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Trombendarterectomia aorto-femoral

OBJETIVO: Estudar a exeqüibilidade da trombendarterectomia em todos os portadores de obstrução aortilíaco-femoral aterosclerótica, seus resultados imediatos e tardios. MÉTODO: Trabalho clínico, prospectivo e descritivo feito em hospital universitário. Os critérios de inclusão foram: obstrução aortilíaco-femoral aterosclerótica associada ou não a obstruções fêmoro-poplíteas, condições clínicas para suportar cirurgia de grande porte e ausência de restaurações arteriais nos territórios aortofemoral e fêmoro-poplíteo. Os critérios de exclusão foram: aneurismas, doença arterial inflamatória e restauração arterial prévia reconhecidos apenas no ato cirúrgico. Foram incluídos 80 doentes. Nove (11,2%) foram excluídos. Participaram do estudo 71 doentes, 54 homens (76,1%) e 17 mulheres (23,9%), com média de idades igual a 57,3+9,9 anos. As indicações cirúrgicas foram claudicação intermitente e isquemia crítica. A técnica da trombendarterectomia com anéis foi empregada em todos doentes. Os resultados foram relacionados: a idade, sexo, queixa, diabetes mellitus, extensão da trombendarterectomia, extensão da doença obstrutiva arterial. Para a análise estatística foram empregados os testes de Qui quadrado ou exato de Fisher quando necessários e Wilkoxon (Gehan) para comparação de curvas de sobrevivência. RESULTADOS: Sessenta e oito (100%) restaurações estavam pérvias. A obstrução imediata ocorreu em 13 (18,3%) doentes e 12 foram reoperados com sucesso. Não houve diferenças significativas na distribuição das reoperações em relação às variáveis estudadas. Houve três amputações (4,2%) no grupo de isquemia crítica. A mortalidade foi 4,2% e aumentou significativamente nos pacientes diabéticos e nos que apresentaram obstruções fêmoro-poplíteas associadas. Após cinco anos 87,0±5,6% das restaurações estavam pérvias; isquemia crítica e endarterectomias aorto-ilíacas ou ilíaco-femorais estavam associadas à durabilidade menor. Após cinco anos 85,3±5,8% dos doentes estavam vivos; diabetes, idade acima de 65 anos e obstruções fêmoro-poplíteas associadas estavam relacionadas à diminuição da sobrevida dos pacientes. CONCLUSÕES: A trombendarterectomia pode ser aplicada em aproximadamente 90% dos casos de obstruções ateroscleróticas aortilíaco-femorais, a mortalidade imediata é aceitável, a taxa de amputações maiores imediatas é baixa, a taxa de reoperações imediatas é mais alta, os óbitos tardios são de causa cárdio-vascular na sua maioria, a restauração é durável principalmente quando indicada para tratamento da claudicação intermitente.

Aorta; Artéria ilíaca; Endarterectomia; Aterosclerose; Restauração arterial


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