A avaliação da prevalência de anticorpos contra o vírus da hepatite A em duas populações com diferentes níveis sócio-econômicos foi realizada pela análise de 101 e 82 amostras de soros provenientes de grupos de alto e baixo nível sócio-econômico, respectivamente, utilizando um teste imunoen-zimático comercial. A prevalência no grupo de baixo nível sócio-econômico foi 95,0% enquanto que no grupo de alto nível socioeconomico foi apenas 19,6% (p < 0,001). Estes dados mostram uma dualidade no Brasil: a prevalência de anti-HAV em indivíduos de nível sócio-econômico baixo é similar àquela dos países em desenvolvimento, enquanto que nos indivíduos de alto nível sócio-econômico é compatível com o padrão de países desenvolvidos. O controle desta infecção depende primariamente da melhoria das condições sanitárias, mas especialmente em populações de alto-nível sócio-econômico, o uso da vacinação contra a hepatite A é altamente aconselhável para evitar o aparecimento da doença em adultos.