Cutrona SL, Garber L, et al. A pilot health information technology - based effort to increase the quality of transitions from skilled nursing facility to home: compelling evidence of high rate of adverse outcomes. J Am Med Dir Assoc. 2016;17(4):312-7. doi: https://doi.org/10.1016/j.jamda.2015.11.008
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Observa-se que a utilidade e domínio das TI na gestão sofre influência do perfil dos profissionais, sendo os recursos avaliados de forma diversa pelos profissionais. Pesquisadores22. Jensen R, Guedes ES, Leite MMJ. Informatics competencies essential to decision making in nursing management. Rev Esc Enferm USP 2016;50(1):109-17. doi: https://doi.org/10.1590/S0080-623420160000100015
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-33. Chen PS, Yu CJ, Chen GYH. Applying task-technology fit model to the healthcare sector: a case study of hospitals’ computed tomography patient-referral mechanism. J Med Syst 2015;39(8):80. doi: https://doi.org/10.1007/s10916-015-0264-9
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reforçam que as habilidades de informática são essenciais à tomada de decisão do enfermeiro gestor.

Cabe também destacar que isso ocorre porque as TIC podem fornecer benefícios em potencial, mas também colocam demandas adicionais aos profissinais, uma vez que alguns dispositivos tornam o trabalhador acessível independentemente da localização e do tempo, as estruturas de trabalho flexíveis. Isso gera uma pressão de acessibilidade, devido a uma obrigação interna de disponibilidade, com efeito no bem-estar dos profissionais que sentem ter que estar constantemente disponível para assuntos de trabalho. Essa questão pode intervir também na permanência dos enfermeiros nos serviços.

Com os achados, é possível considererar que as TIC devem contribuir com a qualificação da gestão de enfermagem, com a produção de indicadores de qualidade que permitam avaliar a assistência prestada pelos profissionais, para promover a segurança dos usuários e o o bem estar do trabalhador que maneja essas ferramentas de trabalho, contudo é preciso que estes dominem as TIC. Por tudo isso, as instituiçoes de saúde precisam perguntar se os sistemas de saúde alcançam os resultados esperados quando escolhem instituir uma tecnologia77. Ordem dos Enfermeiros de Portugal. Portugal. Regulamento n.º 101/2015 - Regulamento do Perfil de Competências do Enfermeiro Gestor. Diário da República, 2.ª série. 2015 mar 10 [cited 2019 Mar 25];(48):5948-52. Available from: Available from: https://www.ordemenfermeiros.pt/arquivo/legislacao/Documents/LegislacaoOE/Regulamento_101_2015_PerfilCompetenciasEnfermeiroGestor.pdf
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, sendo que os profissionais podem adaptar-se com maior ou menor facilidade e utilidade ao uso das diferentes TIC, as quais adentram o contexto dos serviços de saúde de forma crescente, continua e irreversível.

CONCLUSÃO

Os resultados demonstraram a percepção de facilidade e utilidade das TIC entre enfermeiros gestores hospitalares, fornecendo subsídio de escolha de dispositivos tecnológicos na gestão, bem como adequação conforme o perfil do enfermeiro gestor. Constitui-se como limitação desta pesquisa, a impossibilidade de tratar de todas as tecnologias disponíveis, sugerindo-se as investigações longitudais e adaptação a outros cenários, conforme as TIC utilizadas em cada contexto assistencial e sistema de saúde, bem como em outros países. Destaca-se, entre as contribuições para ensino, pesquisa, assistência que as TIC, quando bem empregadas, podem tornar-se modelos para o ensino de novos profissionais e qualificação dos que estão na prática, bem como, podem gerar banco de dados para servir de fonte para o desenvolvimento de investigações. Na assistência, as TIC contribuem, otimizando o trabalho dos enfermeiros e auxiliando para realização de registros seguros sobre os cuidados realizados.

Evidenciou que a percepção de utilidade e facilidade dos enfermeiros gestores é singular para cada TI, sofrendo influência do cenário em que atuam e de suas características sócio laborais, especialmente sexo, formação complementar e tempo de experiência nos serviços e na gestão. Assim, é importante compreender quais tecnologias devem ser inseridas em cada cenário para potencializar sua utilização na gestão para assistência segura e eficiente.

Considera-se que as TI têm um grande potencial para simplificar e agilizar o processo de gestão dos enfermeiros nos serviços de saúde, bem como para melhorar a coordenação da prestação de cuidados e liderar as equipes. Por isso, sugere-se identificar os diferentes desafios organizacionais para incorporação e padronização no uso dessas ferramentas de trabalho, coerente com o perfil dos profissionais que as utiliza, investir no processo de implementação, para domínio, o que exige investimentos institucionais, como financiamento para gerenciamento das tecnologias de forma eficiente e incentivos na compreensão e acompanhamento de como elas favorecem a eficiência do cuidados prestado, bem como respondem às características e necessidades dos trabalhadores, reduzindo sua sobrecarga de trabalho.

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  • Financiamento:

    Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Porto.

Editado por

Editor associado:

Dagmar Elaine Kaiser

Editor-chefe:

Maria da Graça Oliveira Crossetti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    13 Jul 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    03 Ago 2019
  • Aceito
    06 Mar 2020
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