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Colestase em modelo experimental em murinos: lesões incluem necrose isquêmica dos hepatócitos

OBJETIVO: Realizar um modelo experimental de obstrução do ducto biliar que permita uma observação controlada das fases aguda e subaguda da colestase. MÉTODOS: Submeteram-se camundongos BALB/c, adultos, machos, a ligadura do ducto biliar (22 animais) ou a cirurgia-controle (10 animais). Quinze dias após a cirurgia, ou imediatamente após a morte do animal, foram observados os achados macroscópicos e realizado o estudo histológico do fígado, árvore biliar e pâncreas (haematoxylina-eosina e tricrômico de Masson). RESULTADOS: Vinte e quatro horas após cirurgia, todos os animais do grupo ligadura do ducto biliar apresentaram estado progressivo de mal estar. Todos apresentaram icterícia no peritônio parietal e visceral, fígado aumentado e congesto, dilatação acentuada da vesícula biliar e do ducto biliar comum. Os achados microscópicos incluíram: marcada dilatação e proliferação dos ductos biliares com acentuada deposição de colágeno, áreas freqüentes de necrose isquêmica de hepatócitos, microabcessos hepáticos e colangite purulenta. Animais do grupo cirurgia-controle não apresentaram alterações macro ou microscópicas. CONCLUSÃO: Este estudo conseguiu estabelecer um modelo experimental de indução de colestase, possibilitando a observação das lesões teciduais agudas e subagudas. Nossos resultados apontaram a necrose isquêmica dos hepatócitos como um importante fator contribuinte para o distúrbio hepático na colestase, sugerindo uma participação da isquemia funcional na lesão do tecido. Esse estudo também sugere o quadro infeccioso como causa determinante de morte.

Colestase; Necrose isquêmica; Fibrose; Patologia experimental; Ducto biliar


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