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Genótipos de rotavírus circulando no Brasil, 2007-2012: implicações para o Programa de Vacinação

RESUMO

Em relação à saúde pública no Brasil, um novo cenário emergiu com o estabelecimento dos programas universais de vacinação contra o rotavírus (RV). Os resultados de cinco anos (2007-2012) de vigilância dos genótipos G e P de cepas de RV detectadas em indivíduos com gastroenterite aguda no Brasil são descritos no presente estudo. Um total de 6196 amostras fecais foi investigado utilizando ELISA e RT-PCR. RVs foram detectados em 19,1% (1181/6196). O pico de incidência de RV se deslocou de junho-agosto para setembro. RV foi detectado com menor frequência entre crianças ≤ 5 anos (19,5%) quando comparado às crianças mais velhas e adolescentes (6-18 anos) (40,6%). A distribuição genotípica mostrou um perfil diferente a cada ano: a cepa G2P[4] foi prevalente durante 2007-2010, G9P[8] em 2011 e G12P[8] em 2012. Infecções mistas (G1+G2P[4], G2+G3P[4]+P[8], G2+G12P[8]), combinações não usuais (G1P[4], G2P[6]) e cepas atípicas (G3P[3]) também foram identificadas em todo o período do estudo. A vacinação em massa pode alterar o padrão sazonal do RV. A tendência do RV em infectar crianças mais velhas e adolescentes após a implementação da vacina tem sido relatada em todo o mundo. A emergência de G2P[4] segue provavelmente a tendência mundial e, aparentemente, não está relacionada à vacinação. G12 também parece estar emergindo na população brasileira. As rápidas mudanças nos padrões de genótipos dos RVs observados durante o período desse estudo ilustram a existência de uma população dinâmica de cepas selvagens co-circulando no Brasil.

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