Acessibilidade / Reportar erro

Condicionantes e/ou determinantes do retorno à atividade sexual no puerpério

Resumos

OBJETIVO:

identificar fatores que condicionam e/ou determinam o retorno das atividades sexuais no puerpério.

MÉTODO:

estudo exploratório e descritivo, desenvolvido em um hospital universitário do Sul do Brasil. Fizeram parte do estudo 15 puérperas que realizaram a consulta de enfermagem, no período de agosto a outubro de 2011. A coleta de dados aconteceu por entrevista semiestruturada, após o término da consulta, questionando-as quanto ao retorno da atividade sexual e às sensações envolvidas nesse processo.

RESULTADOS:

o medo de uma nova gravidez foi o principal determinante/condicionante do retorno sexual no pós-parto. Na análise temática despontou, como fatores condicionantes e/ou determinantes, o medo de sentir dor, a liberação do profissional de saúde, a vergonha do próprio corpo e as alterações na libido.

CONCLUSÃO:

considera-se fundamental que a temática da anticoncepção seja abordada com a mulher/casal durante o pré-natal, para que tenha oportunidade de reflexão e diálogo, anterior ao momento crítico em si.

Período Pós-Parto; Comportamento Sexual; Saúde da Mulher; Anticoncepção


OBJECTIVE:

to identify factors which constrain or determine the return to sexual activity in the puerperium.

METHOD:

exploratory and descriptive study undertaken in a university hospital in the South of Brazil. Fifteen women who had recently given birth, who received a consultation with the nurse in the period August - October 2011, took part in the study. Data was collected after the consultation had finished through semi-structured interviews, in which the women who had recently given birth were asked about the return to sexual activity and the feelings involved in this process.

RESULTS:

the principal determinant/constraint for return to sexual activity in the post-natal period was the fear of a new pregnancy. Fear of feeling pain, permission from the health professional, shame of their own bodies and changes in libido emerged as constraining and/or determinant factors in the thematic analysis.

CONCLUSION:

it is considered fundamental for the issue of contraception to be addressed with the woman/couple during the pre-natal consultation, so that there may be opportunities for reflection and dialog prior to the critical time itself.

Postpartum Períod; Sexual Behavior; Women's Health; Contraception


OBJETIVO:

identificar factores que condicionan y/o determinan el retorno de las actividades sexuales en el puerperio.

MÉTODO:

estudio exploratorio y descriptivo desarrollado en un hospital universitario del Sur de Brasil. Hicieron parte del estudio 15 puérperas que realizaron la consulta de enfermería, en el período de agosto a octubre de 2011. La recolección de datos aconteció por entrevista semiestructurada, después del término de la consulta, preguntándoles sobre el retorno de la actividad sexual y las sensaciones involucradas en este proceso.

RESULTADOS:

el miedo de un nuevo embarazo fue el principal determinante/condicionante del retorno sexual en el posparto. En el análisis temático sobresalieron como factores condicionantes y/o determinantes, el miedo de sentir dolor, la liberación del profesional de salud, la vergüenza del propio cuerpo y las alteraciones en la libido.

CONCLUSÍON:

se considera fundamental que la temática de la anticoncepción sea abordada con la mujer/pareja durante el prenatal, para que tenga oportunidad de reflexionar y dialogar, antes del momento crítico en sí.

Período Posparto; Comportamiento Sexual; Salud de la Mujer; Anticoncepción


Introdução

O puerpério é compreendido como o período que se inicia logo após o parto e termina quando as modificações locais e gerais, determinadas pela gestação no organismo materno, retornam às condições normais( 11. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada - manual técnico. Brasília (DF) : Ministério da Saúde, 2006. ). É nesse período que ocorrem algumas adaptações fisiológicas e comportamentais complexas nas mulheres, caracterizadas pelos fenômenos involutivos, pelo estabelecimento da lactação, pela adaptação psicológica da mãe e pelo estabelecimento da relação mãe/filho e familiares.

Ao pós-parto associa-se, geralmente, diminuição do bem-estar biológico, psicológico, conjugal e familiar, muitas vezes implicando reestruturação na vida do casal, que busca se adaptar a essa nova condição. As alterações decorrentes da gravidez e do parto, presentes no puerpério, são expressas como dor ou desconforto abdominal na região perineal, nas mamas, dores musculares, podendo acarretar, inclusive, dificuldades no autocuidado e nos cuidados com o bebê( 22. Monteiro JCS, Gomes FA, Nakano AMS. Amamentação e o seio feminino: Uma análise sob a ótica da sexualidade e dos direitos reprodutivos. Texto Contexto Enferm. 2006;15(1):146-50. ).

