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Resposta imune humoral anti-rábica em bovinos imunizados com vacina inativada e atenuada

A raiva bovina, transmitida principalmente pelo morcego hematófago Desmodus rotundus, é endêmica em várias regiões do Brasil, com um crescente número de casos sendo registrados anualmente. O controle desta infecção em bovinos é feito pelo controle de colônias de morcegos hematófagos e pela vacinação dos rebanhos. Embora as vacinas inativadas sejam mais seguras e mais estáveis que as vacinas atenuadas, estas últimas são ainda amplamente utilizadas em muitas regiões do país, por se acreditar que confiram imunidade mais duradoura. Neste estudo, foram comparadas as respostas anticórpicas de dois grupos de bovinos imunizados com uma vacina atenuada e uma inativada disponíveis comercialmente. Os anticorpos anti-rábicos neutralizantes (AcN) foram titulados pela técnica de soroneutralização em cultura de células BHK-21, enquanto que os níveis de anticorpos anti-rábicos totais (IgG) foram avaliados pela técnica de ELISA, por um período de 180 dias. A vacina inativada induziu a soroconversão (AcN 3 0,5 UI/ml) em 100% dos animais no dia 30, mantendo-se assim até o 150o dia; no dia 180, 87% dos animais ainda mostravam-se com títulos de AcN 3 0,5 UI/ml. Neste grupo, os níveis de IgG anti-rábicas foram semelhantes aos de AcN. A vacina atenuada, no entanto, induziu títulos de AcN e de IgG significantemente menores que os encontrados com a vacina inativada, com consequente diminuição da taxa de soropositividade. Além disso, ao contrário do verificado com a vacina inativada, o perfil de AcN não teve paralelismo com o de anticorpos IgG quando soros foram testados pela técnica de soroneutralização e pelo ELISA, respectivamente.


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