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Filariose bancroftiana em duas áreas urbanas do Recife, Brasil: o papel dos fatores de risco individuais

A Filariose bancroftiana está se disseminando em áreas urbanas de regiões endêmicas como no Recife, nordeste do Brasil, onde se constitui em um problema de saúde pública. Este artigo descreve a prevalência de microfilaremia e doença filarial em duas áreas urbanas do Recife, estudando sua associação com características individuais e variáveis relacionadas ao contacto com vetores. O inquérito parasitológico foi realizado através de um censo "porta-a-porta" e a pesquisa de microfilárias foi efetuada pela técnica da gota espessa utilizando 45µl de sangue capilar entre 20:00 e 24:00 horas. Homens com idade entre 15 e 44 anos apresentaram o maior risco de microfilaremia. Microfilaremia esteve também associada com o não uso de mosquiteiros para dormir e um maior tempo de residência nas áreas de estudo. A prevalência total de doença filarial foi 6,3%. Os homens apresentaram o maior risco de desenvolver doença aguda. O risco de manifestações clínicas crônicas foi também maior entre os homens e aumentou com a idade. Não encontramos associação entre tempo de residência nas áreas, uso de mosquiteiros, microfilaremia e doença filarial aguda e crônica. Podemos concluir que em áreas endêmicas existem subgrupos de indivíduos que têm um maior risco de serem portadores de microfilárias devido a comportamentos diferentes em relação ao contato com o vetor.


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