Alterações dos padrões de atividade sexual, diminuição do desejo e do prazer sexual são mudanças que se verificam depois do nascimento do bebê, e que podem persistir muito depois do término dos cuidados pós-parto convencionais. O pós-parto é um período de reduzida ou ausente atividade sexual, especialmente em relação ao coito, para a maioria das mulheres, cujas razões vão desde o cansaço inerente à gravidez e ao próprio parto até a preocupação com as responsabilidades maternais, incluindo o período de tempo necessário para o aparelho genital recuperar-se do parto, particularmente na ocorrência de episiotomia ou laceração. Por outro lado, os baixos níveis de estrogênio tendem a reduzir a lubrificação vaginal, tornando o coito desconfortável( 33. Abuchaim ESV, Silva IA. Vivenciando la lactancia y la sexualidad em La maternidad: "dividiéndos e entre ser madre y mujer".Ciência Cuidado e Saúde. 2006;5(2):220-8. ).

Mesmo tendo superados os medos e receios e recuperada a vulnerabilidade física, outros obstáculos à sexualidade satisfatória podem permanecer, como o excesso de tarefas parentais, elevada ansiedade e preocupação. Marido e mulher olham menos um para o outro e mais para o bebê, que passa a ser o centro das atenções, levando um a não reconhecer o trabalho ou o valor do outro, ou até mesmo sentir-se rejeitado( 33. Abuchaim ESV, Silva IA. Vivenciando la lactancia y la sexualidad em La maternidad: "dividiéndos e entre ser madre y mujer".Ciência Cuidado e Saúde. 2006;5(2):220-8. ). Há estudos que relacionam, também, a amamentação como fator importante na compreensão do comportamento sexual no puerpério, não somente pelos fatores hormonais envolvidos como, também, pela relação existente entre o aleitamento materno e as noites mal dormidas, originando maior fadiga. As implicações psicológicas da amamentação são complexas e podem ser importantes tanto para a mulher como para o homem( 44. Costa PJ, Locatelli BMES. O processo de amamentação e suas implicações para a mãe e seu bebê. Mental 2008;6(10):85-102. ).

Nos primeiros dias pós-parto, a mulher vive um período de transição, em que fica vulnerável a qualquer tipo de problema, quando as emoções estão afloradas, demonstrando a necessidade de se sentir acolhida e respeitada. A mulher precisa receber cuidados de forma integral, pois seu corpo passa por modificações importantes, e ela busca recolhimento para preservar e garantir sua saúde e bem-estar físico e emocional, demandando uma rede de cuidadores, formada pela família e os serviços de saúde( 55. Almeida MS, Silva IA. Women's needs in immediate puerperium in a public maternity in Salvador, Bahia, Brazil. Rev Esc Enferm USP. 2008;42(2):347-54. ).

Esses fatores elencados são entendidos como condicionantes e/ou determinantes do retorno à atividade sexual das puérperas. Os condicionantes referem-se ao que é submisso a certas condições, o que, na visão kantiana, funciona como limitação de possibilidades e os determinantes, por sua vez, estipulam as causas da ocorrência dos fenômenos e podem constituir uma forma provável de previsão dos mesmos( 66. Abbagnano N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. ).

Entende-se que o conhecimento dos condicionantes e/ou determinantes do retorno à atividade sexual no puerpério possa a ser uma ferramenta de auxílio à enfermeira, durante a consulta de enfermagem, no sentido de proporcionar a instrumentalização das puérperas para o autocuidado e o cuidado do seu bebê da forma mais satisfatória possível. A consulta de enfermagem diferencia-se da consulta médica, na medida em que proporciona o estabelecimento de uma relação mais próxima, marcada pela informalidade, descontração e flexibilidade( 77. Silva AI, Figueiredo B. Sexualidade na gravidez e após o parto. Psiquiatr Clín [periódico online]. 2005 [acesso em 21 maio 2011]; 25(3):253-64. Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/4720
Disponível em: http://hdl.handle.net/182...
).

A enfermeira deve aproveitar esse espaço no sentido de alcançar a captação e a expressão de necessidades, para a resolução de problemas inseridos em sua competência, juntamente com a articulação de outros profissionais e serviços, através de enfoque clínico-educativo e individual. Para isso, é preciso adotar medidas que favoreçam uma prática de troca e crescimento com a usuária, assumindo o papel de facilitadora( 88. Maia CS, Freitas DRC, Guilhem D. Azevedo AF. Percepções sobre qualidade de serviços que atendem à saúde da mulher. Ciênc. saúde coletiva. 2011; 16(5):2567-74. - 99. Carvalho SR, Gastaldo D. Promoção da Saúde e empoderamento: uma reflexão a partir das perspectivas crítico-social pós- estruturalista. Ciênc. saúde coletiva. 2008; 13(2):2029-40 ).

