Acessibilidade / Reportar erro

Estudo da Plasticidade Anatômica Foliar de Stromanthe thalia (Vell.) J.M.A. Braga (Marantaceae) em Dois Ambientes de Mata Atlântica* * Monografia apresentada pela primeira autora ao Curso de Graduação em Ciências Biológicas da Universidade do Rio de Janeiro, sob a orientação da segunda autora, para a obtenção do grau de bacharel em 13/12/95

RESUMO

O presente trabalho aborda a anatomia foliar de Stromanthe thalia (Vell.) J.M.A. Braga (Marantaceae) crescida em dois ambientes da Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro. As características comuns aos indivíduos de altitude e de baixada foram a presença de epiderme uniestratificada, com células de paredes anticlinais sinuosas; estômatos do tipo paracítico; estrutura dorsiventral; pulvino com parênquima aqüífero; aerênquima na bainha, no pecíolo e na lâmina foliar; feixes vasculares do tipo colateral acompanhados por calotas de fibras. As variações anatômicas foram observadas em diferentes regiões da lâmina foliar nos indivíduos das duas populações. Nos indivíduos de baixada a nervura mediana, ao nível do terço médio, ocorreu um aumento no tecido de sustentação e no número de camadas da hipoderme adaxial próximo à nervura mediana e na extremidade do bordo observou-se um feixe de fibras.

Palavras-chaves:
Plasticidade Anatômica Foliar; Stromanthe thalia; Mata Atlântica

ABSTRACT

This work deals with the leaf anatomy of the Stromanthe thalia (Vell.) J.M.A. Braga (Marantaceae) from two different environments of the Atlantic Rain Forest, Rio de Janeiro. The common characteristics observed on the specimens from lowland forest and montane forest were single epidermal layer in both surfaces and sinuous anticlinal cell walls; paracytic stomata; dorsiventral leaf; pulvinus with water storage tissue; sheaths fibrous close to collateral vascular bundles; aerenchyma throughout the sheath, petiole and lamina. The structural variations observed were fibrous tissue increased at the margin and midrib region as well as the larger number and the size of the adaxial hypodermis layers near the midrib of lamina on the specimen from lowland forest.

Keywords:
Anatomic plasticity; Stromanthe thalia; Atlantic Rain Forest

Texto completo disponível apenas em PDF.

  • *
    Monografia apresentada pela primeira autora ao Curso de Graduação em Ciências Biológicas da Universidade do Rio de Janeiro, sob a orientação da segunda autora, para a obtenção do grau de bacharel em 13/12/95

