Objetivo: verificar a associação entre exposição a notícias e informações sobre COVID-19, por redes sociais, televisão e rádio, e o rastreio para ansiedade e depressão geriátrica comparando Peru, Brasil e México.
Método: delineamento transversal, por web-based survey, em amostra não probabilística, com escalas validadas para rastreio de ansiedade e depressão geriátrica, e análise dos dados por regressão logística binária hierárquica.
Resultados: dos 7.976 participantes, prevaleceu o sexo feminino (n = 4.937, 61,9%), cor/raça não branca (n = 4.724, 59,2%) e na faixa etária de 60 a 64 anos (n = 2.584, 32,4%). O acesso às notícias e informações sobre COVID-19 ocorreu pela televisão (n = 6.187, 77,6%), em poucas ou algumas vezes na semana (n = 4.322, 54,2%) por três horas ou mais (n = 2.596, 32,5%). Nos modelos finais, para ansiedade ou depressão, as diferenças significativas (p-valor < 0,001) para os aspectos uso, frequência e horas de exposição alteraram a depender da mídia. A prevalência para os desfechos, em comparação aos três países, foi pequena.
Conclusão: a exposição frequente às mídias foi associada a uma maior prevalência de ansiedade e depressão geriátrica, embora a diferença entre os países estudados tenha sido pequena.
Descritores:
Infodemia; Saúde Mental; Idoso; América Latina; Covid-19; Estudos Transversais
Destaques:
(1) As variáveis associadas aos desfechos indicam o consumo de notícias e informações. (2) A frequência e o tempo de exposição às mídias importam para o rastreio. (3) A prevalência para o desfecho em comparação aos três países foi pequena. (4) O rastreio para ansiedade foi de 42,6% e para depressão 59,4%. (5) O consumo midiático foi de 77,6% televisão, 46,6% redes sociais e 42,7% rádio.