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Alteração auditiva em pacientes com tuberculose no nordeste do Brasil

Este trabalho teve por objetivo descrever o perfil auditivo de pessoas que realizaram tratamento para tuberculose com estreptomicina em Recife nos anos de 2000 e 2001. Para tal foi utilizado o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, fornecido pela Secretária de Saúde deste município, sendo selecionadas 78 pessoas que usaram a droga no período em estudo. Do total de pacientes selecionados sete eram menores de 18 anos ou maiores de 58 anos, 19 haviam falecido, 13 não foram localizados, dois eram presidiários, um negou-se a participar, restando, pois 36 indivíduos que puderam ser submetidos a uma entrevista, a meatoscopia e a audiometria. No grupo estudado predominou o sexo masculino (79,4%) e a média das idades era de 38,8 anos. Dos 36 pacientes, 27 (75,0%) apresentaram alteração auditiva, sendo a mais freqüente a sensório-neural bilateral (63,9%), com predomínio de freqüências agudas, a partir de 4000 Hz. Os achados com elevados percentuais de alteração auditiva entre os usuários de estreptomicina, apontam para a necessidade de aprofundamento deste tema em outros estudos, e também sugerem a necessidade de estruturação de um sistema de monitoramento auditivo para a população de pacientes submetidos a esse quimioterápico no tratamento para tuberculose.


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