INTRODUÇÃO: Muitas pessoas acometidas por transtornos mentais não conseguem realizar o auto cuidado adequadamente, principalmente em relação à higiene pessoal e em particular à higiene oral. Para esses indivíduos, a prevenção e o acompanhamento clínico contínuo são fundamentais. OBJETIVO: Investigar as afecções bucais que mais afetam os pacientes portadores de transtornos mentais, atendidos na faculdade de odontologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). METODOLOGIA: Pacientes atendidos durante o 2º semestre de 2011 e 1º semestre de 2012 foram examinados. O índice CPOD foi utilizado para avaliação da cárie dentária e o índice CPI para avaliação periodontal. As análises estatísticas foram feitas no Programa SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão 18.0, utilizando-se da estatística descritiva na determinação de médias, desvio-padrão e frequências. RESULTADO: 67,50% dos 40 pacientes tiveram contato com o cirurgião-dentista há mais de um ano, 95% realizavam a própria higiene oral e 70% não usavam fio dental. A média do CPOD foi de 14,18. 49,13% dos pacientes necessitavam de restaurações de uma superfície e 60% necessitavam de prótese dentária. Além disso, 33,75% dos sextantes avaliados apresentavam bolsa periodontal. CONCLUSÃO: Pode-se perceber que os portadores de doença mental apresentam um elevado risco de desenvolver desordens orais, entretanto, poucos portadores visitam um profissional da odontologia com regularidade. Além disso, a procura tardia por tratamento e a falta de preparo dos profissionais, levam a soluções muitas vezes mutiladoras.
Transtornos mentais; autocuidado; higiene bucal; saúde bucal; capacitação profissional; educação em saúde