A prevalência de anticorpos e a incidência de infecção por citomegalovírus (CMV) foram estudadas em 98 crianças de 5 a 36 meses de idade que freqüentavam a creche de um hospital universitário em São Paulo. No início do estudo, a prevalência geral de anticorpos para o CMV foi de 44% (43/98). Obteve-se para o isolamento viral, amostras de saliva e/ou urina de 36 das 43 crianças que eram soropositivas, constatando-se que 55,6% das mesmas estavam excretando CMV em um dos materiais. Das 37 crianças inicialmente soronegativas, das quais foi possível obter nova amostra de sangue 6 a 12 meses após, 22 (59,5%) apresentaram soroconversão. A taxa de excreção viral na urina ou saliva nas crianças que soroconverteram foi de 52,4%. Estes resultados indicam que a infecção por CMV foi freqüente e ocorreu precocemente nas crianças que freqüentavam esta creche. Contudo, estudos controlados usando técnicas de epidemiologia molecular são necessários para definir mais precisamente o papel da creche na disseminação do CMV.