A abordagem freudiano-lacaniana, paralelamente ao mau encontro do real, define o trauma como efeito da linguagem potencialmente estruturante para o sujeito. O pensamento winnicottiano, paradoxal por excelência, dedica ao brincar e à ligação precoce do infans com a “boa mãe” um lugar central em detrimento da pulsão, da sexualidade infantil, do aspecto linguageiro ou do papel do pai com relação ao trauma. Formulando um espaço transferencial-transicional de encontro, os autores propõem combinar diferentes aspectos do heurístico e da práxis psicanalítica, sustentados por estas duas correntes. Bebendo em um e outro destes aportes, mostrarão sua pertinência de articulação com relação à clínica do trauma. Um fragmento de caso do Sr. A, neurótico traumático, servirá de base para este propósito.
Brincar; objecto a/objeto transicional; transferência; trauma; chiste