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Contribuições da fenomenologia de Edith Stein para a atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF)

Beiträge der Phänomenologie von Edith Stein zum Vorgehen des Psychologen in den Gruppen zur Unterstützung der Gesundheit der Familie [NASF]

Contributions of Edith Stein's phenomenology to the work of psychologists at Family Health Support Centers (NASF)

Contributions de la phénoménologie d'Édith Stein dans l'activité du psychologue dans les Centres d'Aide à la Santé de la Famille [Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF]

Contribuciones de la fenomenología de Edith Stein a la actuación del psicólogo en los Núcleos de Apoyo a la Salud de la Familia [NASF]

Resumos

Este artigo propõe um diálogo entre fenomenologia clássica, psicologia e atenção primária à saúde mental, visando uma reflexão sobre a atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio à Estratégia Saúde da Família. Destaca a importância de concepções para além da patologia e do sofrimento, pautadas pelo respeito, pela liberdade, pela solidariedade e pela legitimação da singularidade e da comunidade como características inerentes ao ser humano.

Saúde Mental; atenção primária à saúde; fenomenologia; NASF


In diesem Beitrag wird der Dialog zwischen der klassischen Phänomenologie, der Psychologie und dem primären Aspekt der geistigen Gesundheit vorgeschlagen, mit dem Ziel, eine Reflexion über das Handeln des Psychologen in den Núcleos de Apoio à Estratégia Saúde da Família-NASF (Gruppen zur Unterstützung der Gesundheit der Familie) anzuregen. Es wird die Bedeutung von Konzeptionen hervorgehoben, die über die Patologie und das Leiden hinaus gehen und von Respekt, Freiheit, Solidarität und Legitimierung der Singularität und der Gemeinschaft geprägt sind, als Eigenschaften des Menschen.

Geistige Gesundheit; primäre Berücksichtigung der Gesundheit; Phänomenologie; Gruppen zur Unterstützung der Gesundheit der Familie (NASF)


This paper presents a dialogue between classical phenomenology, psychology and primary mental health care, focusing on the practice of psychologists working at family health strategy support centers (NASFs). We highlight the importance of conceptions beyond each individual's pathology and suffering, grounded on respect, freedom, solidarity and the legitimacy of one's own uniqueness and that of the community as characteristics inherent to human beings.

Mental health; primary health care; phenomenology; health psychology


Cet article propose un dialogue entre la phénoménologie classique, la psychologie et les soins de santé mentale primaires dans le but de réfléchir sur le rôle du psychologue dans les Centres d'Aide à la Stratégie de la Santé de la Famille. Il met en évidence l'importance des conceptions qui vont au delà de la pathologie et de la souffrance et qui sont régies par le respect, la liberté, la solidarité et par la légitimation de la singularité et de la communauté comme caractéristiques inhérentes à l'être humain.

Santé mentale; soins de santé primaires; phénoménologie; NASF


Este artículo propone un diálogo entre la fenomenología clásica, la psicología y la atención primaria a la salud mental, con la finalidad de reflexionar sobre la actuación del psicólogo en los Núcleos de Apoyo a la Estrategia de Salud de la Familia. Se destaca la importancia de concepciones que vayan más allá de la patología y del sufrimiento, guiadas por características inherentes al ser humano como el respeto, la libertad, la solidariedad y que legitimen la singularidad del sujeto y de la comunidad.

Salud mental; atención primaria de salud; fenomenología; psicología de la salud


ARTIGOS

Contribuições da fenomenologia de Edith Stein para a atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF)* * Este artigo é parte da Tese de Doutorado defendida em agosto de 2011, cujo título é: Saúde Mental na Estratégia Saúde da Família: uma compreensão a partir da fenomenologia de Edith Stein, orientada pela profa. dra. Carmen Lúcia Cardoso e coorientada pela profa. dra. Angela Ales Bello. Subsidiada pela Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (São Paulo, SP, Br) processo 2007/58220-5 e pela Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (Brasília, DF, Br) ao Programa de Doutorado no Brasil com Estágio no Exterior PDEE-USP processo BEX 1308/09-2 e premiada com menção honrosa no concurso "Prêmio Tese Destaque USP" 2011, área de Ciências Humanas.

