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Evolução à miocardiopatia dos infectados chagásicos crônicos tratados (nifurtimox ou benzonidazol) e não tratados

Para comparar a evolução dos infectados chagásicos crônicos não tratados (UTPs) e tratados (TPs) com nifurtimox ou benznidazol, fez-se um estudo longitudinal numa área de baixa endemicidade (cidade de Santa Fe, Argentina), com média de seguimento de 14 anos. Em cada controle foram feitas análises sorológicas e parasitológicas, exames clínicos, eletrocardiográficos e radiológicos. No inicio, 19/198 infectados apresentaram miocardiopatia chagásica crônica (MChCr), enquanto 179 eram assintomáticos. A frequência de MChCr no seguimento destes últimos foi 3,2% para os tratados e 7% para os não tratados. Dos pacientes com MChCr no início, 2/5 dos tratados e 9/14 dos não tratados agravaram sua miocardiopatia. Comparando a evolução clínica dos infectados, 5,9% dos tratados e 13% dos não tratados tiveram evolução desfavorável, mas esta diferença não é estatisticamente significativa. Na avaliação sorológica por IFI, 86% dos TPs e só 38% dos UTPs apresentaram títulos menores ou iguais a 1/64. As diferenças são estatisticamente significativas (média geométrica: 49,36 vs 98,2). Os xenodiagnósticos seriados realizados, demonstraram efetividade das drogas (considerar a baixa sensibilidade deste método na etapa crônica). Os pacientes tratados mostraram melhor evolução clínica e mais baixos níveis de anticorpos do que os não tratados. É preciso continuar as investigações para estabelecer pautas terapêuticas mais claras sobre a relação risco-benefício, sustentadas nos princípios científicos e éticos.


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