Elementos lineares em concreto armado estão sujeitos a solicitações tangenciais ao longo de sua vida útil. Tais solicitações são oriundas de dois esforços solicitantes: força cortante e momento torçor, podendo haver ação combinada destes esforços. A ABNT NBR 6118:2007 [1] fixa as condições para o cálculo da área de armadura transversal para absorver as tensões provenientes da força cortante, admitindo dois modelos teóricos baseados na analogia de treliça de banzos paralelos, inicialmente estudada por Mörsch [2]. O ângulo θ de inclinação da biela de compressão pode ser considerado constante e igual a 45º (Modelo I) ou variando entre 30º e 45º (modelo II). Quando o momento torçor é necessário ao equilíbrio da estrutura, considera-se um modelo resistente constituído por uma treliça espacial de seção vazada. Essa treliça admite ângulos de inclinação variando entre 30º e 45º em concordância com o modelo resistente à força cortante. Apresenta-se um estudo teórico a respeito dos modelos de cálculo I e II para força cortante combinados com a ação de momento torçor, no qual variaram-se a geometria e a intensidade das ações em vigas de concreto armado, cujo objetivo foi verificar o consumo de armadura transversal em função do modelo de cálculo adotado. À medida que o ângulo θ diminui no modelo de cálculo II, tem-se redução na área de armadura transversal (Asw) e aumento na área total que considera a armadura longitudinal de torção (Asℓ). Verifica-se ainda que, ao considerar o modelo de cálculo II com ângulo θ acima de 40º quando da atuação apenas da força cortante, tem-se aumento em até 22% na área de armadura transversal, quando comparada com a armadura obtida utilizando o modelo de cálculo I.
concreto armado; modelo de cálculo; força cortante; momento torçor