São escassos ainda os estudos sobre a temática, o que torna o assunto relevante, instigando o profissional enfermeiro a empreender um olhar mais amplo relativo à assistência obstétrica sobre a sexualidade da mulher, no período puerperal. Considerando a influência das transformações corporais da gestação e do pós-parto, torna-se importante entender e conhecer o impacto que essas modificações podem causar para a vida sexual da mulher, durante o puerpério, a fim de promover assistência direcionada a essa população, implementando estratégias educativas ainda durante o pré-natal e, posteriormente, no puerpério.

Assim, de forma a obter subsídios para melhor desempenhar esse papel na consulta de enfermagem, e a partir da constatação da lacuna de conhecimento envolvendo essa temática, com a maioria dos estudos publicados voltando-se mais para a fisiologia do processo puerperal do que para as necessidades da mulher, apresenta-se a seguinte questão norteadora da pesquisa: o que condiciona e/ou determina o retorno das atividades sexuais no puerpério? Ao visualizar a importância dessa temática ser discutida e entendida pelas enfermeiras que desenvolvem a consulta de enfermagem puerperal, tendo consciência desse delicado momento na vida das mulheres, desenvolveu-se este estudo, com o objetivo de identificar os fatores que condicionam e/ou determinam o retorno das atividades sexuais no puerpério.

Metodologia

Trata-se de estudo qualitativo, exploratório e descritivo, que se baseia na premissa de que os conhecimentos sobre os indivíduos só são possíveis com a descrição da experiência humana, tal como ela é vivida e definida por seus próprios autores( 1010. Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Trad. de Ana Thorelli. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004. ).

O estudo foi desenvolvido no Ambulatório do Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU), da cidade do Rio Grande, RS, hospital público, integrante da rede de serviços que compõem o Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse local são desenvolvidas consultas de enfermagem às puérperas de baixo risco, enquanto as consultas de alto risco são desenvolvidas por médicos. A consulta de enfermagem é realizada, semanalmente, por uma enfermeira e duas acadêmicas de enfermagem, aproximadamente 30 dias após o parto, sendo que essas foram as responsáveis pela coleta dos dados.

Fizeram parte do estudo 15 puérperas que tiveram seus filhos no HU e que realizaram a consulta de enfermagem puerperal, no período de agosto a outubro de 2011, tendo aceitado participar da pesquisa. No período analisado, foram atendidas 17 puérperas, sendo que duas (2) se recusaram a participar, possivelmente motivadas pela presença do companheiro na consulta. Alcançou-se esse número a partir da regularidade encontrada nos achados. Os critérios de inclusão foram estar em condição física ou psicológica de responder os questionamentos e aceitar que seus dados fossem incluídos na pesquisa; a consulta foi desenvolvida do modo usual com as mulheres que não aceitaram participar do estudo.

A coleta de dados aconteceu por meio de entrevista individual com as puérperas, no próprio ambulatório, após o término da consulta, com duração de mais ou menos 30 minutos. Foi utilizado como instrumento um roteiro semiestruturado, contendo dados para caracterização sociodemográfica e obstétrica e questões abertas, questionando diretamente o retorno da atividade sexual e as sensações envolvidas nesse processo.

As entrevistas foram transcritas na íntegra pelas acadêmicas de enfermagem e, após, juntamente com a enfermeira e as pesquisadoras do Grupo de Pesquisa Viver Mulher, buscou-se a compreensão dos dados através da leitura e releitura do material extraído. Posteriormente, foi desenvolvida a fase de exploração, de forma a identificar regularidades recorrentes nos dados, os quais geraram categorias de análise( 1010. Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Trad. de Ana Thorelli. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004. ). Para a categorização, os achados foram agrupados por semelhança e aproximação em relação aos assuntos abordados. A partir da imersão nos dados, procedeu-se à leitura e análise dos possíveis fatores determinantes e/ou condicionantes do retorno às atividades sexuais.

O projeto de pesquisa, ao qual o estudo está vinculado, obteve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa na Área da Saúde (Cepas), da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Parecer nº67/2011. As mulheres submetidas à pesquisa, assim como os responsáveis legais pelas menores de 18 anos, assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e o anonimato foi preservado. Como forma de identificação, as puérperas foram denominadas pela letra E, seguida do número da ordem de realização da entrevista.

Resultados

De forma a dar visibilidade às mulheres assistidas nas consultas de enfermagem puerperal do HU, do município do Rio Grande, primeiramente será apresentado o perfil sociodemográfico e obstétrico e, logo a seguir, os fatores condicionantes e/ou determinantes do retorno dessas mulheres à atividade sexual.

