OBJETIVO:
Verificar a associação entre o fracionamento da dieta e o perfil nutricional e de saúde de mulheres de um Serviço de Promoção da Saúde.
MÉTODOS:
Estudo transversal com usuárias de uma Academia da Cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais entre agosto de 2009 e dezembro de 2011. Investigaram-se condição sociodemográfica e econômica, perfil de saúde, antro-pometria e hábitos alimentares. O fracionamento dietético foi obtido pelo número diário de refeições autor-referido, sendo classificado como adequado quando >5. Realizou-se regressão de Poisson com variância robusta ao nível de significância de 5% (p<0,05).
RESULTADOS:
Avaliaram-se 342 usuárias, 72,5% adultas, 50,6 (±13,7) anos, com renda per capita de R$500,00 (85,0; 4.666,7). Constatou-se mediana de 4 (1,0; 7,0) refeições ao dia e 52,0% de fracionamento inadequado da dieta, que foi mais frequente entre as mulheres que referiram hipertensão arterial (RP: 0,71; IC95%: 0,56; 0,90; p=0,005) e constipação intestinal (RP: 0,77; IC95%: 0,61; 0,98; p=0,040). Esse hábito também teve maior ocorrência naquelas que apresentaram inadequação para ingestão de água (RP: 0,74; IC95%: 0,59; 0,93; p=0,009) e de açúcar (RP: 0,79; IC95%: 0,63; 0,98). Apresentar consumo inadequado de frutas (RP: 0,79; IC95%: 0,63; 0,98; p=0,036) e de hortaliças (RP: 0,74; IC95%: 0,59; 0,94; p=0,012) e preferência por leite integral (RP: 0,72; IC95%: 0,57; 0,89; p=0,003) também se associou diretamente ao fracionamento inadequado da dieta.
CONCLUSÃO:
O insuficiente número diário de refeições se associou a um pior perfil nutricional e de saúde, denotando a importância da intervenção nutricional nesse aspecto.
Comportamento alimentar; Dieta; Doença; Ingestão de alimentos