Simulação para ensino de reanimação cardiorrespiratória por equipes: avaliação de cenários e desempenho

Santos, Emílio Carlos Alves dos; Fontes, Cor Jesus Fernandes; D’Artibale, Eloana Ferreira; Miravete, Jocilene de Carvalho; Ferreira, Gimerson Erick; Ribeiro, Mara Regina Rosa

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Revista Latino-Americana de Enfermagem

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Sumário

Artigo Original • Rev. Latino-Am. Enfermagem 29 • 2021 • https://doi.org/10.1590/1518-8345.3932.3406 copiar

Simulação para ensino de reanimação cardiorrespiratória por equipes: avaliação de cenários e desempenho^* * Artigo extraído da dissertação de mestrado “Simulação realística como metodologia de ensino-aprendizagem na capacitação do protocolo de reanimação cardiorrespiratória de um hospital universitário”, apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, Hospital Universitário Júlio Muller, Cuiabá, MT, Brasil.

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Objetivo:

avaliar a aquisição de conhecimento cognitivo em reanimação cardiorrespiratória por capacitação mediada por simulação em saúde e verificar a satisfação com o design da metodologia de ensino.

Método:

estudo de intervenção quase-experimental, do tipo antes-depois, com único grupo. População composta por estudantes de medicina em fase de internato, enfermeiros e médicos residentes, técnicos de enfermagem e enfermeiros do quadro efetivo da instituição. Amostragem por conveniência formada por 91 participantes. Dados coletados por meio do Questionário Sociodemográfico e Educacional, teste de conhecimento e Escala do Design da Simulação. Os dados foram organizados em tabelas e analisados com base em frequências absolutas, medidas de tendência central e dispersão, teste de confiabilidade alfa de Cronbach, teste de Wilcoxon.

Resultados:

o incremento de aprendizagem cognitiva foi de 81,9%, sendo que para técnicos de enfermagem foi de 117,8 %. Teste de Wilcoxon apontou incremento significativo (p<0,0001) no conhecimento. A Escala do Design da Simulação, apresentou 4,55 de média global. Alpha de Cronbach apontou boa consistência interna (0,898).

Conclusão:

a simulação em saúde foi eficaz como método de ensino-aprendizagem em reanimação cardiorrespiratória, sendo efetiva no incremento de conhecimento em parada cardiorrespiratória, com ótimo nível de satisfação quanto ao design.

Descritores:
Treinamento com Simulação de Alta Fidelidade; Educação Profissionalizante; Reanimação Cardiopulmonar; Treinamento por Simulação; Educação Continuada; Parada Cardiopulmonar

	Categoria funcional	<70% acertos	>=70% acertos	Média (%)	DP^* * DP = Desvio padrão;	MIN^† † MIN = Mínimo;	MAX^‡ ‡ MAX = Máximo;	% de melhora^§ § Percentagem de participantes que melhoraram seu desempenho após a formação. Pode ter ocorrido muita diferença nula, ou seja, os enfermeiros continuaram acertando a mesma questão após a formação;	p^\|\| \|\| Teste de Wilcoxon;
Geral (n=91)
	Pré	81(89,0)	10(11,0)	11,8 (43,7)	4,95	1	22	81,9	<0.0001
	Pós	41(45,0)	50(55,0)	18,0 (66,7)	4,37	7	24	81,9	<0.0001
Técnico de enfermagem (n=40)
	Pré	40 (100,0)	0	8,4 (31,2)	4,04	1	18	117,8	<0.0001
	Pós	31(77,5)	9(22,5)	14,9 (55,1)	4,22	7	22	117,8	<0.0001
Interno de medicina (n=21)
	Pré	14(67,0)	7(33,0)	14,7 (54,5)	4,36	8	21	55,9	0.0001
	Pós	2(9,5)	19(90,5)	21,0 (77,6)	2,54	12	24	55,9	0.0001
Enfermeiro (n=19)
	Pré	17(89,5)	2(10,5)	14,2 (52,2)	3,51	7	19	50,1	0.0002
	Pós	6(31,6)	13(68,4)	19,9 (74,1)	2,62	15	24	50,1	0.0002
Residente (Enf^¶ ¶ Enf = Enfermeiro; , Med^ Med = Médico ) (n=11)
	Pré	10(90,9)	1(9,1)	14,4 (53,5)	4,16	7	22	56	0.005
	Pós	2(18,2)	9(81,8)	20,5 (75,4)	2,48	15	23	56	0.005

