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“CUÍCAS E PANDEIROS PARA STOKOWSKI OUVIR!”: O DISCO NATIVE BRAZILIAN MUSIC E A POLÍTICA DA BOA VIZINHANÇA (1940-1942)* * Este texto é resultado parcial da pesquisa “Heitor Villa-Lobos e a diplomacia cultural brasileira (1923-1959)”, apoiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Todas as obras e todos os documentos utilizados na pesquisa e na elaboração do artigo são citados nas notas e na bibliografia. As fontes documentais originais aqui citadas pertencem ao Museu Villa-Lobos.

“CUÍCAS AND PANDEIROS FOR STOKOWSKI TO LISTEN!”: THE ALBUM NATIVE BRAZILIAN MUSIC AND THE GOOD NEIGHBOR POLICY (1940-1942)

Resumo

Em 1940, no contexto da chamada Política da Boa Vizinhança, o regente Leopold Stokowski (1882-1977) visitou alguns países da América do Sul em turnê com a All-American Youth Orchestra. Por meio da análise de fontes da imprensa e do acervo documental do Museu Villa-Lobos, o presente artigo pretende iluminar aspectos relacionados à gravação do disco Native Brazilian Music, que reuniu, sob a iniciativa de Stokowski, alguns expoentes da música popular do Rio de Janeiro - como Donga, Pixinguinha e João da Baiana. O trabalho discute o papel desempenhado por músicos na esfera diplomática e argumenta que um dos efeitos da Política da Boa Vizinhança foi criar um jogo especular no qual, apesar da pretensa unidade cultural do continente, a aproximação promoveu discussões sobre identidade nacional, diferença e resistência.

Palavras-chave
Heitor Villa-Lobos; Leopold Stokowski; Política da Boa Vizinhança; samba; identidade cultural

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