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Capacidade funcional de idosos mais velhos: estudo comparativo em três regiões do Rio Grande do Sul

Resumos

Estudo realizado com dados secundários de pesquisas populacionais transversais, desenvolvidas em três regiões do Rio Grande do Sul, que teve por objetivo comparar o grau de dependência para as atividades de vida diária (AVD) de 155 idosos com 80 anos ou mais. Foram utilizadas questões demográficas e a escala de AVD dos três estudos e realizada análise multivariável de regressão logística multinomial. Os idosos da região urbana de Porto Alegre, RS, e do norte do Estado apresentaram, de modo estatisticamente significativo, maior dependência grave que aqueles da região rural. Os resultados demonstram a heterogeneidade do processo de envelhecimento, levando a se recomendar o planejamento de políticas e ações de saúde a esse grupo etário no Estado.

Idoso de 80 anos ou mais; Atividades Cotidianas; Estudos Transversais


Study conducted with secondary data from cross-sectional population-based studies developed in three regions of the state of Rio Grande do Sul (RS), which aimed to compare the level of dependency for activities of daily living (ADL) of 155 older persons aged 80 years and over. Demographic data and the ADL scale from the 3 studies were used and a multinomial multivariate logistic regression analysis was carried out. The older persons from the urban region of Porto Alegre/RS and from the Northern region of this state presented significantly higher severe dependency than people from the countryside. The results illustrate the heterogeneity of the aging process. Health policies and actions should be planned for the elder elderly in this state.

Aged; 80 and over; Activities of Daily Living; Cross-Sectional Studies


Se trata de un estudio realizado con datos secundarios de investigaciones poblacionales transversales, desarrolladas en tres regiones de Rio Grande del Sur, que tuvo por objetivo comparar el grado de dependencia para las actividades de la vida diaria (AVD) de 155 ancianos con 80 años o más. Fueron utilizadas preguntas demográficas y la escala de AVD de los tres estudios y realizado un análisis multivariado de regresión logística multinomial. Los ancianos de la región urbana de la ciudad de Porto Alegre y del norte del Estado presentaron, de modo estadísticamente significativo, una mayor dependencia grave que aquellos de la región rural. Los resultados demuestran la heterogeneidad del proceso de envejecimiento, lo que nos lleva a recomendarse la planificación de políticas y acciones de salud dirigidas a ese grupo de personas con la misma edad, en el Estado de Rio Grande del Sur, en Brasil.

Ancianos de 80 años y más; Actividades Cotidianas; Estudios Transversales


ARTIGO ORIGINAL

Capacidade funcional de idosos mais velhos: estudo comparativo em três regiões do Rio Grande do Sul

Marinês AiresI; Lisiane Manganelli Girardi PaskulinII; Eliane Pinheiro de MoraisIII

Escola de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil:

IEnfermeira, Mestranda em Enfermagem, Bolsista Capes, e-mail: marynesayres@yahoo.com.br

IIEnfermeira, Doutor em Ciências, Professor Adjunto, e-mail: paskulin@orion.ufrgs.br

IIIEnfermeira, Doutor em Enfermagem, Professor Adjunto, e-mail: epmorais@hotmail.com

Endereço para correspondência

RESUMO

Estudo realizado com dados secundários de pesquisas populacionais transversais, desenvolvidas em três regiões do Rio Grande do Sul, que teve por objetivo comparar o grau de dependência para as atividades de vida diária (AVD) de 155 idosos com 80 anos ou mais. Foram utilizadas questões demográficas e a escala de AVD dos três estudos e realizada análise multivariável de regressão logística multinomial. Os idosos da região urbana de Porto Alegre, RS, e do norte do Estado apresentaram, de modo estatisticamente significativo, maior dependência grave que aqueles da região rural. Os resultados demonstram a heterogeneidade do processo de envelhecimento, levando a se recomendar o planejamento de políticas e ações de saúde a esse grupo etário no Estado.

