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Associação entre tabagismo e o uso de crack com a descontinuidade da terapia antirretroviral combinada em Recife, Pernambuco, Brasil

Apesar da eficácia da terapêutica antirretroviral combinada para o tratamento de pessoas vivendo com HIV/Aids, a não adesão aos medicamentos tem se tornado uma das maiores ameaças à efetividade dessa terapêutica. O objetivo desse estudo foi estimar a prevalência de uso irregular autorreferido da terapia antirretroviral e os fatores associados com essa irregularidade em pessoas vivendo com HIV. Foi realizado um estudo seccional de pessoas vivendo com HIV/Aids atendidas em dois centros de referência no Recife, Nordeste do Brasil, entre junho 2007 e outubro de 2009. Foram analisados os fatores socioeconômicos, de apoio social e de hábitos do indivíduo, ajustados através de análise de regressão logística multivariada. A prevalência de pessoas vivendo com HIV/Aids que relataram o uso irregular da terapia antirretroviral combinada (TARC) foi de 25,7%. No modelo multivariado final, o uso irregular da TARC esteve associado às seguintes variáveis: ter menos de 40 anos (OR = 1,66, IC95%: 1,29-2,13), fumantes (OR = 1,76, IC95%: 1,31-2,37) ou ex-fumantes (OR = 1,43, IC95%: 1,05-1,95) e ser usuário de crack (OR = 2,79, IC95%: 1,24-6,32). Medidas especiais devem ser direcionadas para cada um dos seguintes grupos: adultos com menos de 40 anos, fumantes, ex-fumantes e usuários de crack. Ações voltadas para a cessação do tabagismo e do crack devem ser incorporadas ao programa de controle dos infectados pelo HIV, visando promover a maior adesão aos antirretrovirais e, consequentemente, aumentar a expectativa e a qualidade de vida.


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