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Avaliação do oltipraz na esquistossomose mansônica. Ensaio clínico

Setenta e três crianças (6 a 15 anos) e 75 adultos (18-47 anos) com esquistossomose mansoni foram tratados com oltipraz. O diagnóstico foi feito através do exame parasitológico quantitativo de Kato-Katz e só os pacientes com 100 ou mais ovos por grama de fezes foram admitidos no ensaio. Crianças e adultos foram divididos em dois grupos cada, os quais eram tratados com 25 ou 30 mg/kg em dose única oral. Exame clínico, testes de laboratório (hemograma, urina rotina, funções hepática e renal, glicose, colesterol, triglicéridas, lipoproteínas HLD e LDL) e eletrocardiograma foram realizados antes, três ou sete dias e um mês após o tratamento. O controle parasitológico foi realizado com três exames de fezes em dias consecutivos no 1.°, 3.° e 6° mês após o tratamento. Tontura, sonolência, cefaléia, náusea, vômitos e dor abdominal foram os efeitos colaterais mais encontrados, bem como "dor nas extremidades" principalmente nos dedos, um sintoma que necessita novos estudos. Não houve alterações nos exames de laboratório a não ser eosinofilia um mês após o tratamento, o que indica provavelmente, a morte de vermes. O índice de cura nas crianças foi de 81,8% e 74,2% com 25 ou 30 mg/kg respectivamente, enquanto nos adultos com 25 mg/kg, 75,0% dos pacientes foram considerados curados e com 30 mg/kg 81,2%. Não houve diferença estatística no que se refere a cura e efeito colateral, quando comparado com as doses usadas, nem entre adultos e crianças. Em todos os grupos a porcentagem de redução do número de ovos nas fezes foi maior que 96,0% nos pacientes não curados.


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