Caracterização dos sujeitos

A idade das puérperas variou de 16 a 40 anos; oito (8) eram primíparas, 12 solteiras e 10 tiveram parto normal. Daquelas que já haviam retomado as atividades sexuais (7), apenas uma não estava amamentando; e das puérperas que ainda não tinham reiniciado a atividade sexual (8), duas não estavam amamentando. O principal método contraceptivo utilizado foi a pílula de baixa dosagem hormonal e compatível com a amamentação. Os achados estão apresentados mais detalhadamente na Tabela 1, a seguir.

Tabela 1
Perfil sociodemográfico e obstétrico de puérperas, na consulta de enfermagem. Ambulatório do HU-Furg, Rio Grande, RS, Brasil

Condicionantes e/ou determinantes do retorno à atividade sexual

Adentrando na especificidade deste estudo, constatou-se que o motivo principal para que as puérperas ainda não tivessem reiniciado a atividade sexual foi o medo de uma nova gravidez, receio que também foi manifestado pelas mulheres que já haviam iniciado a atividade sexual.

Das sete puérperas que já haviam iniciado as atividades sexuais, cinco manifestaram medo de uma nova gravidez. Dentre as oito que não tinham iniciado, sete delas referiram o mesmo receio, o que caracteriza o medo de uma gravidez na fase puerperal, como se pode conferir em algumas falas. (...) medo de engravidar. Estou esperando meu marido fazer cirurgia (vasectomia) (E3). (...) porque ainda não terminei a primeira cartela do anticoncepcional (E6). (...) tenho medo de engravidar por não estar tomando pílula (E9).

Outro fator determinante dessa conduta é o medo de sentir dor devido aos pontos efetuados na incisão vulvoperineal (epissiorrafia) ou na ferida operatória quando submetidas a uma cesariana. (...) tenho medo da cesárea, porque parece que vai abrir (E5). (...) tenho medo da dor nos ponto (episiorrafia) (E11).

As mulheres referiram estar aguardando a consulta de puerpério para esclarecerem suas dúvidas e serem liberadas para o retorno às atividades sexuais, ou seja, um fator condicionante da retomada da atividade sexual foi o aval do profissional de saúde quanto à sua condição ginecológica. Achava que não podia (E1). (...) quero respeitar a quarentena (E10). Por orientações médicas, deveria esperar até a consulta de revisão (E13).

Entre as 15 mulheres entrevistadas, houve predominância do parto vaginal (10), sendo que não houve diferença entre tipos de parto e o retorno às atividades sexuais.

Das mulheres que já haviam retomado as atividades sexuais, quando perguntadas a respeito de possíveis problemas ou desconforto, despontou a dor na relação, como se pode ver em algumas falas. Somente dor e um "certo" desconforto (E7). (...) não é que dói, mas dá um desconforto, parecia que era a primeira vez, estava contraído, a vontade diminuiu (E2). (...) um pouco de dor, foi diferente, senti pouco prazer (E12).

Quando questionadas em relação aos sentimentos despertados com o retorno às atividades sexuais, as puérperas relataram que praticar o sexo foi algo diferente, e que sentiam vergonha do próprio corpo. (...) senti vergonha, mas foi bom (E4). (...) agora está começando a normalizar as coisas. É preciso ter tempo para o casal (...) primeiro o casal, depois os filhos (E8). (...) foi bom, aproximou mais, uniu os dois (E12). Me bateu uma tristeza, porque meu corpo está todo errado ainda (E15). Em relação ao interesse sexual do parceiro, segundo as entrevistadas, não houve diferença entre os momentos anterior e posterior ao parto.

Questionadas quanto à sua libido, nove das entrevistadas referiram redução da libido em relação à anterior ao parto, fazendo alusão à interferência das questões psicológicas, dos cuidados com o bebê, e à anatomia do corpo modificada. (...) é a questão psicológica, está diferente, por que eu não sei (E2). Preocupação com o bebê. Toda hora quer mamar (E4). Difícil de responder, pois o psicológico da mulher fica abalado, pelo menos foi isso que aconteceu comigo (E8). Parece que ficou mais largo ( ...) (E12).

Quanto à tomada de decisão acerca do período de retorno às atividades sexuais, as mulheres afirmaram que o marido/companheiro demonstrou interesse e, após o diálogo do casal, retomaram a relação sexual. Ele me procurou (...) e a gente conversou (...) e foi que aconteceu. (E2). Meu marido me pediu (E4).

Discussão

O medo de uma nova gravidez foi determinante para a maioria das mulheres entrevistadas não terem retomado as atividades sexuais, sendo referido inclusive por aquelas que já haviam retomado as atividades sexuais, o que pode demonstrar insegurança e pouca confiança quanto aos métodos contraceptivos utilizados. Nem sempre os conhecimentos e as informações relativos a esse assunto são suficientes ou esclarecedores, o que pode gerar, muitas vezes, na mulher ou no casal, sentimentos de dúvida, insegurança e o receio de uma gravidez próxima.

