RESUMO
Objetivo:
Analisar as condições de saúde bucal e fatores de risco de cárie de pacientes com doença falciforme.
Métodos:
A pesquisa observacional e transversal foi realizada na Associação de Pessoas com Hemoglobinopatias de Alagoas situada na cidade de Maceió-AL. Amostra composta por 43 pacientes incluídos por amostragem censitária. Foram utilizados os índices de cárie ICDAS/CPOD/ceod e de higiene oral simplificado, testes de fluxo salivar e capacidade tampão. Os pacientes foram entrevistados para a verificação do nível de conhecimento sobre higiene bucal e dieta. Foram aplicados os testes de correlação de Spearman e ANOVA (p<0,05).
Resultados:
O CPOD médio foi de 15,49±4,43, higiene oral regular (IHOS=2,22±0,18), fluxo salivar médio de 0,92±0,26 e capacidade tampão média de 4,60±0,32. Existiu correlação entre o fluxo salivar e capacidade tampão (p= 0,009). Os pacientes com maiores prevalências de cárie, nas faixas etárias de 6 a 12 anos e 20 a 26 anos, possuíam os mais baixos valores de capacidade tampão (p= 0,04). A entrevista mostrou que 58% não utilizavam fio dental, 88% lanchavam alimentos cariogênicos, 100% relataram nunca ter recebido orientações do cirurgião dentista sobre o potencial cariogênico dos alimentos e 60% relataram que utilizavam medicamentos redutores de salivação (Tramal® e morfina) durante as crises álgicas.
Conclusão:
Os pacientes apresentaram uma prevalência de cárie muito alta, com a predominância de dentes cariados. Os parâmetros salivares analisados e o nível de conhecimento, sobre higiene bucal e dieta cariogênica apresentados, mostraram que pacientes com doença falciforme pertencem a um grupo de risco de desenvolvimento de cárie dentária.
Termos de indexação:
Cárie dentária; Dieta; Higiene buccal; Saliva; Anemia falciforme