Durante dois anos completos foram feitas capturas de flebotomíneos em área de leishmaniose tegumentar no município de Angra dos Reis. Utilizou-se tubo de sucção manual, para as capturas dos flebotomíneos pousados nas paredes da casa, além de armadilhas luminosas, no domicílio, peridomicílio e na mata. Foram obtidos 14.170 exemplares, de treze espécies, duas do gênero Brumptomyia França & Parrot 1921 e onze do gênero Lutzomyia França 1924. L. intermedia teve supremacia no peridomicílio e no domicílio, com pouca presença na mata, o mesmo ocorreu com L. migonei, comprovando a adaptação dessas espécies ao ambiente humano. L. fischeri aparece com característica eclética quanto ao local, mostrando-se proporcionalmente mais endófila. L. intermedia e L. migonei foram mais numerosas no peridomicílio, durante todos os meses do ano, enquanto L. fischeri, excetuando os meses de março, abril, maio e setembro, foi mais numerosa no domicílio. Pela prevalência, comprovada antropofilia e por ter sido encontrada infectada naturalmente por Leishmania(Viannia) braziliensis, L. intermedia pode ser incriminada como o principal vetor desse agente da leishmaniose tegumentar na área de estudo, sobretudo no ambiente peridomiciliar. L. fischeri, pelas características apresentadas, pode ser um coadjuvante na veiculação do parasita.