Resumo
O trecho oeste do Rodoanel Governador Mário Covas foi aberto ao tráfego no ano de 2000. O pavimento era originalmente composto por placas de concreto com barras de transferência, com módulo de ruptura de projeto 4.5 MPa. Falhas prematuras foram observadas não somente por engenheiros e usuários, mas foram também relatadas pela imprensa. Placas de concreto começaram a ser demolidas e substituídas. Muitas das placas removidas foram levadas a uma planta de reciclagem local para britagem. Entretanto, os agregados produzidos não foram utilizados na produção das novas placas de concreto. O primeiro objetivo foi verificar a presença de fluorita como substância prejudicial no concreto existente, pois era uma suspeita entre os tecnologistas de concreto envolvidos no projeto de mistura durante a construção. As análises químicas por espectrometria de fluorescência de raios X não evidenciam a presença de componentes químicos prejudiciais à durabilidade do concreto. Portanto, o segundo objetivo foi aceitar o material para reciclagem e assim discutir proporções da mistura, resistência, rigidez, tenacidade à fratura e fadiga. Este documento apresenta um estudo de viabilidade da utilização de agregados reciclados na produção de novas placas de concreto, contudo mais espessas. O estudo inclui discussões sobre as proporções de mistura, resistência mecânica, fratura, fadiga, e composição química. A análise química com espectrometria de fluorescência de raios-X não detectou a presença de compostos químicos prejudiciais a durabilidade do concreto. O desempenho à fadiga de misturas recicladas impõe demandas por soluções de projeto mais espessas e custosas.
Palavras-chave:
pavimento de concreto; reciclagem de concreto; módulo de ruptura; fratura; fadiga; durabilidade