Relata-se o segundo caso de infecção por Chromobacterium violaceum ocorrido no Brasil. Um trabalhador agrícola, morador do Estado de São Paulo apresentou febre e intensa dor abdominal durante quatro dias. Ao ser hospitalizado estava em estado toxêmico e tinha o abdômen distendido e doloroso. Radiografia de tórax e ultrassonografia abdominal mostraram pneumonia e áreas hipoecóicas no fígado. O paciente desenvolveu falência de múltiplos órgãos e faleceu poucas horas depois. Em cultura de sangue foi isolado C. violaceum resistente à ampicilina e a cefalosporinas, mas suscetível a cloranfenicol, tetraciclina, aminoglicosídeos e ciprofloxacina. À autópsia foram encontrados microabscessos pulmonares e múltiplos abscessos hepáticos. As principais características deste caso são geralmente observadas em infecções por C. violaceum: evolução rápida, formação de abscessos viscerais múltiplos e alta mortalidade. Em razão do padrão de resistência antimicrobiana desse bacilo Gram-negativo ambiental, para se obter antibioticoterapia empírica apropriada em casos de graves infecções comunitárias no Brasil é importante incluir no diagnóstico diferencial a cromobacteriose.