Contributions of Edith Stein's phenomenology to the work of psychologists at Family Health Support Centers (NASF)

Contributions de la phénoménologie d'Édith Stein dans l'activité du psychologue dans les Centres d'Aide à la Santé de la Famille [Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF]

Contribuciones de la fenomenología de Edith Stein a la actuación del psicólogo en los Núcleos de Apoyo a la Salud de la Familia [NASF]

Beiträge der Phänomenologie von Edith Stein zum Vorgehen des Psychologen in den Gruppen zur Unterstützung der Gesundheit der Familie [NASF]

Nara Helena Lopes Pereira da SilvaI; Cármen Lúcia CardosoII

IPsicóloga e Doutora em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Departamento de Psicologia e Educação na Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto, SP, Br.)

IIPsicóloga e Professora Doutora do Departamento de Psicologia e credenciada no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (Ribeirão Preto, SP, Br.)

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Nara Helena Lopes Pereira da Silva Consultório de Psicologia Av. Fagundes Filho, 361, cj. 53a 04304-010 São Paulo, SP, Br Fone: (11) 2836-7906 e-mail: nara.helena@gmail.com

RESUMO

Este artigo propõe um diálogo entre fenomenologia clássica, psicologia e atenção primária à saúde mental, visando uma reflexão sobre a atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio à Estratégia Saúde da Família. Destaca a importância de concepções para além da patologia e do sofrimento, pautadas pelo respeito, pela liberdade, pela solidariedade e pela legitimação da singularidade e da comunidade como características inerentes ao ser humano.

Palavras-chave: Saúde Mental, atenção primária à saúde, fenomenologia, NASF

ABSTRACT

This paper presents a dialogue between classical phenomenology, psychology and primary mental health care, focusing on the practice of psychologists working at family health strategy support centers (NASFs). We highlight the importance of conceptions beyond each individual's pathology and suffering, grounded on respect, freedom, solidarity and the legitimacy of one's own uniqueness and that of the community as characteristics inherent to human beings.

Keywords: Mental health, primary health care, phenomenology, health psychology

RÉSUMÉ

Cet article propose un dialogue entre la phénoménologie classique, la psychologie et les soins de santé mentale primaires dans le but de réfléchir sur le rôle du psychologue dans les Centres d'Aide à la Stratégie de la Santé de la Famille. Il met en évidence l'importance des conceptions qui vont au delà de la pathologie et de la souffrance et qui sont régies par le respect, la liberté, la solidarité et par la légitimation de la singularité et de la communauté comme caractéristiques inhérentes à l'être humain.

Mots clés: Santé mentale, soins de santé primaires, phénoménologie, NASF

RESUMEN

Este artículo propone un diálogo entre la fenomenología clásica, la psicología y la atención primaria a la salud mental, con la finalidad de reflexionar sobre la actuación del psicólogo en los Núcleos de Apoyo a la Estrategia de Salud de la Familia. Se destaca la importancia de concepciones que vayan más allá de la patología y del sufrimiento, guiadas por características inherentes al ser humano como el respeto, la libertad, la solidariedad y que legitimen la singularidad del sujeto y de la comunidad.

Palabras clave: Salud mental, atención primaria de salud, fenomenología, psicología de la salud

ZUSAMMENFASSUNG

In diesem Beitrag wird der Dialog zwischen der klassischen Phänomenologie, der Psychologie und dem primären Aspekt der geistigen Gesundheit vorgeschlagen, mit dem Ziel, eine Reflexion über das Handeln des Psychologen in den Núcleos de Apoio à Estratégia Saúde da Família-NASF (Gruppen zur Unterstützung der Gesundheit der Familie) anzuregen. Es wird die Bedeutung von Konzeptionen hervorgehoben, die über die Patologie und das Leiden hinaus gehen und von Respekt, Freiheit, Solidarität und Legitimierung der Singularität und der Gemeinschaft geprägt sind, als Eigenschaften des Menschen.

Schlüsselwörter: Geistige Gesundheit, primäre Berücksichtigung der Gesundheit, Phänomenologie, Gruppen zur Unterstützung der Gesundheit der Familie (NASF).

