RESUMO
Objetivo
Associar a Avaliação Subjetiva Global produzida pelo paciente à mortalidade e ao tempo de internação em pacientes com câncer.
Métodos
Pesquisa transversal analítica com coleta secundária de dados, conduzida entre julho e setembro de 2014 em 366 prontuários de pacientes internados entre janeiro de 2010 a janeiro de 2014 de um hospital de referência em câncer. Participaram do estudo pacientes com tempo de internação maior ou igual a três dias e idade mínima de 20 anos. Foi coletado o escore da avaliação subjetiva global produzida pelo paciente e associado às características clínicas, antropométricas e do desfecho dos pacientes (óbito e elevado tempo de internação).
Resultados
Dos 366 avaliados, 36.0% eram desnutridos. A presença de desnutrição pela avaliação subjetiva global produzida pelo paciente se associou estatisticamente com a presença de metástase (52.4%), desnutrição (e morte (55.0%) pelo índice de massa corporal em adultos (55.8%) e em idosos (54.2%) e morte (55.0%). O modelo de regressão logística ajustada demonstrou que foram associadas ao tempo de internação prolongada: triagem nutricional precoce, presença de desnutrição grave e os tratamentos radio e quimioterápicos associados e o cirúrgico. Já em relação à mortalidade: a localização tumoral no sistema reprodutor masculino, a presença de metástase, o tratamento clínico, a internação prolongada e a presença de algum grau de desnutrição estiveram associadas.
Conclusão
O escore da avaliação subjetiva global produzida pelo paciente é um marcador de risco importante para internação prolongada e morte. Sendo um instrumento valioso, capaz de contornar vieses significativos na avaliação nutricional do paciente com câncer.
Palavras-chave:
Morte; Tempo de internação; Desnutrição; Neoplasias; Avaliação nutricional