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro e ao Programa Mata Atlântica. Ao Dr. Raul Dodsworth Machado (in memorian), à Dra. Cecília Gonçalves Costa e à Profa Cláudia Franca Barros pelas sugestões e pela revisão do trabalho. Às Profas Cátia Henriques Callado e Rosani do Carmo Arruda por toda contribuição. Aos Biólogos Luiza Negrão Debenedito Silva, João Marcelo Alvarenga Braga, Giselle Rôças, Heitor Duarte e Carlos Damião Correa França pelas sugestões. A Jair de Almeida pelo auxílio no levantamento bibliográfico. À Inês Cosme Neves Grillo e ao Prof. Osnir Marquete pela ajuda sempre oportuna; e a Paulo Rogério Ferreira Dias pela confecção das fotomicrografias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Abreu, dos S. 1994. Biossíntese de Lignificação. Ed. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí, RJ, xi + 63 p.
  • Andersson, L. 1981. The neotropical genera of Marantaceae. Circumscription and relationships. Nordian Journal of Botany 1(2): 218-245.
  • Andrade, M. A. B. 1967. Contribuição ao conhecimento da ecologia das plantas das dunas do litoral do Estado de São Paulo. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras Univ. de São Paulo 305, Botânica 22: 7-170.
  • Arens, K. 1958. O cerrado como vegetação oligotrófica. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras Univ. de São Paulo 224, Botânica 15: 59-77.
  • Arruda, R. C. O. 1994. Anatomia foliar de Trilepis lhotzkiana Ness. e Trilepis ciliatifolia T. Koyama Cyperaceae. Dissertação de Mestrado Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 119p.
  • Beiguelman, B. 1962. Cerrado: Vegetação oligotrófica. Ciência e Cultura 14: 99-107.
  • Bone, R. A., Lee, O. W. & Norman, J. M. 1985. Epidermal cells functioning as lenses in leaves of tropical rain forest shade plants. Applied Optics 24(10): 1408-1412.
  • Bradshaw, A. D. 1965. Evolutionary significance of phenotypic plasticity in plants. Advances in Genetics 13: 115-155.
  • Braga, M. M. N. 1984. Sobre a ocorrência de estômatos “graminóides” em espécies do gênero Virola e em outras Dicotiledôneas. Acta Amazônica 14(3-4): 521-525.
  • Braune, W., Leman, A. & Taubert, A. 1979. Pflanzenanatomisches Praktikum I. Gustav Fischer Verlag, Stuttgart, 288 p.
  • Bukatsch, F. 1972. Bemerkungen zur doppel far burng Astrablau-Safranin. Mikrokosmos 61(8): 255.
  • Chazdon, R. L. & Kaufmann, S. 1993. Plasticity of leaf anatomy of two rain forest shrubs in relation to photosynthetic light aclimation. Functional Ecology 7: 385-394.
  • Chui, G. 1984. Study on the myocardial effect of Stromanthe sanguinea. Jinan Liyi Xuebao 4: 16-33.
  • Cormack, P. G. H. & Gorham, A. L. 1953. Effects of exposure to direct sunlight upon the development of leaf structure of two deciduous shrub species. Can. J. Bot. 31(5): 537-541.
  • Corrêa, M. P. 1984. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas IBDF, Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, v. 1, p. 384.
  • Costa, C. G. 1989. Morfologia e anatomia dos órgãos vegetativos em desenvolvimento de Marcgravia polyantha Delp. (Marcgraviaceae). Tese de Doutorado Universidade de São Paulo, São Paulo, 227 p.
  • Coutinho, L. M. 1962. Contribuição ao conhecimento da ecologia da mata pluvial tropical. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras Univ. de São Paulo 257, Botânica 18: 11-219.
  • Cutter, E. G. 1986. Anatomia Vegetal Parte II. Órgãos-Experimentos e Interpretação Ed. Roca, São Paulo, 1ª ed., 335 p.
  • Dhetchuvi, M. M. 1993. Biologie et usage de quelques espèces de Marantaceae au Zaire. Belg. J. Bot 126: 209-216.
  • Dufour, M. L. 1887. Influence de la lumière sur la forme et la structure des feuilles. Ann. Sci. Nat. 50(7): 311-413.
  • Eames, A. J. & Mac Daniels, L. H. 1947. An Introduction to plant anatomy Mc Graw-Hill Book Company Inc., New York - London, 2nd ed., 427 p.
  • Erdman, M. D. & Erdman, B. A. 1984. Arrowroot (Maranta arundinacea), food, feed, and a fiber resource. Economic Botany 38(3): 332-341.
  • Esau, K. 1974. Anatomia das plantas com sementes Edgard Blücher, São Paulo, 2ª ed., 293 p.
  • ———— 1977. Anatomy of seed plants John Wiley & Sons, New York, EUA, 2nd ed., 550 p.
