RESUMO
Objetivo:
O ceratocisto odontogênico têm uma alta taxa de recorrência e comportamento clínico agressivo. O evento chamado transição epitelial-mesênquima (TEM) é um processo no qual a célula epitelial perde suas características epiteliais e adquire propriedades típicas das células mesenquimais. Estudos já demonstraram que o ceratocisto odontogênico tem expressão de marcadores tumorais, mas a falta de esclarecimento sobre seu mecanismo de desenvolvimento e composição molecular faz com que as opções terapêuticas permaneçam limitadas. O objetivo deste estudo é avaliar a expressão das proteínas marcadoras de transição epitelial-mesênquima nestas lesões, correlacionando a expressão destas proteínas com os aspectos clínicos de cada caso.
Métodos:
Os pacientes com diagnóstico de ceratocisto odontogênico, tratados pelo Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, Brasil, no período entre 2016 e 2019, foram avaliados por análise imunohistoquímica, para avaliar a expressão dos marcadores transição epitelial-mesênquima (Vimentina, beta-catenina e E-cadherina).
Resultados:
Foram incluídos 18 pacientes, com idade média de 43 anos, e a maioria deles eram do sexo masculino. A mandíbula foi mais afetada do que a maxila. Não foi observada associação entre as características clínicas dos cistos e o perfil imuno-histoquímico das proteínas transição epitelial-mesênquima.
Conclusão:
A positividade da E-caderina e a negatividade da vimentina demonstram que a sua função está preservada. A perda da função da E-caderina está associada a um pior prognóstico. Identificar o processo da transição epitelial-mesênquima como um marcador de prognóstico para cistos e tumores odontogênicos pode ser uma ferramenta importante para definir o tratamento dessas lesões.
Termos de indexação
Transição epitélio-mesênquima; Cistos odontogênicos; Ceratocistos odontogênicos