Descritores: Idoso de 80 anos ou mais; Atividades Cotidianas; Estudos Transversais.

Introdução

Nos países em desenvolvimento, a transição demográfica caracteriza-se, entre outros fatores, pelo aumento rápido e progressivo do número de pessoas idosas. As projeções estatísticas apontam que, em 2050, os idosos constituirão 16% da população brasileira. Tais projeções colocarão o Brasil, em termos absolutos, na posição de sexta maior população de idosos no mundo, com mais de 32 milhões de pessoas. No Brasil, entre 1997 e 2007, houve crescimento de 21,6% da população em geral e de 47,8% do contingente de pessoas com 60 anos ou mais(1). Além disso, o aumento da proporção de pessoas com 80 anos ou mais tem resultado na alteração da composição da população idosa(2). Assim, torna-se importante observar as características desse grupo etário.

A saúde do idoso pode ser avaliada por meio de sua capacidade funcional, resultado da interação entre saúde física, mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar, independência econômica e utilização de serviços(3). Usualmente, a capacidade funcional é avaliada pela capacidade de realizar as atividades da vida diária (AVD).

Investigações identificaram, entre os fatores associados à redução da capacidade funcional, variáveis relacionadas a aspectos socioeconômicos e demográficos(4-6). Entre elas, destaca-se a pesquisa realizada com idosos na região urbana de São Paulo, na qual foi evidenciada a associação entre idade avançada e maior dependência para as AVDs entre os idosos acima de 80 anos, aumentada em até 36 vezes em relação aos demais idosos(4).

Estudos anteriores publicados neste periódico destacam a importância da elaboração e implementação de estratégias destinadas a promover a saúde e melhor qualidade de vida dessa população(7-8). Em vista da escassez de trabalhos sobre a capacidade funcional dos idosos mais velhos no Brasil e em outros países em desenvolvimento, surgiu o interesse dos pesquisadores para comparar os achados de duas teses de doutorado(9-10) e de um trabalho de conclusão de curso de graduação em Enfermagem(11) sobre o tema, realizados em três regiões do Estado do Rio Grande do Sul (RS). Acredita-se que tal estudo contribuirá para a produção do conhecimento sobre a capacidade funcional de idosos com 80 anos ou mais e que, por traçar comparações entre idosos rurais e urbanos, fornecerá subsídios para o planejamento das políticas públicas e as intervenções dos serviços de saúde em diferentes contextos de vida desse grupo etário, bem como poderá fomentar novas pesquisas na área do envelhecimento rural e urbano.

A avaliação da capacidade funcional é desafio profissional a ser enfrentado diante da heterogeneidade do processo de envelhecimento e das influências de diversos fatores que podem acometer as famílias dos idosos. Tal panorama gera novas demandas a toda a área da saúde, especialmente a enfermagem. O desafio que se coloca a esses profissionais é o de ultrapassar a abordagem clínico/curativa, passando à atuação multiprofissional e interdisciplinar, com vistas a manter a autonomia e a independência dos idosos, promover envelhecimento ativo com qualidade de vida e apoiar a família e cuidadores dessas pessoas.

Este estudo teve como objetivo comparar o grau de dependência para as AVDs de idosos com 80 anos ou mais em três regiões do Rio Grande do Sul.

Métodos

Realizou-se pesquisa com dados secundários a partir de estudos epidemiológicos transversais, desenvolvidos em três regiões do Estado do Rio Grande do Sul, entre os anos 2006 e 2007(9-11). Foram selecionados todos os participantes dos três estudos com 80 anos e mais que tiveram condições de responder sem ajuda os instrumentos de pesquisa, dos bancos respectivos, totalizando amostra de 155 idosos.

As regiões do Estado estudadas foram a zona rural de um município do sul(9), um distrito urbano do município de Porto Alegre(10) e a zona urbana de um município do norte(11).

