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Desafios no desenvolvimento de competências de enfermeiros

EDITORIAL

Membro da Comissão de Editoração da Revista Latino-Americana de Enfermagem, Professor Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem, Brasil, e-mail: ecdcava@eerp.usp.br

As transformações tecnológicas têm proporcionado mudanças nas sociedades, em seus mais diversos contextos, em especial no campo da saúde, exigindo de seus profissionais novas competências, pensamento crítico e habilidades para tomada de decisões.

As atividades de enfermagem também sofreram tais impactos em diversos contextos; por exemplo, a avaliação clínica do paciente, ate há poucas décadas, atribuição exclusiva do médico, é atualmente desenvolvida pela enfermagem, embora com propósito distinto.Igualmente, exige-se de seus profissionais precisão nas atribuições diagnóstica e terapêutica.

Neste caminhar, as estratégias de ensino e aprendizagem foram diversificando, contribuindo na busca de tais propósitos. Algumas delas também são oriundas desse desenvolvimento tecnológico, associadas ou não a modelos de ensino e aprendizagem. Adquirir conhecimento por meio dessas estratégias e familiaridade com o seu emprego tornou-se necessário aos profissionais de enfermagem(1).

Dentre tais avanços destaca-se a simulação, um método interativo de aprendizagem de teorias, modelos de avaliações, tecnologias, habilidades e raciocínio clinico. A simulação vem sendo empregada como estratégia de ensino já há alguns anos; os primeiros modelos eram estáticos (manequins completos ou partes) usados para a aquisição de conhecimentos ou habilidades de procedimentos específicos(2).

Atualmente, com recursos para aquisição de habilidades mais complexas como as técnicas invasivas desenvolvidas por enfermeiros em unidades críticas, contam com recentes tecnologias, a exemplo dos simuladores com programas acoplados, que reportam situações clínicas sensíveis às respostas dos aprendizes, levando-os a identificarem dados, fazerem julgamentos, intervirem e observarem os resultados, se adequados ou não(3). Acresce-se ainda, em relação à simulação assistida por computador, tratar-se de oportunidade para aprender a cuidar em enfermagem sem ocasionar riscos à pessoa(4).

Cabe lembrar que a avaliação dos alunos ao emprego de tais estratégias tem sido favorável, considerando-as mais realistas, reduzindo o tempo de execução do procedimento em situação real e os receios de fazê-lo diretamente nos pacientes. Destaca-se ainda, a oportunidade de praticarem em ambiente seguro antes da intervenção em situação clínica(5).

Assim como o ensino a distância, com novas tecnologias de informação como vídeo conferência, ensino on line, uso de CD-ROM, estimulado, pela Lei de Diretrizes e Bases, desde 1996, o uso das demais estratégias no cenário brasileiro ainda é incipiente. Não se observa uniformidade no emprego dessas tecnologias nos diferentes centros formadores de enfermagem.

Há expectativas de avanços tecnológicos mais sofisticados. Dessa forma, a enfermagem sofrerá mudanças, em decorrência do impacto de tais tecnologias no processo ensino aprendizagem. Cabe aos docentes e às Instituições de Ensino prepararem-se para os novos desafios, já presentes, na condução do processo de formação de profissionais na área de enfermagem. As escolas devem prever investimentos em infra-estrutura e capacitação tecnológica(6).

Pesquisas que envolvam análise dessas novas tecnologias e de sua contribuição na construção das competências necessárias aos profissionais de saúde são necessárias e bem vindas.

REFERÊNCIAS

2. Schoening AM, Sittner BJ, Todd MJ. Simulated clinical experience: nursing students' perceptions and the educators' role.Nurse Educ. 2006 Nov-Dec; 31(6):253-8.

3- Rauen CA. Simulation as a Teaching Strategy for Nursing Education and Orientation in Cardiac Surgery Cardiovascular Surgery. Critical care cursing 2004; 24(3):46-61.

4. Sasso GTMD, Souza ML. A simulação assistida por computador: a convergência no processo de educar-cuidar da enfermagem. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Abr-Jun; 15(2):231-9.

5. Reilly A, Spratt C. The perceptions of undergraduate student nurses of high-fidelity simulation-based learning: a case report from the University of Tasmania. Nurse Educ Today 2007 Aug; 27(6):542-50.

6. Rodrigues RCV, Peres HHC. Panorama brasileiro do ensino de Enfermagem On-line. Rev Esc Enferm USP 2008; 42(2):298-304.

  • 2. Schoening AM, Sittner BJ, Todd MJ. Simulated clinical experience: nursing students' perceptions and the educators' role.Nurse Educ. 2006 Nov-Dec; 31(6):253-8.
  • 3- Rauen CA. Simulation as a Teaching Strategy for Nursing Education and Orientation in Cardiac Surgery Cardiovascular Surgery. Critical care cursing 2004; 24(3):46-61.
  • 4. Sasso GTMD, Souza ML. A simulação assistida por computador: a convergência no processo de educar-cuidar da enfermagem. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2006 Abr-Jun; 15(2):231-9.
  • 5. Reilly A, Spratt C. The perceptions of undergraduate student nurses of high-fidelity simulation-based learning: a case report from the University of Tasmania. Nurse Educ Today 2007 Aug; 27(6):542-50.
  • 6. Rodrigues RCV, Peres HHC. Panorama brasileiro do ensino de Enfermagem On-line. Rev Esc Enferm USP 2008; 42(2):298-304.
  • Desafios no desenvolvimento de competências de enfermeiros

    Emilia Campos de Carvalho
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      02 Dez 2008
    • Data do Fascículo
      Out 2008
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