O ideal é que o esclarecimento sobre o controle da fertilidade no pós-parto ocorra preferencialmente ainda durante o pré-natal, pois a aceitação do método, o grau de confiança em sua efetividade, a motivação para usá-lo e a correta orientação do profissional de saúde, são fatores determinantes para o sucesso do método escolhido( 1010. Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Trad. de Ana Thorelli. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004. ).

Para tanto, o Ministério da Saúde (MS) recomenda que a escolha do método contraceptivo deve ser sempre individualizado e discutido desde o pré-natal. Ao orientar o uso de métodos anticoncepcionais no pós-parto, devem-se levar em consideração algumas questões como o tempo pós-parto, o padrão da amamentação, o retorno ou não da menstruação e os possíveis efeitos dos anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactente( 1111. Lindner SR, Coelho EB, Büchele F, Soares C. Direitos reprodutivos: o discurso e a prática dos enfermeiros sobre planejamento familiar. Cogitare Enferm. 2006; 11(3):197-205. ).

O medo de sentir dor também se destaca, visto que a dispareunia é fator importante na retomada das atividades sexuais no pós-parto( 1212. Andrews V, Thakaremail R, Sultan AH. Jones PW. Evaluation of postpartum perineal pain and dyspareunia-A prospective study. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology. 2008;137(2):152-6. ). A fraca motivação para a relação sexual no puerpério e a diminuição da frequência tem sido sustentada pelo fato de as mulheres experimentarem dor e desconforto durante a penetração( 1313. Previatti FJ, Souza VK. Episiotomia: em Foco a visão de Mulheres. Rev Bras Enferm 2007;60(2):197-201. - 1414. Gama AS, Giffin KM, Angulo-tuesta A, Barbosa GP, D'orsi E. Representações e experiências das mulheres sobre a assistência ao parto vaginal e cesárea em maternidades pública e privada. Cad Saúde Pública [Internet] . 2009 Nov http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci.
http://www.scielosp.org/scielo.php?scrip...
).

Como despontou neste estudo, a dor à penetração foi uma queixa comum entre as mulheres que já haviam reiniciado as atividades sexuais, ao serem questionadas quanto à presença de algum problema ou desconforto. A dor, durante a relação sexual, sentida no corpo, interfere de forma negativa na sexualidade feminina, tanto no comprometimento da saúde sexual como na prática da relação, causando insatisfação nas mulheres( 1515. Araújo NM, Salim NR, Gualda DMR, Silva LCFP. Corpo e sexualidade na gravidez. Rev esc enferm USP. 2012;46(3):552-8. ).

Nesse sentido, o tipo de parto, cesárea ou vaginal, não despontou como condicionante ou determinante para as mulheres retornarem às atividades sexuais, observando-se que as entrevistadas representaram percentuais semelhantes de retorno. Tal achado, apesar de convergente na literatura com outros estudos( 1515. Araújo NM, Salim NR, Gualda DMR, Silva LCFP. Corpo e sexualidade na gravidez. Rev esc enferm USP. 2012;46(3):552-8. - 1616. Salim NR, Araujo NM, Gualda DMR. Body and Sexuality: Puerperas' Experiences. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2010; 18(4):732-9. ) pode ser um fator a ser ainda mais investigado.

Em estudo sobre sexualidade, identificando diagnósticos de enfermagem sobre as dificuldades sexuais no pós-parto, a alteração na função e estrutura corporal foi o segundo fator relacionado a esse diagnóstico, com 56,2%. A maioria das clientes que haviam tido filhos recentemente, relatou problemas referentes à sexualidade, possivelmente devido à diminuição estrogênica no pós-parto, propiciando alterações na mucosa vaginal e acarretando menor lubrificação e dispareunia, que pode ocorrer mesmo na ausência de episiorrafia( 1717. Trevisa NML, & Lewgoy AMB. Atuação interdisciplinar em grupo de puérperas: percepção das mulheres e seu s familiares. Texto contextos - enferm. 2009;8(2):255-73. ).

Pode ser observado que as mulheres referenciam a consulta puerperal para além de esclarecer dúvidas, mas, também, como um momento em que serão "liberadas" pelo profissional para voltarem a exercer a atividade sexual. Assim, diante das múltiplas transformações biopsicossociais ocorridas no período puerperal, salienta-se a necessidade de se trabalhar numa perspectiva que permita disponibilizar às mulheres usuárias dos serviços de saúde o atendimento integral e humanizado( 1818. Quitetes JB, Vargens OMC. O poder no cuidado da enfermeira obstétrica: empoderamento ou submissão das mulheres usuárias? Rev Enferm UERJ. 2009;17(3):315-30. ).

