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Biologia reprodutiva de Echinodorus grandiflorus (Alismataceae): evidência de auto-esterilidade em populações do estado de São Paulo

Resumo

A biologia floral e reprodutiva de Echinodorus grandiflorus (Cham. & Schltdl.) Micheli foram estudadas em populações nativas do interior do estado de São Paulo. A espécie floresce no verão e suas flores oferecem tanto néctar quanto pólen como recurso. O néctar é secretado por nectários localizados na base dos carpelos marginais, opostos às pétalas. Os polinizadores (abelhas sociais e solitárias), no entanto, foram observados coletando apenas pólen. As visitas, que podem durar de um a poucos segundos até mais de um minuto, acontecem desde o momento da abertura das flores (ca. 5:30 h) até o fenecimento. Cada flor dura cerca de oito horas. Todos os indivíduos das populações produzem apenas flores hermafroditas. A porcentagem de grãos de pólen viáveis é de 75%. As populações estudadas são autoincompatíveis e, como conseqüência, polinizadores são necessários para transferência de pólen. Em condições naturais e a partir das polinizações cruzadas realizadas manualmente, todos os receptáculos apresentaram aquênios maduros. Através das análises dos tubos polínicos das flores autopolinizadas manualmente, e devido ao fato dos aquênios derivados desse tratamento abortarem cerca de 30 dias a partir das autopolinizações, aparentemente, as populações de E. grandiflorus estudadas apresentam um mecanismo de auto-esterilidade de ação tardia.

Palavras-chave:
Alismataceae; auto-compatibilidade; biologia da polinização

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