O primeiro campo de estudo foi a zona rural do município de Encruzilhada do Sul, segunda região com maior proporção de idosos da Metade Sul do Estado. O município possuía 23.902 habitantes, 14.841 residindo na zona urbana e 9.061, na zona rural. O número total de idosos do município era de 3.174, dos quais 1.454 viviam no meio rural(1). Desses, 155 possuíam 80 anos ou mais de idade, e 96 tiveram condições de responder, sem ajuda, os instrumentos de pesquisa(9).

O segundo campo de estudo foi uma área urbana de Porto Alegre (o Distrito Sanitário Noroeste), que possuía a segunda maior proporção de idosos da cidade. A população total do município no ano 2000 era de 1.360.590 indivíduos, sendo 160.240 idosos (11,8%). A população da área de abrangência do estudo era de 129.905 habitantes, entre os quais 20.302 pertenciam à faixa etária de 60 anos ou mais(1). A amostra foi constituída por 292 pessoas idosas. Dessa amostra, 43 possuíam 80 anos ou mais de idade e tiveram condições de responder a entrevista(10).

O terceiro cenário de estudo foi o município de Frederico Westphalen, na região norte do Estado. O estudo foi realizado na área de Estratégia Saúde da Família (ESF) na zona urbana da cidade. O município possuía aproximadamente 28 mil habitantes; conforme os dados censitários, a população de idosos era constituída por 2.536 (9,40%) pessoas(1). A ESF, cenário deste estudo, atendia 3.868 pessoas, que estavam divididas em cinco microáreas. A amostra foi constituída por 176 pessoas idosas, das quais 16 tinham 80 anos ou mais e tiveram condições de responder a entrevista(11).

Nos três estudos de base, os idosos foram selecionados por meio de amostra probabilística(10-11) ou representavam a população total da região estudada(9). Os dados foram coletados por meio de inquérito domiciliar e por utilização de instrumentos, o que permitiu abordar variáveis socioeconômicas e demográficas e capacidade funcional.

As variáveis dos bancos de dados utilizadas foram sexo, grupo etário, estado conjugal e escolaridade. A variável de desfecho foi o grau de dependência dos idosos para as AVDs. O grau de dependência das pessoas idosas foi avaliado por meio da aplicação da escala das AVDs, composta pelas atividades básicas e pelas atividades instrumentais da vida diária (ABVD e AIVD, respectivamente). Para cada indivíduo, foi feita a quantificação das respostas “necessita de ajuda” e “não necessita de ajuda”, utilizando-se a seguinte categorização: independentes, dependência leve, dependência moderada e dependência grave(12).

Os dados foram gerenciados pelo programa SPSS 13.0. No presente estudo, a análise bivariável foi realizada através do teste qui-quadrado de Pearson. As variáveis que obtiveram valor de p<0,25 na análise bivariável foram incluídas na análise multivariável de regressão logística multinomial, em que a categoria de referência para o desfecho foi a independência. Quanto à localidade, a região rural foi utilizada como baseline. O nível de significância adotado foi de 5%, sendo considerados estatisticamente significativos valores de p<0,05.

Os projetos de base foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (nº 0423/04)(9), Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (nº.0629/2005)(10) e Comitê de Ética da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (nº.0003-06H)(11). Todos os participantes assinaram o termo de consentimento livre e informado. Os pesquisadores dos estudos de base são os autores da presente investigação.

Resultados

Os resultados das características sociodemográficas dos idosos com 80 anos ou mais (Tabela 1) indicam o predomínio do sexo feminino na região rural (60,4%) e no distrito de Porto Alegre (79,1%). Na região norte do Estado, 56,3% dos idosos pertencia ao sexo masculino. Em relação ao grupo etário, nas três regiões constatou-se a prevalência da faixa etária de 80 a 84 anos. Quanto à situação conjugal, na região rural, 70,8% das pessoas idosas não tinham companheiro. Na região urbana de Porto Alegre, esse índice foi de 76,7%. Já na região norte do Estado a maioria dos idosos (56,3%) vivia com companheiro. No que se refere à escolaridade, na região rural verificou-se maior proporção de idosos analfabetos ou com primário incompleto (94,3%), bem como na região urbana do norte do RS (87,5%). Já na região urbana de Porto Alegre, houve paridade (41,9%) entre idosos analfabetos ou com primário incompleto e com primário/ginásio. Destaca-se ainda que, nessa região, 16,3% dos idosos tinham ensino médio ou curso superior.