É comum surgirem muitas dúvidas aos pais quanto aos cuidados maternos e da criança nesse período do puerpério, o que enfatiza a importância de os profissionais de saúde fornecerem apoio e auxílio para que aqueles possam se adaptar à nova fase da vida, com a chegada de mais um membro na família. O momento da consulta pode ser utilizado para aumentar o conhecimento das mulheres sobre o cuidado de si, do seu corpo, uma vez que a aprendizagem se processa através de diálogo, discussão e inserção do indivíduo na realidade que o cerca( 1919. Von Sydow K. Sexuality during pregnancy and after childbirth: a metacontent analysis of 59 studies. J Psychosom Res. 1999;47(1):27-49. ).

O profissional de saúde, através da articulação dos saberes técnico e popular sobre o período puerperal, proporciona o entendimento e esclarecimento às mulheres e à sua família em relação aos cuidados indispensáveis nessa fase, assegurando melhor qualidade de vida para a mulher e o desenvolvimento saudável do recém-nascido( 1818. Quitetes JB, Vargens OMC. O poder no cuidado da enfermeira obstétrica: empoderamento ou submissão das mulheres usuárias? Rev Enferm UERJ. 2009;17(3):315-30. ).

Algumas consideram que a libido não é a mesma de antes do parto, além da diminuição do desejo. No tocante à satisfação sexual da mulher, os estudos do período pós- parto mostram que esse é um período mais difícil do que a fase pré-gravídica, em que apenas 20% das mulheres atingem o clímax na sua primeira relação sexual pós-parto, aumentando esse valor para 75% do terceiro ao sexto mês após o nascimento. O tempo médio para atingir o orgasmo está estimado para sete semanas pós-parto( 2020. Avery MD, Duckett L, Frantzich CR. The experience of sexuality during breastfeeding among primiparous women. J Midwifery Womens Health. 2000;45(3):227-37. ).

A resposta sexual é controlada pelo sistema nervoso autônomo e, na vigência de estresse e ansiedade, torna-se impossível o relaxamento necessário para o êxito na atividade sexual, resultando em experiências insatisfatórias( 1919. Von Sydow K. Sexuality during pregnancy and after childbirth: a metacontent analysis of 59 studies. J Psychosom Res. 1999;47(1):27-49. ). A sexualidade não pode ser vista de forma isolada, e somente no momento, pois faz parte de toda a vida da mulher, é construída durante as diferentes fases evolutivas do ser humano, da criança até a maturidade física e emocional do adulto, não ficando limitada à relação sexual ou à reprodução, mas é parte integrante da vida do indivíduo em todos os âmbitos( 66. Abbagnano N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. , 1616. Salim NR, Araujo NM, Gualda DMR. Body and Sexuality: Puerperas' Experiences. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2010; 18(4):732-9.

17. Trevisa NML, & Lewgoy AMB. Atuação interdisciplinar em grupo de puérperas: percepção das mulheres e seu s familiares. Texto contextos - enferm. 2009;8(2):255-73.

18. Quitetes JB, Vargens OMC. O poder no cuidado da enfermeira obstétrica: empoderamento ou submissão das mulheres usuárias? Rev Enferm UERJ. 2009;17(3):315-30.

19. Von Sydow K. Sexuality during pregnancy and after childbirth: a metacontent analysis of 59 studies. J Psychosom Res. 1999;47(1):27-49.

20. Avery MD, Duckett L, Frantzich CR. The experience of sexuality during breastfeeding among primiparous women. J Midwifery Womens Health. 2000;45(3):227-37.
- 2121. Ballone GJ. Depressão e relacionamento pessoal. [revisto em 2007]. Psiquiatria Geral. [acesso 21 Jan. 2012]. Disponível em: http://www.psiqweb.med.br
Disponível em: http://www.psiqweb.med.br...
).

A falta de desejo sexual pode comprometer uma relação na medida em que o parceiro sente-se deixado de lado, ou pior, suspeita de não estar mais sendo amado, que foi trocado pelo filho recém-nascido, despertando sentimento de traição( 2222. Pauleta JR, Pereira NM, Graça LM. Sexuality during pregnancy. 2010 Jan;7(1 Pt 1):136-42. [acesso em: 20 Nov. 2012]. Disponível em: em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19845548. Epub 2009 Oct 20.
Disponível em: em http://www.ncbi.nlm.ni...
).