Introdução

Este artigo pretende evidenciar alguns conceitos fenomenológicos que podem contribuir para reflexões acerca da saúde mental na atenção primária, com o intuito de fundamentar ações não centradas na doença e no individualismo, mas na potencialidade do desenvolvimento humano e da alteridade, de modo a não estigmatizar ou discriminar as pessoas em sofrimento psíquico. A tentativa de superar os modelos asilares é uma política mundial atual, cujo foco se volta ao incentivo de ações de saúde mental direcionadas aos territórios e comunidades. No Brasil, intensas mobilizações sociais provocaram aberturas para novas ações e políticas no âmbito da saúde mental e, no que tange a atenção primária, a Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à revisão de conceitos e práticas, ao incluir a possibilidade de ações que abarquem o cultural e as relações entre as pessoas (Silva, 2011). Em 2008, foram implantados os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) que devem ser constituídos por equipe multiprofissional, como profissionais de educação física, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, psiquiatras, entre outros, para atuarem em conjunto com as equipes da ESF, compartilhando as práticas em saúde nos territórios de responsabilidade (Brasil, 2010b). Trata-se de um contexto de trabalho recente, que necessita de reflexões e da superação de uma concepção pautada no tratamento individual voltado à cura dos sintomas. Segundo os pressupostos do NASF, as equipes têm como responsabilidade central atuar e reforçar as diretrizes do SUS, como a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização.

A fenomenologia de Edith Stein em diálogo com a saúde mental na atenção primária

Atitude fenomenológica

Edith Stein (1891-1942) é de origem alemã, estudiosa de fenomenologia de Edmund Husserl (1911-1933), quem a orientou em seu doutorado sobre o tema da Empatia. Sua principal busca foi constituir uma antropologia filosófica de impostação fenomenológica, que se complementa e se sustenta na tradição metafísica antiga e medieval. Bello (2007) afirma que nas análises fenomenológico-filosóficas de Stein, o tema do ser humano é constante e central, Stein visa escavar o interno do ser humano e, correlativamente, examinar as manifestações exteriores, motivada pelo desejo de compreender a sua natureza singular e o significado de suas expressões e produções, que possuem um valor intersubjetivo.

Um dos primeiros pontos a se destacar acerca das contribuições da fenomenologia no contexto da saúde mental na Atenção Primária, diz respeito à atitude fenomenológica. A fenomenologia proposta por Husserl parte, inicialmente, da necessidade de uma mudança de atitude, em que o modo de olhar a realidade tem como intenção a tentativa de compreendê-la assim como ela se revela à experiência humana. Husserl coloca a questão sobre "como pode o conhecimento estar certo da sua consonância com as coisas que existem em si, de as 'atingir'?" (1973/2008, p. 19). Como é possível conhecer as coisas, o mundo e o próprio ser humano? Como este conhecimento pode atingi-los em sua existência pura, em si mesma? A fenomenologia clássica propõe uma mudança de atitude diante dos fatos, de colocar-se diante da realidade e do ser humano, questionando-os de modo amplo e aprofundado. Pretende percorrer de forma rigorosa as questões, buscar as fontes e origens e compreender os sentidos delas, entender como se dão de fato, indagando-as a fundo e analiticamente. Para tal, o ponto de partida é a suspensão das preconcepções e dos julgamentos anteriores, a fim de olhar integralmente aquilo que se revela no momento da vivência. No contexto do cuidado humano, trata-se da possibilidade de se questionar sobre si e o outro, de se perguntar sobre a pessoa que está diante do profissional, suas características peculiares, seus valores, suas necessidades, seu modo de entender e de se relacionar com a vida e com os outros, na tentativa de olhar como estão e como são sem projetar as próprias exigências e vivências no outro. É um posicionamento que implica em abertura a novas compreensões acerca do que é o ser humano, o cuidado e as relações humanas. Tais questionamentos parecem fundamentais para a saúde mental na atenção primária, na medida em que provoca o (re) pensar sobre o que é Saúde, Saúde Mental, Atenção Primária à Saúde, qual seria a atuação do psicólogo neste contexto, para além das definições dadas a priori e que ainda estão em construção. Na atitude fenomenológica de olhar a realidade, não se pretende dar respostas definitivas, mas propicia a possibilidade de abertura e de curiosidade em direção à pessoa que busca o cuidado, na medida em que cada um é único, e ainda, de observação atenta da realidade na qual está inserido, de modo a refletir: quais práticas podem ser correspondentes às necessidades das pessoas e, em particular, das pessoas em sofrimento psíquico?

