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Acometimento pancreático em casos fatais de leptospirose humana: aspectos clínicos e histopatológicos

Hiperamilasemia tem sido documentada em mais de 65% dos pacientes com leptospirose severa, e o diagnóstico de pancreatite aguda torna-se difícil pelo fato de que a insuficiência renal pode aumentar os níveis séricos de amilase. Assim, foram analisadas, retrospectivamente, as características clínicas e histopatológicas do acometimento pancreático em 13 casos fatais de leptospirose humana. Os sinais e sintomas mais comuns foram febre, calafrios, vômitos, mialgia, desidratação, dor abdominal e diarréia. Trombocitopenia foi encontrada em 11 pacientes. Elevação dos níveis de AST e ALT foi observada em nove casos. Hiperamilasemia foi detectada em todos os pacientes em que foi dosada, com valores acima de 180 UI/L (três casos). Todos os pacientes desenvolveram insuficiência renal aguda e cinco necessitaram de tratamento dialítico. A principal causa de morte foi insuficiência respiratória devido à hemorragia pulmonar. Fragmentos do pâncreas foram obtidos para estudo histológico, e necrose gordurosa foi o critério utilizado para classificar pancreatite. Os achados histológicos foram edema pancreático, infiltrado inflamatório discreto de linfócitos, hemorragia, congestão, necrose gordurosa e calcificação. Deve-se suspeitar de acometimento pancreático em todo paciente com a forma grave de leptospirose que desenvolve dor abdominal.


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