Dentre as mulheres que relataram já terem retornado às relações sexuais depois do parto, algumas afirmaram que isso aproximou o casal, apesar de se sentirem envergonhadas do seu corpo e se sentirem desconfortáveis. Muitos fatores colaboram para essa dificuldade da mulher pós-parto. As alterações corporais que se sucedem ao longo da gravidez associam-se, por vezes, a sentimentos de perda da autoestima devido a percepções subjetivas de fraca atratividade física e incapacidade de sedução( 2020. Avery MD, Duckett L, Frantzich CR. The experience of sexuality during breastfeeding among primiparous women. J Midwifery Womens Health. 2000;45(3):227-37. ).

Frequentemente também subsiste a ideia de irreversibilidade relativa à imagem corporal anterior à gravidez. Comumente o ajustamento biológico ocorre nas primeiras seis a oito semanas após o parto, porém, o retorno à imagem corporal anterior à gravidez raramente ocorre durante esse período, culminando, muitas vezes, com evolução negativa da imagem corporal e da relação conjugal das mulheres( 2222. Pauleta JR, Pereira NM, Graça LM. Sexuality during pregnancy. 2010 Jan;7(1 Pt 1):136-42. [acesso em: 20 Nov. 2012]. Disponível em: em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19845548. Epub 2009 Oct 20.
Disponível em: em http://www.ncbi.nlm.ni...
).

A mulher pode se sentir menos atraente, no período pós-parto, com evidente baixa estima, o que interfere negativamente na sua sexualidade, pois tem a percepção de seu corpo no pós-parto associada à ideologia do corpo biológico, cultuada e valorizada pela sociedade de consumo( 2121. Ballone GJ. Depressão e relacionamento pessoal. [revisto em 2007]. Psiquiatria Geral. [acesso 21 Jan. 2012]. Disponível em: http://www.psiqweb.med.br
Disponível em: http://www.psiqweb.med.br...
).

No que concerne à iniciativa sexual, os resultados encontrados permitem verificar que há predominância do parceiro como iniciador da atividade sexual, conclusão também verificada por outro estudo (em 54% das vezes, é o companheiro que toma a iniciativa; em 45% são ambos; em 1% a mulher)( 2323. Graça LCC; Figueiredo MCB, Carreira MTC.Contributos da intervenção de enfermagem de Cuidados de Saúde Primários para a transição para a maternidade. Revista de Enfermagem Referência 2011;3(4):27-35. ).

Em outro estudo, também é o homem que demonstra, na maioria dos casais, maior iniciativa, tanto antes como durante e depois do período de gestação. Ainda, geralmente, o que motiva as mulheres para a atividade sexual prende-se às necessidades do parceiro, no sentido de obrigação marital ou com a percepção da necessidade de satisfação do outro. Apesar de isso se verificar ao longo de todo o processo de transição para a parentalidade, é particularmente saliente na primeira experiência coital pós-parto( 2020. Avery MD, Duckett L, Frantzich CR. The experience of sexuality during breastfeeding among primiparous women. J Midwifery Womens Health. 2000;45(3):227-37. ).

Conclusão e considerações finais

Tendo o medo de uma nova gravidez, ainda no puerpério, como principal determinante/condicionante do retorno sexual no pós-parto, considera-se, aqui, fundamental que essa temática seja também abordada com a mulher/casal durante o pré-natal, para que tenham oportunidade de reflexão e diálogo anterior ao momento crítico em si, podendo evitá-lo ou reduzi-lo. Fatores como o medo da dor nos pontos, da episiotomia e da cesárea levam à reflexão quanto ao uso rotineiro da episiotomia e ao número excessivo de cesáreas. Esperar a consulta de puerpério como condicionante demonstra a confiança e a segurança depositadas no conhecimento profissional.

Outras pesquisas, a respeito da sexualidade da mulher no puerpério, devem ser realizadas para que seja possível conhecer mais profundamente como as mulheres vivenciam esse período, para intervir efetivamente, quando necessário, e propiciar condições para que as mulheres se sintam livres para relatar suas experiências, com soluções conjuntas para as possíveis dificuldades encontradas.

O profissional de enfermagem, durante a consulta de puerpério, possui papel fundamental, pois, ao detectar medos, dúvidas e dificuldades das mulheres em planejamento familiar e sexualidade, cuidados com próprio corpo no pós-parto e com o recém-nascido, possui subsídios suficientes para oferecer soluções diante das demandas que as mulheres apresentam. Dessa forma, o acompanhamento durante o puerpério pela enfermeira mostra-se muito importante diante das vivências das mulheres.