Segundo Pezzella (2007), na atitude fenomenológica de suspensão das preconcepções, tem-se também a responsabilidade de colocar-se continuamente em discussão e diálogo, de modo tal a poder olhar o outro com um olhar claro, sem filtrá-lo através de conhecimentos anteriores. Mas isso não é uma tarefa simples, é a possibilidade de almejar uma mudança de atitude da própria experiência na relação com o outro, em busca de ações que promovam a Vida. A potencialidade do cuidado em saúde deve legitimar a surpresa de cada encontro entre equipes e comunidades, de modo a suspender o conhecido, o preestabelecido, em busca de um encontro nas singularidades, exigindo uma postura de disponibilidade, abertura e criatividade profissional. Isso significa a possibilidade de compreender o processo como um encontro genuíno. Dessa forma, a atitude fenomenológica oferece contribuições significativas a respeito da compreensão do outro e de si mesmo. As ações da ESF implicam em momentos de relação, seja com uma família, com uma pessoa em sofrimento ou com profissionais da equipe. A possibilidade de suspensão dos prejulgamentos promove um olhar para as potencialidades e necessidades, reconhece o modo de ver do outro e de colocar-se diante da vida, tornando possível uma reflexão sobre os caminhos de ajuda e de cuidado.

No SUS, em especial na atenção primária, a necessidade de ações humanizadas consolidou-se como uma política transversal, a Política Nacional de Humanização (Brasil, 2010a). Neste contexto, Camargo Jr (2003) aponta que na prática as ações de saúde possuem um embasamento médico-centrado, com ênfase em diagnósticos e no tratamento individual, com uma concepção reducionista do ser humano. Afirma que a influência do modelo biomédico é presente nas práticas em saúde, em oposição às propostas e concepções de uma atenção humana e integrada. Na perspectiva da humanização e da integralidade, a fenomenologia pode dialogar com tais práticas no que se refere à descrição das essências dos fenômenos, por meio do intuir de algo que não é simplesmente individual, mas pertencente a um "quid", a uma unidade universal (Pezzella, 2007). Nesse sentido, torna-se possível uma leitura não individualista e mais humanizada da Saúde, a partir da compreensão de uma estrutura comum a qualquer ser humano que busca o cuidado. É possível uma atitude não individualista ao legitimar as intersubjetividades como o centro do cuidado, por meio do reconhecimento mútuo, da escuta e da abertura para o outro, o que permite apreender a estrutura última que se oferece a cada um nos confrontos do ser e do ser assim.

A partir da redução às essências, proposto pela fenomenologia clássica de Husserl (1913/2002), os estudos de Stein oferecem uma fundamentação filosófica rigorosa sobre o que é estrutural na constituição humana (Pezzella, 2003). Tem como ponto de partida a apreensão da essência humana, para então se fazer uma leitura de como esta essencialidade se revela em cada pessoa, de forma a configurar uma existência singular, única de cada indivíduo e é com esta unicidade que os profissionais de saúde se deparam no seu cotidiano. Tal concepção fenomenológica é um convite para olhar as subjetividades, para a compreensão de como esta essência humana universal se expressa em cada singularidade. Legitima, portanto, a unicidade de cada pessoa que busca o cuidado junto aos profissionais da ESF, bem como a importância de reconhecer o ser humano a partir de uma expressividade única.

Estrutura humana: corpo, psique, espírito e o ato empático

Entre os elementos estruturais da constituição humana, a corporeidade evidenciada pela fenomenologia diferencia o corpo material, mecânico, biológico, fragmentado e desvela um corpo especificamente dotado de vida (Husserl, 1913/2002; 1952/2002; Stein, 1932-1933/2000). No que se refere às ações de saúde mental na atenção primária, no cuidado e no contato voltado à constituição de projetos contínuos, evidenciar o corpo em sua natureza viva, amplia o olhar para um corpo que porta em si uma expressividade única, ainda que, estruturalmente, possua semelhanças universais em sua constituição. Em sua estrutura universal, segundo a fenomenologia (Ibid.), este corpo vivo possui um aspecto vital, que é a psique, os impulsos, as pulsões e as reações. E, para além de um corpo vivo, psíquico, o ser humano tem como diferença dos demais seres vivos a possibilidade de criação, de reflexão e de desejo, contidos no que, fenomenologicamente, é chamado de espírito. Olhar a saúde mental na atenção primária, a partir das concepções da fenomenologia clássica, significa enfatizar não o estado de adoecimento, mas as necessidades que cada indivíduo porta para a continuidade do seu desenvolvimento, suas possibilidades reais de continuar o seu movimento de vida, respeitando cada especificidade corpórea, psíquica e espiritual que, em sua estrutura universal, se desvela singularmente através de cada experiência. É na possibilidade de relacionar-se e do desenvolvimento conjunto de cada singular existência humana que as equipes de saúde podem investir em prol de uma concepção de saúde ampliada e integral.

