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Sofrimento moral no cotidiano da enfermagem: traços ocultos de poder e resistência

OBJETIVO: conhecer as estratégias de resistência adotadas por trabalhadores de enfermagem, diante de situações de enfrentamento do sofrimento moral, numa perspectiva ética. MÉTODO: realizou-se pesquisa qualitativa, mediante entrevistas semiestruturadas, com quinze trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário do extremo Sul do Brasil, através de análise textual discursiva e referencial teórico foucaultiano. RESULTADOS: foram construídas duas categorias: negação de si e do outro - em que se percebe que os trabalhadores de enfermagem podem executar ações que se pautam predominantemente por imobilismo e conformismo, evitando enfrentamentos de quem representa o poder, nas situações que lhes provocam sofrimento moral; possibilidade de cuidado de si e do outro - em que os trabalhadores de enfermagem, diante de situações que lhes provocam sofrimento moral, exercem poder e resistência. CONCLUSÃO: percebe-se que alguns profissionais parecem utilizar estratégias de enfrentamento éticas, de modo a assegurar e preservar valores profissionais. No entanto, muitas vezes, a opção de alguns profissionais de enfermagem pode recair no imobilismo e na ausência de construção de estratégias de resistência. Essa situação pode representar o seu reduzido exercício de poder e insuficiente resistência, ante os problemas éticos, contribuindo, assim, para intensificar sua invisibilidade na área da saúde.

Esgotamento Profissional; Poder; Ética; Enfermagem


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