Os resultados da associação das variáveis em estudo com a classificação do escore total da AVD dos mais idosos, conforme a Tabela 2, indicam tendência de os homens serem mais independentes que as mulheres (p=0,057). O grupo em que a proporção de mulheres é menor (54,1%) é o dos idosos independentes. Com relação à faixa etária, apenas 28,6% das pessoas idosas com dependência grave tinha entre 80 e 84 anos, ao passo que essa faixa etária era a mais prevalente em todos os demais graus de dependência (>60%). Porém, essa associação não foi estatisticamente significativa (p=0,183).

Quanto à escolaridade, em todos os graus de dependência, a maioria das pessoas idosas era analfabeta ou possuía primário incompleto (menos de 4 anos de estudo), sendo que também não houve associação estatística dessa variável com a variável dependente (p=0,891). Já em relação ao local de residência, observou-se associação estatística dessa variável com grau de dependência (p=0,003): 57,1% das pessoas idosas com dependência grave residiam na região urbana de Porto Alegre, enquanto 73,3% dos idosos com dependência moderada, 53,8% dos idosos com dependência leve e 71,8% dos idosos independentes moravam na região rural.

Os resultados da análise da regressão logística (Tabela 3) mostraram associação do grau de dependência dos idosos para as AVDs com faixa etária e local de residência. O sexo e o estado conjugal também foram incluídos no modelo, mas não tiveram associação significativa. Os idosos na faixa de 85 a 90 anos e com 90 anos ou mais apresentaram maior dependência grave (OR=4,88; IC95%=1,11-21,4; p=0,036 e OR=9,72; IC95%=1,11-84,8; p=0,040, respectivamente) quando comparados aos idosos da faixa de 80 a 84 anos.

Os idosos residentes na região urbana de Porto Alegre e do norte do Estado apresentaram maior dependência grave do que os idosos da região rural (OR=10,1; IC95%=2,13-47,5; p=0,004 e OR=16,7; IC95% =2,20-126,8; p=0,006, respectivamente ). Foi encontrada, ainda, associação entre dependência leve e local de residência na região urbana de Porto Alegre (OR=3,44; IC95%=1,39-8,53; p=0,008), ou seja, os idosos residentes na região urbana apresentaram maior dependência leve do que aqueles da região rural. Não houve associações entre faixa etária e localidade com dependência moderada.

Discussão

A prevalência de idosos do sexo feminino em duas regiões assemelha-se à observada em outros estudos realizados com idosos de 80 ou mais(7-8,13-14). Sabe-se que as áreas urbanas apresentam maior proporção de mulheres quando comparadas às áreas rurais(2). A menor proporção de mulheres na região norte do Estado pode estar associada ao tamanho da amostra estudada, em relação aos outros dois estudos, ou corresponder à realidade do cenário próprio de município de médio porte(11). Vive-se a feminização da velhice: a proporção de mulheres é maior quanto mais idoso for o segmento estudado. A maior expectativa de vida da mulher pode ser explicada por vários fatores, tais como menor consumo de bebidas alcoólicas e tabaco, redução da mortalidade materna e diferenças na exposição a fatores de risco para mortalidade por causas externas, tais como acidentes de trânsito, homicídios e outros(2).

