ANTIBIÓTICOS PARA APENDICECTOMIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO PERIOPERATÓRIO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Roque, Fátima Maria Castelo Branco; Melo, Antônio Aldo; Roque, Alberto Jorge Castelo Branco; Roque, Hanne Castelo Branco; Moreira, Thereza Maria Magalhães; Chaves, Edna Maria Camelo

doi:10.1590/1984-0462/;2019;37;4;00013

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Revista Paulista de Pediatria

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Sumário

Artigo de Revisão • Rev. paul. pediatr. 37 (4) • Oct-Dec 2019 • https://doi.org/10.1590/1984-0462/;2019;37;4;00013 copiar

ANTIBIÓTICOS PARA APENDICECTOMIA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO PERIOPERATÓRIO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivo:

Analisar o uso de antibióticos em crianças e adolescentes no perioperatório de apendicectomia.

Fonte de dados:

Realizou-se uma revisão integrativa, nas bases de dados MEDLINE, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Cochrane e no portal PubMed, sem limite de tempo. As palavras-chave utilizadas foram: apendicite, criança, adolescente e antibacterianos com booleano AND. Os artigos incluídos foram publicados nos idiomas português, inglês ou espanhol e cujos participantes tivessem idade inferior a 18 anos. Os artigos de revisão e diretrizes foram excluídos. A qualidade da evidência foi analisada, e foram selecionados 24 artigos.

Síntese dos dados:

Sobre os estudos selecionados, sete foram ensaios clínicos randomizados (nível de evidência II), oito coortes (nível III), sete observacionais retrospectivos (nível V) e duas análises documentais históricas (nível IV). Os estudos abordaram antibióticos usados na apendicite aguda em suas formas não complicada e complicada. Os antibióticos iniciados no pré-operatório evidenciaram diminuição nas taxas de infecção da ferida cirúrgica. Os esquemas de primeira linha (empíricos) foram testados em relação à sensibilidade dos microrganismos nas culturas de material peritoneal, no entanto os resultados foram controversos. Sugeriram-se antibióticos de amplo espectro em alguns estudos por apresentar boa cobertura, no entanto em outros eles não foram recomendados, pelo risco de desenvolver resistência bacteriana. O menor tempo de administração e a mudança mais precoce para a via oral reduziram o tempo de internação.

Conclusões:

Existe um grande número de protocolos clínicos com antibióticos diversos, no entanto não existe padronização em relação ao tipo de antibiótico, tempo de uso nem via.

Palavras-chave:
Apendicite; Apendicectomia; Antibacterianos; Criança; Adolescente

