O estudo de quatro anos de duração (1987-1990) abarcou as principais características clínico-epidemiológicas de pneumonia em crianças, tal como foi diagnosticado no serviço de emergência do Hospital Infantil, e também as etiologias e fatores implicados nos casos mais severos. Determinou-se a etiologia em 47.7% dos 541 casos de pneumonia, que incluíam 283 patógenos, dos quais 38.6% eram virus e 12.6% bactérias. Observou-se etiologia viral e mista mais freqüentemente nas crianças de menos de 12 meses. A etiologia bacteriana prevaleceu nas idades entre 6 e 23 meses. Com relação aos virus, a predominância foi de RSV com prevalência de 66% do total de virus. Os mais importantes agentes bacterianos foram S. pneumoniae (64%) e H. influenzae (19%). O H. influenzae e as infecções mistas incidiram significativamente durante 1988 assinalando variações anuais na severidade das doenças. Observou-se correlação entre a gravidade dos casos e a alta porcentagem de diagnóstico etiológico: pacientes com ritmos respiratórios mais altos que 70rpm, derrame pleural ou com comprometimento extenso de parênquima pulmonar, apresentaram maior índice de positividade laboratorial. Reconheceu-se vários fatores de risco individuais e familiares ao comparar crianças com pneumonia com controles sadios.