Quanto à idade, a faixa etária de 80 a 84 anos foi predominante, como em outros estudos, sobre os idosos com 80 anos ou mais(7,13). A situação conjugal sem companheiro prevaleceu para os idosos da região rural e para aqueles da região urbana de Porto Alegre, como já identificado em outro estudo realizado na região de Porto Alegre(15). Já na região norte do Estado, houve prevalência dos idosos com companheiro, talvez pela maior proporção de pessoas do sexo masculino. Dados semelhantes foram encontrados em estudo realizado em Portugal, em uma zona rural de Montemor-o-Velho e uma zona urbana de Coimbra, no qual os autores constataram a prevalência de idosos casados na região urbana e de idosos viúvos e solteiros na região rural(14).

No que se refere à escolaridade, os altos índices de analfabetismo devem estar associados, entre outros fatores, à dificuldade de acesso à escola, principalmente fora dos grandes centros urbanos, visto que entre os idosos da região rural houve maior proporção de analfabetos, ou com primário incompleto, bem como na região urbana do norte do RS. Já na região urbana de Porto Alegre, houve paridade entre idosos analfabetos ou com primário incompleto e idosos com primário/ginásio. O estudo realizado em Portugal evidenciou resultados semelhantes, ao comparar os idosos rurais e urbanos. Os autores identificaram, com diferença estatisticamente significativa, que a maioria dos idosos da área rural era analfabeta, enquanto o grupo de idosos da região urbana tinha o ensino primário(14).

Conforme estudos realizados na cidade de São Paulo, o comprometimento da capacidade funcional dos idosos nas AVDs esteve associado à idade(4-6). Também na presente investigação foi identificada associação entre dependência grave e idade mais avançada.

Um dado que causou surpresa foi que a variável sexo não mostrou associação estatisticamente significativa com capacidade funcional, diferentemente de outros estudos nos quais a incapacidade funcional esteve associada ao sexo feminino(4-6,16-17). A variável estado conjugal também não manteve associação quando incluída no modelo de regressão logística. Resultado semelhante foi encontrado na pesquisa realizada na região metropolitana de Belo Horizonte, em que estado conjugal não esteve associado à incapacidade funcional dos idosos(17).

Os idosos da região urbana de Porto Alegre e norte do Estado apresentaram, de modo estatisticamente significativo, maior dependência grave que aqueles da região rural. Esses resultados foram semelhantes ao estudo realizado com uma amostra de mulheres idosas, no qual a residência rural também foi associada à redução de prevalência da incapacidade funcional(18). Pode-se especular que o cotidiano de quem vive e trabalha no campo torna os indivíduos mais aptos a chegarem com mais funcionalidade às idades avançadas.

Conclusão

A presente investigação buscou traçar um panorama dos idosos com 80 anos ou mais, quanto ao seu grau de dependência para as AVDs, em três regiões do Rio Grande do Sul. Dentre os resultados obtidos, destaca-se predominância do sexo feminino em duas das três regiões estudadas; predomínio da faixa etária de 80 a 84 anos nas três regiões; maior proporção de analfabetos ou com primário incompleto entre os idosos da região rural e da região urbana do norte e maior independência para as AVDs entre os idosos da região rural.

O acelerado crescimento do número de idosos mais velhos no Brasil exige redirecionamento das políticas públicas em prol da implementação de estratégias adequadas às necessidades da população . Os resultados obtidos reforçam a necessidade de que a atenção à população idosa seja pautada nos princípios do Sistema Único de Saúde, visando a integralidade da assistência, e tenha como eixo norteador a manutenção da autonomia e capacidade funcional. Nesse sentido, acredita-se que o enfermeiro tem papel primordial nos diversos cenários, tanto urbanos quanto rurais, atuando na atenção básica e especializada como agente de transformação de práticas de cuidados, atentando para a complexidade do processo de envelhecimento.

Sugere-se a realização de novos estudos que explorem os fatores relacionados à manutenção da capacidade funcional dos idosos no meio rural, a partir da constatação de que o nível de independência é maior nesse contexto.

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  • Corresponding Author:
    Lisiane Paskulin
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  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      26 Jul 2010
    • Data do Fascículo
      Fev 2010

    Histórico

    • Recebido
      21 Nov 2008
    • Aceito
      06 Out 2009
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