References

  • 1
    Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada - manual técnico. Brasília (DF) : Ministério da Saúde, 2006.
  • 2
    Monteiro JCS, Gomes FA, Nakano AMS. Amamentação e o seio feminino: Uma análise sob a ótica da sexualidade e dos direitos reprodutivos. Texto Contexto Enferm. 2006;15(1):146-50.
  • 3
    Abuchaim ESV, Silva IA. Vivenciando la lactancia y la sexualidad em La maternidad: "dividiéndos e entre ser madre y mujer".Ciência Cuidado e Saúde. 2006;5(2):220-8.
  • 4
    Costa PJ, Locatelli BMES. O processo de amamentação e suas implicações para a mãe e seu bebê. Mental 2008;6(10):85-102.
  • 5
    Almeida MS, Silva IA. Women's needs in immediate puerperium in a public maternity in Salvador, Bahia, Brazil. Rev Esc Enferm USP. 2008;42(2):347-54.
  • 6
    Abbagnano N. Dicionário de Filosofia. Trad. Alfredo Bosi. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
  • 7
    Silva AI, Figueiredo B. Sexualidade na gravidez e após o parto. Psiquiatr Clín [periódico online]. 2005 [acesso em 21 maio 2011]; 25(3):253-64. Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/4720
    » Disponível em: http://hdl.handle.net/1822/4720
  • 8
    Maia CS, Freitas DRC, Guilhem D. Azevedo AF. Percepções sobre qualidade de serviços que atendem à saúde da mulher. Ciênc. saúde coletiva. 2011; 16(5):2567-74.
  • 9
    Carvalho SR, Gastaldo D. Promoção da Saúde e empoderamento: uma reflexão a partir das perspectivas crítico-social pós- estruturalista. Ciênc. saúde coletiva. 2008; 13(2):2029-40
  • 10
    Polit DF, Beck CT, Hungler BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. Trad. de Ana Thorelli. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
  • 11
    Lindner SR, Coelho EB, Büchele F, Soares C. Direitos reprodutivos: o discurso e a prática dos enfermeiros sobre planejamento familiar. Cogitare Enferm. 2006; 11(3):197-205.
  • 12
    Andrews V, Thakaremail R, Sultan AH. Jones PW. Evaluation of postpartum perineal pain and dyspareunia-A prospective study. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology. 2008;137(2):152-6.
  • 13
    Previatti FJ, Souza VK. Episiotomia: em Foco a visão de Mulheres. Rev Bras Enferm 2007;60(2):197-201.
  • 14
    Gama AS, Giffin KM, Angulo-tuesta A, Barbosa GP, D'orsi E. Representações e experiências das mulheres sobre a assistência ao parto vaginal e cesárea em maternidades pública e privada. Cad Saúde Pública [Internet] . 2009 Nov http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci.
    » http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci
  • 15
    Araújo NM, Salim NR, Gualda DMR, Silva LCFP. Corpo e sexualidade na gravidez. Rev esc enferm USP. 2012;46(3):552-8.
  • 16
    Salim NR, Araujo NM, Gualda DMR. Body and Sexuality: Puerperas' Experiences. Rev. Latino-Am. Enfermagem 2010; 18(4):732-9.
  • 17
    Trevisa NML, & Lewgoy AMB. Atuação interdisciplinar em grupo de puérperas: percepção das mulheres e seu s familiares. Texto contextos - enferm. 2009;8(2):255-73.
  • 18
    Quitetes JB, Vargens OMC. O poder no cuidado da enfermeira obstétrica: empoderamento ou submissão das mulheres usuárias? Rev Enferm UERJ. 2009;17(3):315-30.
  • 19
    Von Sydow K. Sexuality during pregnancy and after childbirth: a metacontent analysis of 59 studies. J Psychosom Res. 1999;47(1):27-49.
  • 20
    Avery MD, Duckett L, Frantzich CR. The experience of sexuality during breastfeeding among primiparous women. J Midwifery Womens Health. 2000;45(3):227-37.
  • 21
    Ballone GJ. Depressão e relacionamento pessoal. [revisto em 2007]. Psiquiatria Geral. [acesso 21 Jan. 2012]. Disponível em: http://www.psiqweb.med.br
    » Disponível em: http://www.psiqweb.med.br
  • 22
    Pauleta JR, Pereira NM, Graça LM. Sexuality during pregnancy. 2010 Jan;7(1 Pt 1):136-42. [acesso em: 20 Nov. 2012]. Disponível em: em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19845548. Epub 2009 Oct 20.
    » Disponível em: em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19845548. Epub 2009 Oct 20
  • 23
    Graça LCC; Figueiredo MCB, Carreira MTC.Contributos da intervenção de enfermagem de Cuidados de Saúde Primários para a transição para a maternidade. Revista de Enfermagem Referência 2011;3(4):27-35.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2013

Histórico

  • Recebido
    02 Maio 2012
  • Aceito
    19 Fev 2013
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo Av. Bandeirantes, 3900, 14040-902 Ribeirão Preto SP Brazil, Tel.: +55 (16) 3315-3451 / 3315-4407 - Ribeirão Preto - SP - Brazil
E-mail: rlae@eerp.usp.br