Variáveis	Geral		TE^* * TE = Técnico de Enfermagem;		INT^† † INT = Interno de Medicina ;		ENF^‡ ‡ ENF = Enfermeiro;		RES^§ § RES = Residente Médico e Enfermeiro;
Variáveis	Pré	Pós	Pré	Pós	Pré	Pós	Pré	Pós	Pré	Pós
Reconhecimento de PCR^\|\| \|\| PCR = Parada cardiorrespiratória;	53,8	60,4	43,8	45	61,9	83,3	60,5	63,2	63,6	68,2
Sequência de RCR^¶ ¶ RCR = Reanimação cardiorrespiratória; em SBV^ SBV = Suporte básico de vida;	47,3	84,1	36,3	73,8	45,2	88,1	60,5	94,7	68,2	95,5
Técnica de compressão torácica	48,4	72,9	32,5	61,7	60,3	82,5	56,1	77,2	69,7	87,9
Manuseio das vias aéreas em PCR^\|\| \|\| PCR = Parada cardiorrespiratória; (SBV^ SBV = Suporte básico de vida; e SAVC^†† †† SAVC = Suporte avançado de vida em cardiologia )	34,1	55,3	29,2	48,3	39,7	63,5	40,4	61,4	30,3	54,5
Sequência de atendimento de PCR^\|\| \|\| PCR = Parada cardiorrespiratória; em SAVC^†† †† SAVC = Suporte avançado de vida em cardiologia	55,3	76,2	40,8	59,2	61,9	93,7	63,2	86	81,8	87,9
Manuseio do desfibrilador externo manual	44,4	51,6	38	45	46,7	60	50,5	54,7	52,7	54,5
Indicação de desfibrilação baseada em ritmos cardíacos	32,6	67,4	12,5	44,2	65,1	95,2	38,6	77,2	33,3	81,8
Como são administradas as drogas em PCR^\|\| \|\| PCR = Parada cardiorrespiratória; (Administração de drogas em PCR^\|\| \|\| PCR = Parada cardiorrespiratória; )	41,1	80,2	29	65,5	53,3	92,4	53,7	92,6	40	89,1
Cuidados pós-PCR^\|\| \|\| PCR = Parada cardiorrespiratória;	38,5	37,4	25	32,5	33,3	33,3	52,6	42,1	72,7	54,5

	Itens	MED^* * MED = Média;	DP^† † DP = Desvio padrão;	p^‡ ‡ p = Valor de p
Fator 1- Objetivos e informações
	1. No início da simulação foi fornecida informação suficiente para proporcionar orientação e incentivo	4,34	0,83	0,901
	2. Eu entendi claramente a finalidade e os objetivos da simulação	4,6	0,53	0,896
	3. A simulação fornece informação suficiente, de forma clara, para eu resolver a situação-problema	4,43	0,72	0,895
	4. Foi-me fornecida informação suficiente durante a simulação	4,45	0,64	0,894
	5. As pistas foram adequadas e direcionadas para promover a minha compreensão	4,51	0,69	0,896
	Geral do fator 1	4,47	0,69
Fator 2 - Apoio
	6. O apoio foi oferecido em tempo oportuno	4,55	0,67	0,897
	7. A minha necessidade de ajuda foi reconhecida	4,59	0,52	0,895
	8. Eu senti-me apoiado pelo professor durante a simulação	4,58	0,63	0,895
	9. Eu fui apoiado no processo de aprendizagem	4,69	0,51	0,894
	Geral do fator 2	4,6	0,59	4
Fator 3 - Resolução de problemas
	10. A resolução de problemas de forma autônoma foi facilitada	4,47	0,58	0,901
	11. Fui incentivado a explorar todas as possibilidades da simulação	4,51	0,6	0,899
	12. A simulação foi projetada para o meu nível específico de conhecimento e habilidades	4,46	0,73	0,898
	13. A simulação permitiu-me a oportunidade de priorizar as avaliações e os cuidados de enfermagem	4,55	0,6	0,902
	14. A simulação proporcionou-me uma oportunidade de estabelecer objetivos para a assistência do meu paciente	4,69	0,49	0,899
	Geral do fator 3	4,54	0,61
Fator 4 - Feedback/Reflexão
	15. O feedback fornecido foi construtivo	4,77	0,42	0,898
	16. O feedback foi fornecido em tempo oportuno	4,64	0,55	0,899
	17. A simulação permitiu-me analisar meu próprio comportamento e ações	4,79	0,41	0,902
	18. Após a simulação houve oportunidade para obter informação/feedback do professor, a fim de construir conhecimento para outro nível	4,45	0,7	0,901
	Geral do fator 4	4,66	0,55
Fator 5 - Realismo
	19. O cenário se assemelhava a uma situação da vida real.	4,4	0,7	0,899
	20. Fatores, situações e variáveis da vida real foram incorporados ao cenário de simulação.	4,49	0,64	0,899
	Geral fator 5	4,45	0,67
Escala Geral
	Geral de todos itens	4,55	0,63	0,898

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[1] Autor correspondente: Emílio Carlos Alves dos Santos E-mail: enfermeiro.emilio@gmail.com