Nesse sentido, no que se refere às intersubjetividades, uma das primeiras contribuições de Stein (1917/1998) para a fenomenologia foi seu estudo sobre o ato empático. Segundo Manganaro (2007), a filósofa é interessada no conhecimento da experiência do outro, seja no âmbito psicofísico e no espiritual, ilumina o tema da intersubjetividade e se questiona sobre como é possível apreender, de modo não originário em si, uma vivência pertencente ao outro, ou seja, ela trata do tema da alteridade pessoal. De acordo com a fenomenologia, o conceito de empatia é anterior às definições de simpatia e antipatia, é uma vivência sui generis, que consente a apreensão do outro enquanto portador de uma vida psicofísica e espiritual, análoga a cada indivíduo humano e que, de modo especular, permite que cada um possa apreender a própria estrutura constitutiva, por meio da relação e da evidenciação de que o outro não é idêntico, mas sim, semelhante na sua estrutura universal. O encontro com o outro revela, portanto, o único dado objetivável da alteridade pessoal, o Leib (termo alemão que se refere a uma corporeidade que não é somente matéria física, mas é também um corpo vivente). Segundo Manganaro (2007), Stein propõe uma rigorosa descrição acerca da constituição humana em corpo vivo, psique e espírito, animados por uma alma. A partir do olhar fenomenológico, a pessoa a qual o profissional volta à atenção para o cuidado possui um corpo não apenas material ou com partes adoecidas, mas uma corporeidade viva singular, dotada de expressividade única, passível de ser desvelada e compreendida pelos seus atos e valores. Tal definição sobre o humano tem impacto também nas ações de promoção de saúde, as quais enfatizam práticas que devem incentivar não apenas a cura, mas a promoção do bem-estar integral e a constituição de redes de apoio social (Brasil, 2012).

Manganaro (2007) acrescenta que é por meio desta corporeidade vivente que se pode compreender as relações intersubjetivas, sendo o Leib um imprescindível meio de relação através de um jogo sutil de percepção e a-percepção que permite apreender a psique e o espírito de cada pessoa. Este corpo revela a peculiaridade de cada ser humano, a unicidade, a dignidade, a inviolabilidade e a liberdade. Tal concepção supera as conceituações mecanicistas de corpo, que valorizam uma psique dissociada de uma experiência de vida integral. Tais contribuições apontam a necessidade de questionamentos sobre a atuação do psicólogo como profissional do NASF, cujas ações exigem a integração de uma dinamicidade corpórea, psíquica, espiritual, individual e coletiva do ser humano. Com tais definições, a atuação do psicólogo pode ser repensada para além das práticas que valorizam a psique em detrimento do corpo, pois, segundo a fenomenologia de Stein, a psique se desvela no corpo, nas atitudes e valores, nas expressões e posicionamentos, na totalidade do ser, em relação com uma singularidade que jamais se repete. Legitima-se, dessa forma, como campo do saber, o ser humano em sua integralidade corpórea vivente, psíquica e espiritual, que se revela a cada interação entre sujeitos, seja na visita domiciliar, nos atendimentos individuais ou nas reuniões entre equipes e NASF. Pela empatia, portanto, tem-se acesso também à esfera psíquica (psyche), pois em analogia a cada experiência própria, torna-se possível apreender o que o outro está vivendo, uma série de atos motores e perceptivos, reativos, impulsivos e instintivos. Apreende-se, também, a esfera dos valores, que comportam as atitudes voluntárias, as escolhas conscientes, as decisões livres e referem-se, portanto, à motivação, à liberdade, à responsabilidade, atingindo a definição fenomenológica de espiritual (geist, em alemão). Nesse sentido, a forma originária do saber, próprio do ser e da vida espiritual, não se refere a um saber posterior reflexivo, de um saber que torna a vida um objeto de compreensão, mas é um saber originário, imediato, seja do outro ou de si mesmo. Para a autora, isso significa ser nas coisas, olhar dentro de um mundo ao qual se está diante. E este olhar passa pela existência de um núcleo singular, uma qualidade interior que pertence a cada ser humano, diversa em cada um, que determina a plenitude e a vitalidade do agir e que descreve o seu modo de ser, conferindo uma impressão original proveniente dessa raiz.

