Objetivo: analisar a autonomia reprodutiva das mulheres durante a pandemia da COVID-19, segundo fatores sociodemográficos, clínicos e reprodutivos.
Método: estudo quantitativo com delineamento transversal, realizado com 314 mulheres de 18 a 49 anos. As informações foram obtidas por meio de questionário online contendo dados sociodemográficos, clínicos e reprodutivos e da Escala de Autonomia Reprodutiva. Foram utilizados os testes Mann-Whitney e t de Student para comparação entre as variáveis.
Resultados: verificou-se diferença estatisticamente significativa entre os escores médios de “tomada de decisão” e estado conjugal (p = <0,001); e “ausência de coerção” e “comunicação” com faixa etária (p = 0,03 e <0,001), residência (p = <0,001 e <0,01), escolaridade (p = 0,02 e 0,02), gestação (p = <0,001 e 0,04) e contracepção (p = 0,02 e <0,001).
Conclusão: não ter parceria sexual influenciou positivamente na autonomia para tomada de decisão reprodutiva durante a pandemia da COVID-19. Mulheres de menor faixa etária, residentes na capital, com maior escolaridade, que nunca gestaram e que utilizaram contraceptivos durante a pandemia apresentaram maior autonomia para ausência de coerção e comunicação. Foi possível identificar os grupos que necessitam de maior atenção e intervenções que contribuam para sua saúde sexual e escolhas reprodutivas.
Descritores:
Autonomia Pessoal; Comportamento Reprodutivo; Saúde da Mulher; Anticoncepcionais; Planejamento Familiar; COVID-19
Destaques:
(1) Observou-se um alto escore de autonomia reprodutiva mesmo durante a pandemia.
(2) Não possuir parceiro fixo influenciou positivamente a tomada de decisão reprodutiva.
(3) Mulheres da capital, de menor faixa etária e menor escolaridade, possuem menor coerção.
(4) Ser nuligesta e utilizar contracepção apresentam menor coerção e melhor comunicação.
(5) A utilização de instrumento online durante a pandemia ampliou o alcance às mulheres.