Doença de Chagas aguda no Estado de São Paulo: aspectos epidemiológicos Desde o início da década de 70 a transmissão natural da infecção chagásica é considerada sob controle e as ações de vigilância epidemiológica desde então desenvolvidas não têm detectado ocorrência de novos casos de tripanosomíase americana, transmitidos por triatomíneos, no Estado de São Paulo. Este fato justifica o relato de ocorrência de caso agudo de doença de Chagas, em área típica de Mata Atlântica, considerada indene de triatomíneos domiciliados. Em maio de 1995 foi diagnosticada a presença de formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi em paciente com 57 anos, sexo masculino, aposentado, residente e natural do município de Santos, na vigência de quadro clínico caracterizado por febre, mal estar e fadiga. O paciente relatou que cerca de 40 dias antes participara de passeio, com outros 17 companheiros, por área silvestre dos municípios de Itanhaém e Peruíbe, com duração de 7 dias. Durante esse período pernoitou em três diferentes habitações de ocupação temporária. Oito dias após o término do passeio passou a apresentar febre, mal estar e fadiga. Permaneceu 31 dias após o início dos sintomas sendo orientado sob várias hipóteses diagnósticas, com atendimento ambulatorial e hospitalar. Após confirmação diagnóstica de infecção chagásica foi novamente internado, vindo a falecer no oitavo dia após a introdução de tratamento com benzonidazol. A investigação epidemiológica efetuada não revelou a presença de triatomíneos domiciliados nas três residências utilizadas pelo grupo de excursionistas nem a presença de anticorpos anti-T.cruzi ou de formas tripomastigotas nos demais participantes do passeio