Stein aponta em seus estudos a existência de uma unidade entre a alma (Seele, em alemão) e o corpo vivente (Leib), que configura a unidade da Pessoa. Este corpo vivente tem uma parte interna íntima e, portanto, não é somente um corpo que percebe, pois este pertence a um sujeito, a um Eu que, por meio desta corporeidade, sente seus estados e que pode, também, entrar em profundo contato com o outro que vive, prova e experimenta de modo semelhante (Manganaro, 2007). Tais fundamentações sobre o ser humano e o ato empático implicam um olhar do psicólogo que não esteja centrado na generalização dos sintomas, de tipologias ou de distúrbios, nem de um encontro que enfatiza o enquadramento do outro em diagnósticos predefinidos. Trata-se da possibilidade de compreensão da pessoa a partir de um núcleo próprio, que se revela em uma essência única, não passível de conhecimentos a priori, neste sentido, o outro é sempre uma surpresa. Assim, as ações nas equipes podem ser incentivadas a partir de uma prática criativa, sem definições ou preconceitos e que valoriza cada pessoa que busca os serviços de saúde a partir do respeito, do encontro genuíno entre as diferenças próprias de cada forma de apreensão do mundo e não especificamente de diferenças constituídas a partir de modelos dualistas, certo/errado, saudável/doente, saúde/patologia, corpo/psique. Parte da legitimação da diferença como uma característica comum a todos e da abertura para conhecer o desconhecido, a qual, quando reconhecida, pode promover o desenvolvimento mútuo. É a troca recíproca de experiências e das relações humanas que possibilita compreender de modo pleno a humanidade (Manganaro, 2007). Pela compreensão do ato da empatia e da legitimação deste como uma possível ferramenta de trabalho neste campo é possível uma atitude humanizada em dois sentidos: no reconhecimento da dor enquanto uma experiência humana comum a todos e na limitação real do ser humano diante da possibilidade de resolução dos sofrimentos.

A empatia exerce um papel fundamental no que se refere à possibilidade de abrir-se ao que se revela no contato com o outro, sobretudo no que se refere aos valores. Segundo Stein (1917/1998), vivenciar um valor é fundante a respeito do próprio valor. A abertura às singularidades que se revelam nas experiências cotidianas proporciona o contato com novos valores por meio da empatia. O confronto com esferas de valores antes desconhecidas, permite a consciência de um valor próprio, favorecendo uma experiência de avaliação de si mesmo. A ESF tem como pressuposto o atendimento das famílias numa área geograficamente delimitada, de modo que a atenção seja contínua, em que o contato dos profissionais com os moradores e vice-versa pode oferecer um momento de avaliação e autoavaliação dos valores que se revelam no encontro entre cada um ou entre grupos, reconhecendo os próprios valores pessoais e regionais, num movimento de abertura e transformação.

