OBJETIVO: Este estudo visa a avaliar a associação entre infecções geohelminticas e o crescimento físico de escolares. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal em que participaram 1851 indivíduos com idades entre 7 e 14 anos, residentes em um município do Recôncavo Sul do Estado da Bahia. Os indivíduos foram submetidos a avaliação antropométrica e a exame parasitológico de fezes. Utilizou-se a análise de regressão logística múltipla como técnica estatística para avaliar a associação de interesse. RESULTADOS: Os riscos de déficit do crescimento linear foram mais pronunciados entre os meninos portadores de infecção por Ascaris lumbricoides (Odds ratio=1,79; intervalo de confiança 95% 1,07-3,01), Trichuris trichiuris (Odds ratio=2,26; intervalo de confiança 95%: 1,33-3,84) e Ancilostomídeos (Odds ratio=2,18; intervalo de confiança 95%: 1,28-3,73), quando comparados com os não infectados. Resultados que se mantiveram após os ajustamentos dos modelos pela área de localização da escola, idade das crianças e demais infecções geohelmínticas. CONCLUSÃO: Não foi observado efeito comprometedor dessas infecções sobre o crescimento físico das meninas. Estes resultados ressaltam a associação entre infecção por geohelmintos e crescimento físico linear, indicando a necessidade de implantação de medidas preventivas e curativas que permitam a melhoria do nível de vida das crianças, considerando a grave repercussão que esses parasitas têm no estado nutricional e na saúde dessa população.
Crianças; Crescimento; Helmintíase; Saúde escolar