  • ———— 1985. Anatomía Vegetal Ediciones Omega S. A., Barcelona, 3ª ed., 780 p., il.
  • Fahn, A. 1985. Anatomía Vegetal . Ediciones Pirámide S.A., Madrid, 599 p.
  • Feder, N. & O’brien, T. P. 1968. Plant microtechnique, some principles and new methods. Am. J. Bot. 55(1): 123-142.
  • Ferri, M. G. 1944. Transpiração de plantas permanentes dos cerrados. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras Univ. de São Paulo 41, Botânica 4: 159-224.
  • —————— 1955. Contribuição ao conhecimento da ecologia do cerrado e da caatinga. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras Univ. de São Paulo 195, Botânica 12: 5-170.
  • —————— 1959. Contribuição ao conhecimento da ecologia da caatinga do Rio Negro (Amazonas). Economia d’água. Ciência e Cultura 11(3): 141.
  • Foster, A. S. 1949. Practical Plant Anatomy D. van Nostrand, Inc., New York, 2nd ed., 228 p.
  • Gaba, V. & Black, M. 1983. The control of cell growth by light. In: Shropshire, W. & Mohr, H. (eds). Photomorphogenesis, Encyclopedy of Plant Physiology. . Springer, Berlin, p. 358-400.
  • Gomes, D. M. S. 1992. Anatomia foliar de Gomidesia spectabilis (DC) Berg. e G. nitida (Vell.) Legr. (Myrtaceae). Dissertação de Mestrado Universidade Federal de Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 102 p.
  • Gottlieb, O. R.; Kaplan, M. A. C. & Borin, M. R. De M. B. 1996. Biodiversidade: um enfoque químico-biológico Ed. da Universidade Federal do Rio Janeiro, Rio de Janeiro, 268 p.
  • Goulet, F. & Bellefleur, P. 1986. Leaf morphology plasticity in response to light environment in deciduos tree species and its implication on forest succession. Can. Journal Forest Research 16: 1192-1195.
  • Haberlandt, G. 1928. Physiological Plant Anatomy MacMillan Company Ltd., London, 777 p., il.
  • Hart, J. W. 1988. Light and Plant Growth Unwin Hynan, London, 204 p.
  • Heslow, G. 1911. The origin of monocotyledon from dicotyledons through self adaptation to a moist or aquatic habit. Ann. Bot. 25: 717-744.
  • Higbee, E. C. & Sievers, F. A. 1945. Notes on a wax from Calathea lutea J. of the New York Bot. Garden 46(548): 192-196.
  • Jensen, R. A. 1986. The shikmate arogenate pathway: link between carbhoydrate metabolism and secondary metabolism. Physiol. Plant. 66: 164-168.
  • Jensen, W. A. 1962. Botanical Histochemistry (Principles and Practice) W. H. Freeman & Company, San Francisco, 408 p.
  • Johansen, D. 1940. Plant microtechinique McGraw-Hill Book Company, Inc., New York-London, 52 p.
  • Jonhson, H. B. 1975. Plant pubescence: an ecological perspective. The Bot. Review 41(3): 233-268.
  • Lamberti, A. 1969. Contribuição ao conhecimento da ecologia do mangue de Itanhaem. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras da Univ. de São Paulo 317, Botânica 23: 1-217.
  • Levin, A. D. 1987. Plasticity canalization and evolutionary stasis in plants. In: A.J. Davy; M.J. Hutchings & A.R. Watkinson (eds.), Plant Population Ecology Blackwel Scientific, Oxford, p. 35-45.
  • Lima, M. P. M. & Guedes-bruni, R. R. 1994. Reserva Ecológica de Macaé de Cima Nova Friburgo, RJ: Aspectos Florísticos das Espécies Vasculares. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, v. I, Rio de Janeiro, 404 p.
  • Lindorf, H. 1980. Estructura foliar de quince Monocotiledoneas de sombra del bosque nublado de Rancho Grande I. Bifaciales: Araceae, Marantaceae y Musaceae. Mem. Soc. Ciencia Nat. La Salle 40(113): 19-72.
  • Malterud, K. E., Wollenweber, E., Gomez, P. & Luis, D. 1979. The wax of Calathea lutea (Marantaceae). Z. Naturforsch. C. Biosci. 34C(1-2): 157-158.
  • Mauseth, J. D. 1988. Plant Anatomy The Benjamin/Cummings Publishing Company, Inc., California, 560 p.
  • Mello Filho, L. E. 1975. O gênero Heliconia na Flora Fluminensis de Frei José Mariano da Conceição Vellozo. Rev. Bras. de Biol. 35(2): 331-337.
  • Metcalfe, C. R. & Chalk, L. 1979. Anatomy of the Dicotyledons Clarendon Press, Oxford, v. I, 2nd ed., 276 p.
  • ———— 1983. Anatomy of Dicotyledons Clarendon Press, Oxford, v. II, 2nd ed., 297 p.
  • Morretes, B. L. 1967. Contribuição ao estudo da anatomia das folhas de plantas do cerrado II. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras da Univ. de São Paulo 305, Botânica 22: 207-244.