Empatia e comunidade

O estudo da empatia abre caminhos também para uma fundamentação rigorosa acerca da Comunidade. Stein (1922/1999) fundamenta as associações humanas, definindo as relações de massa, sociedade e comunidade. Tais fundamentações oferecem subsídios para uma reflexão sobre as ações na Atenção Primária, sobretudo no que se refere à comunidade. Segundo o Ministério da Saúde (Brasil, 2010b) a Atenção Primária à Saúde é definida como o primeiro contato da rede assistencial de saúde, caracterizado, em especial, por uma atenção contínua e integral, "além de representar a coordenação da assistência dentro do próprio sistema, da atenção centrada na família, da orientação e participação comunitária e da competência cultural" (Brasil, 2010b, p. 9). Nesse aspecto, é possível problematizar em especial a temática "da orientação e participação comunitária". O embasamento fenomenológico sugere um retorno às coisas mesmas e, nesse sentido, deve-se questionar em primeiro lugar o que é Comunidade? O que se espera das práticas de saúde quando referem ações comunitárias? Stein (1922/1999) oferece contribuições fundamentais acerca do que é a comunidade: "quando uma pessoa se coloca frente a outra, como uma relação de sujeito e objeto, a examina e a considera segundo um plano estabelecido sobre a base do conhecimento adquirido e espera dela ações orientadas, neste caso, ambas convivem em uma sociedade". Quando, ao contrário, "um sujeito aceita o outro como sujeito e não está em frente, mas vive com ele e ambos são determinados por temas vitais mútuos, neste caso os dois sujeitos formam uma comunidade". Na sociedade "cada um é sozinho, é uma monade que não possui janelas. Por outro lado, na comunidade, o que predomina é a solidariedade" (Stein, 1922/1999, p. 160, tradução nossa). Existem diversos modos de comunidade e estas podem ser encontradas nas áreas de abrangência da ESF, como uma família, uma escola, um grupo esportivo, entre outras. Mas o que as caracteriza enquanto comunidade não é somente um conjunto de pessoas reunidas, mas é a possibilidade de assunção recíproca de responsabilidade, de cuidados e de afeto. O paralelo entre indivíduo e comunidade pode ser colocado a partir da conexão com aquilo que favorece a Vida. Nesse sentido é fundamental pensar práticas e atividades que promovam o desenvolvimento da vida espiritual, isto é, a assunção consciente das responsabilidades entre Pessoas, onde a solidariedade se realize, e seus indivíduos possam estar abertos uns para os outros, quando os sujeitos não se considerarem apenas como objetos. Entretanto, para se pensar na relação pessoa e comunidade em consonância com os pressupostos da ESF, que informam sobre a constituição de projetos contínuos, faz-se necessário um questionamento sobre o que define "competência cultural" (Brasil, 2010b, p. 9). Para a fenomenologia, pensar a cultura significa retornar à questão dos valores e, nesse sentido, quais valores devem permear a constituição de um projeto que se realize ao longo do tempo? Torna-se, portanto, fundamental a reflexão sobre quais valores devem perpassar as atividades constituídas e quais valores seus participantes portam para a consolidação de um espaço que pode ser preenchido com a autenticidade de cada um. Ações que primem pela formação da pessoa humana devem tentar sustentar valores que favoreçam a manutenção e o desenvolvimento da vida humana. Segundo Pezzella (2007) isso significa sustentar o valor do Bem, da Verdade, da Justiça, da Liberdade, da Beleza, pois o ser humano não é somente um ser natural, mas também é espiritual, com necessidades que se direcionam a coisas materiais, mas, acima de tudo, seres com tendências morais, éticas, que devem ser satisfeitas. Para a constituição de um projeto responsável, que vise o desenvolvimento integral humano, deve-se questionar sobre o horizonte valorativo, ajudar as famílias a organizar tais valores de modo pessoal e torná-los imediatamente ativos diante da própria situação concreta (Pezzella, 2003). Para compreender como constituir projetos responsáveis, deve-se dar um passo anterior, ter consciência dos valores que perpassam também as práticas formativas. No que se refere às diretrizes do NASF, o entendimento do termo "Apoio" se refere a uma compreensão de gestão implicada na relação apoio matricial - equipes de referência (ESF), atuando nas dimensões de suporte assistencial e técnico-pedagógico. Segundo o Ministério (Brasil, 2010b, p. 12): "a dimensão assistencial é aquela que vai produzir ação clínica direta com os usuários, e a ação técnico-pedagógica vai produzir ação de apoio educativo com e para a equipe." Nesse sentido, quais valores devem se fazer presentes tanto na relação com o usuário quanto na assistência técnico-pedagógica da equipe? Qual é o papel do psicólogo e dos profissionais da atenção psíquica, no que se refere à ação formativa das equipes? Sob a perspectiva da fenomenologia de Stein, Pezzella (2007) afirma que a formação do humano deve favorecer o desenvolvimento de uma escuta atenta, um ensinamento dos valores por meio de ações concretas, compatíveis com as práticas e atitudes, através de uma experiência viva de responsabilidade e de legitimação do outro. Deve considerar o compartilhamento dos valores, de modo que auxilie o outro a compreender a importância concreta de tais valores para sua vida, incentivando-o em uma organização consonante com seu próprio caráter, que possibilite uma vida livre e espiritual e de abertura. Não significa abolir a necessidade de compreender o sofrimento psíquico empiricamente, de abandonar as ferramentas de tecnologia, mas de utilizá-los a partir de uma compreensão filosófica, de um questionar-se sobre quais as necessidades de quem precisa do cuidado, bem como das dificuldades presentes neste novo campo de atuação, com a criação de espaços de discussão e compartilhamento entre especialidades e do perguntar-se, diante de cada individualidade, se estes instrumentos atendem aos pedidos daquela pessoa que precisa de suporte. O fazer do psicólogo pode colaborar para lidar com o imprevisível, sempre presente, mas muito ameaçador, e ainda, legitimar a essência de cada subjetividade, bem como a compreensão da duplicidade do ser humano, em sua natureza subjetiva e intersubjetiva, singular e comunitária. Um processo formativo deve promover a abertura humana, a valorização da criatividade e da singularidade, de maneira que os profissionais possam genuinamente se colocar em relação com outros que buscam por seus cuidados. Nesse sentido, a constituição de um projeto responsável deve também considerar a formação valorativa dos profissionais que se dedicam ao cuidado humano, ao reconhecimento de seus valores, na tentativa de compreender quais são as ideias de ser humano e de destino que perpassam suas ações. Pensar em ações comunitárias na ESF significa realizar uma avaliação rigorosa e verdadeira sobre a possibilidade de cada profissional ver-se apto a discernir o sentido de tais comunidades e a questionar-se sobre o porquê desenvolvê-las, sobre o sentido de estar e pertencer à comunidade. A fenomenologia destaca, portanto, a necessidade de legitimar a natureza humana nos aspectos de individualidade e de comunidade, de abertura e de confrontação acerca do que é o ser humano e de suas relações objetivas e subjetivas.

