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Estrutura e composição florística do estrato herbáceosubarbustivo de um pasto abandonado na Reserva Biológica de Poço das Antas, município de Silva Jardim, RJ

RESUMO

A Reserva Biológica de Poço das Antas, situada no município de Silva Jardim, Rio de Janeiro apresenta cobertura vegetal formada por áreas de campos, capoeiras, capoeirões e fragmentos florestais. Este trabalho realizou o levantamento florístico e a análise da estrutura do componente herbáceo/subarbustivo de área de pasto abandonado, visando obter informações que auxiliem o estudo do processo de regeneração natural da área. A área de estudo apresenta indivíduos lenhosos, distribuídos esparsamente ou em moitas, tendo sido utilizada como pasto em tempos anteriores a criação da Reserva. O levantamento da vegetação foi efetuado através do método de pontos e revelou o predomínio de espécies de gramíneas e ervas ruderais, como Imperata brasiliensis, Lygodium volubile e Blechnum serrulatum.

Palavras chave:
pasto abandonado; recuperação de áreas degradadas; método de pontos

ABSTRACT

The vegetation of the Poço das Antas Biological Reserve located in Silva Jardim municipality is composed of abandoned farmland and secondary forests fragments at different stages of development. A study of the floristic composition and structure of the shrub and herbaceous layer of an old field was conducted, aiming to obtain informations that might assist studies on natural regeneration of the site. The study area consists of an area that was once covered by forest and was used as pasture before the creation of the Biological Reserve. It is now covered by grassy vegetation with sparsely scattered woody plants or small thickets. The point method was used in the vegetation survey (total of 300 point). Grass species as Imperata brasiliensis, Lygodium volubile and weedy species as Blechnum serrulatum are dominant.

Keywords:
old field; recovery of degraded areas; point method

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AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a direção e equipe da Reserva Biológica de Poço das Antas pelo apoio e utilização da infra-estrutura da Reserva, aos colegas do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro pelo auxílio na identificação do material botânico, ao botânico Luís Sérgio P. Sarahyba pela identificação das gramíneas, a Cyl Farney

C. de Sá e Rejan R. Guedes-Bruni pelas valiosas críticas e sugestões ao artigo, a Dorothy S. D. de Araújo pelos importantes comentários aos diversos manuscritos deste artigo e à versão do abstratc e a Shell Brasil S/A e The John D. and Catherine T. MacArthur Foundation pelo suporte financeiro ao Programa Mata Atlântica. A autora Claudia M. Vieira agradece ao Programa Mata Atlântica/Fundação Botânica Margaret Mee pela bolsa concedida.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jan-Jun 2001
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