  • ————— 1969. Contribuição ao estudo da anatomia das folhas de plantas do cerrado III. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras da Univ. de São Paulo 331, Botânica 24: 7-32.
  • ————— 1980. Contribuição ao conhecimento da Anatomia Ecológica de Plantas do cerrado de Emas-São Paulo e da Caatinga Amazônica do Km 62 da Rodovia BR 174. Tese de Livre Docência Universidade de São Paulo, São Paulo.
  • ————————— & Ferri, M. G. 1959. Contribuição ao estudo da anatomia das folhas de plantas do cerrado I. Bol. da Fac. de Fil. Ciências e Letras da Univ. de São Paulo 243, Botânica 16: 7-70.
  • ——— & —— 1972. Contribuição ao conhecimento da anatomia das folhas de plantas de uma “caatinga” do Rio Negro (Amazonas). Rev. Biol. 8(1-4): 97-122.
  • Napp-zinn, K. 1978. La influencia de factores externos sobre la estructura de la hoja. Resumos dos trabalhos do II Congresso Latinoamericano de Botânica. XXIX Congresso Nacional de Botânica (S.B.B), p. 94.
  • ——————— 1988. Anatomie der Blattes. Gerbrudes Borntraeger, Berlin, v. 2, 764 p.
  • Nobel, P. S. 1991. Physicochemical and Environmental Plant Physilogy Academic Press, San Diego, 635 p.
  • Pyykkö, M. 1966. The leaf anatomy of East Patagonian xerophytic plants. An. Bot. Fennici 3: 453-622.
  • Scatena, V. L. & Menezes, N. L. 1993. Considerações sobre a natureza da câmara subestomática e das células epidérmicas das folhas de Syngonanthus Ruhl. secção Thysanocephalus Koern. - Eriocaulaceae. Revta. Bras. de Bot. 16 (2): 159-165.
  • Schumann, K. M. 1902. Marantaceae. In: H. G. A. Engler (ed.). Das Pflanzenreich Regni Vegetabitis Conspectus Verlag von Engelmann, Berlin, v. 47, p. 1-176, il.
  • Silva, A. M. S. 1984. Anatomia foliar ecológica de Norantea brasiliensis Choisy (Marcgraviaceae). Dissertação de Mestrado Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 120 p., il.
  • Spurr, S. H. & Barnes, B. V. 1973. Forest tree variability and diversity. In: Forest Ecology Ronald Press Company, New York, 2nd ed., p. 15-54.
  • Standley, L. A. 1987. Variation of stomatal distribution an Carex aquatilis (Cyperaceae). Am. J. Bot. 73(10): 1393-1399.
  • Strassburger, E. 1924. Handbook of Practical Botany The MacMillan Company, New York, 532 p, il.
  • Tomlinson, P. B. 1961. Morphological and anatomical characteristics of the Marantaceae. Bot. J. Linn. Society 58(370): 55-78.
  • ———————— 1962. Phylogeny of the Scitamineae. Morphological and anatomical considerations. Evolution 16: 192-213.
  • Válio, I. F. 1979. Tropismos e nastismos. In: M. G. Ferri (ed.). Fisiologia Vegetal Ed. Pedagógica Universitária Ltda, São Paulo, v. 2, p. 73-92.
  • van Cotthem, W. R. J. 1970. A classification of stomal types. Bot. J. Linn. Soc 63: 235-246.
  • Via, S., Gomulkiewicz, R., Jong, G. De, Sheiner, S. M., Schlichting, C. D. & Van Tiederen, P. H. 1995. Adaptive phenotypic plasticity: consesus and controversy. Trees 10 (5): 212-217.
  • Vieira, R. C. 1990. Contribuição ao conhecimento da anatomia ecológica de Bauhinia radiata Vell. Dissertação de Mestrado Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 203 p.
  • ——————— & Machado, R. D. 1992. Superfície foliar de Bauhinia radiata Vell em dois ambientes. Hoehnea 19(1/2): 111-116.
  • Vilhena-Potiguara, R. C.; Almeida, S. S.; Oliveira, J.; Lobato, L. C. B. &. Lins, A. L. F. A. 1987. Plantas fibrosas I. Levantamento botânico na microrregião do Salgado (Pará, Brasil). Bol. do Mus. Paraense Emílio Goeldi, Sér. Bot. 3(2): 297-301.
  • Weaver, J. E. & Clements, F. E. 1944. Ecologia Vegetal Ed. Acme Soc. Resp. Ltda., Buenos Aires, 667 p.
  • Wilkinson, H. P. 1979. The plant surface (mainly leaf). In: Metcalfe, C. R. & Chalk, L. (eds.). Anatomy of the Dicotyledons . Clarendon Press, Oxford, v. I., 2nd ed., p. 97-162.
  • Wylie, R. B. 1943. The role of epidermis in the foliar organization and its relations to the minor venation. Am. J. Bot. 30: 273-280.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Dec 1998
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Rua Pacheco Leão, 915 - Jardim Botânico, 22460-030 Rio de Janeiro, RJ, Brasil, Tel.: (55 21)3204-2148, Fax: (55 21) 3204-2071 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: rodriguesia@jbrj.gov.br