Considerações finais

A filosofia antropológica de Stein e seu modo de compreender o mundo configuram um convite para aproximar filosofia e saúde, ao fundamentar a existência de uma profunda unidade no interno da comunidade humana. Isso pode representar um ponto de partida para a interação e a compreensão das pessoas em sofrimento psíquico, por meio da alteridade, em prol de uma visão que legitime a diferença e a singularidade como uma característica inerente à essência humana. O psicólogo, enquanto um profissional preocupado com a subjetividade, pode promover o diálogo entre as especialidades, em busca de uma atitude de abertura ao outro e de questionamentos acerca dos valores que perpassam as definições de Saúde ampliada, na tentativa de superar as lógicas individualistas, assistencialistas e dicotômicas que generalizam e discriminam as diversidades existentes nas experiências humanas.

Cármen Lúcia Cardoso

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

Departamento de Psicologia e Educação

Universidade de São Paulo

Avenida dos Bandeirantes, 3900

14040-901 Ribeirão Preto, SP, Br

Fone: (16) 3602-3660

Fax: 16-3602-4835

e-mail: carmen@ffclrp.usp.br

Recebido/Received: 13.4.2012/ 4.13.2012

Aceito/Accepted: 26.8.2012 / 8.26.2012

Financiamento/Funding: Esta pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Fapesp (São Paulo, SP, Br) e pela Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Brasília, DF, Br)/ This research is funded by the Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - Fapesp (São Paulo, SP, Br) and by Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Brasília, DF, Br).

Citação/Citation: Silva, N. H. L. P. da & Cardoso, C. L. (2013, junho). Contribuições da fenomenologia de Edith Stein para a atuação do psicólogo nos Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, 16(2), 246-259.

Editor do artigo/Editor: Prof. Dr. Manoel Tosta Berlinck

Copyright: © 2009 Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental/University Association for Research in Fundamental Psychopathology. Este é um artigo de livre acesso, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que o autor e a fonte sejam citados / This is an open-access article, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original author and source are credited.

Conflito de interesses/Conflict of interest: As autoras declaram que não há conflito de interesses / The authors declare that has no conflict of interest.

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  • Endereço para correspondência:
    Nara Helena Lopes Pereira da Silva
    Consultório de Psicologia
    Av. Fagundes Filho, 361, cj. 53a
    04304-010 São Paulo, SP, Br
    Fone: (11) 2836-7906
    e-mail:
  • *
    Este artigo é parte da Tese de Doutorado defendida em agosto de 2011, cujo título é:
    Saúde Mental na Estratégia Saúde da Família: uma compreensão a partir da fenomenologia de Edith Stein, orientada pela profa. dra. Carmen Lúcia Cardoso e coorientada pela profa. dra. Angela Ales Bello. Subsidiada pela Fapesp - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (São Paulo, SP, Br) processo 2007/58220-5 e pela Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (Brasília, DF, Br) ao Programa de Doutorado no Brasil com Estágio no Exterior PDEE-USP processo BEX 1308/09-2 e premiada com menção honrosa no concurso "Prêmio Tese Destaque USP" 2011, área de Ciências Humanas.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      25 Jun 2013
    • Data do Fascículo
      Jun 2013

    Histórico

    • Recebido
      13 Abr 2012
    • Aceito
      26 Ago 2012
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