Artigo	Autores/ano/país/local	Desenho do estudo (n)
E1⁹9. Wright JE. Appendicitis in childhood: Reduction in wound infection with preoperative antibiotics. Aust N Z J Surg. 1982;52:127-9.	Wright (1982)/Inglaterra/Royal Newcastle Hospital	Coorte (n=118)
E2¹³13. Schmitt F, Clermidi P, Dorsi M, Cocquerelle V, Gomes CF, Becmeur F. Bacterial studies of complicated appendicitis over a 20-year period and their impact on empirical antibiotic treatment. J Pediatr Surg. 2012;47:2055-62.	Schmitt et al. (2012)/França/Strasbourg University Hospital	Retrospectivo (n=176)
E3¹⁷17. Guillet-Caruba C, Cheikhelard A, Guillet M, Bille E, Descamps P, Yin L, et al. Bacteriologic epidemiology and empirical treatment of pediatric complicated appendicitis. Diagn Microbiol Infect Dis. 2011;69:376-81.	Guillet Caruba et al. (2011)/França/Necker-Enfants Malades Hospital	Coorte (n=93)
E4¹⁴14. Yu TC, Hamill JK, Evans SM, Price NR, Morreau PN, Upadhyay VA, et al. Duration of postoperative intravenous antibiotics childhood complicated appendicitis: a propensity score-matched comparison study. Eur J Pediatr Surg. 2014;24:341-9.	Yu et at. (2014)/Nova Zelândia/Starship Children’s Hospital	Coorte (n=47)
E5¹⁵15. Loux TJ, Falk GA, Burnweit CA, Ramos C, Knight C, Malvezzi L. Early transition to oral antibiotics for treatment of perforated appendicitis in pediatric patients: Confirmation of the safety and efficacy of a growing national trend. J Pediatr Surg. 2016;51:903-7.	Loux et al. (2016)/Estados Unidos/Miami Children’s Hospital	Coorte (n=115)
E6¹⁸18. Chan KW, Lee KH, Mou JW, Cheung ST, Sihoe JD, Tam YH. Evidence-based adjustment of antibiotic in pediatric complicated appendicitis in the era of antibiotic resistance. Pediatr Surg Int. 2010;26:157-60.	Chan et al. (2010)/China/Prince of Wales Hospital Hong Kong	Observacional retrospectivo (n=250)
E7¹⁰10. Kronmam MP, Oron AP, Ross RK, Hersh AL, Newland JG, Golding A, et al. Extended-versus narrower-spectrum antibiotics for appendicitis. Pediatrics. 2016;138:1-9.	Kronman et al. (2016)/Estados Unidos/ multicêntrico (23 hospitais infantis independentes)	Coorte retrospectivo (n=24.984)
E8¹¹11. Kizilcan F, Tanyel FC, Büyükpamukçu N, Hiçsönmez. The necessity of prophylactic antibiotics in uncomplicated appendicitis during childhood. J Pediatr Surg. 1992;27:586-8.	Kizilcan et al. (1992)/Turquia/Hacettepe Children’s Hospital	Ensaio clínico randomizado (n=100)
E9¹⁹19. Shandling B, Ein SH, Simpson JS, Stephens CA, Bandi SK. Perforating appendicitis and antibiotics. J Pediatr Surg. 1974;9:79-83.	Shandling et al. (1974)/Canadá/Hospital for Sick Children	Retrospectivo (n=550)
E10²⁰20. Foster MC, Morris DL, Legan C, Kapila L, Slack RC. Perioperative prophylaxis with sulbactam and ampicillin compared with metronidazole and cefotaxime in the prevention of wound infection in children undergoing appendectomy. J Pediatr Surg. 1987;22:869-72.	Foster et al. (1987)/Inglaterra/University Hospital	Ensaio clínico randomizado (n=100)
E11²¹21. van Wijck K, Jong JR, van Heurn LW, van der Zee DC. Prolonged antibiotic treatment does not prevent intra-abdominal abscesses in perforated appendicitis. World J Surg. 2010;34:3049-53.	Wijck et al. (2010)/Holanda/dois hospitais universitários	Observacional retrospectivo (n=49)
E12¹²12. Söderquist-Elinder C, Hirsch K, Bergdahl S, Rutqvist J, Frenckner B. Prophylactic antibiotics in uncomplicated appendicitis during childhood - a prospective randomized study. Eur J Pediatr Surg. 1995;5:282-5.	Söderquist Elinder et al. (1995)/França/St. Goran’s Children’s Hospital	Ensaio clínico randomizado (n=544)
E13²²22. David IB, Buck JR, Filler RM. Rational use of antibiotics for perforated appendicitis in childhood. J Pediatr Surg. 1982;17:494-500.	David et al. (1982)/Canadá/Hospital for Sick Children	Retrospectivo (n=300)
E14²³23. Rice HE, Brown RL, Gollin G, Caty MG, Gilbert J, Skinner MA, et al. Results of a pilot trial comparing prolonged intravenous/oral antibiotics for children with perforated appendicitis. Arch Surg. 2001;136:1391-5.	Rice et al. (2001)/Estados Unidos/multicêntrico (cinco centros)	Ensaio clínico randomizado (n=26)
E15¹⁶16. St Peter SD, Tsao K, Spilde TL, Holcamb GW, Sharp SW, Murphy JP, et al. Single daily dosing ceftriaxone and metronidazole vs standard triple antibiotic regimen for perforated appendicitis in children: a prospective randomized trial. J Pediatr Surg. 2008;43:981-5.	St Peter et al. (2008)/Estados Unidos/The Children’s Mercy Hospital	Ensaio clínico randomizado (n=100)
E16²⁴24. Ein SH, Sandler A. Wound infection prophylaxis in pediatric acute appendicitis: a 26-year prospective study. J Pediatr Surg. 2006;41:538-41.	Ein et al. (2006)/Canadá/Hospital for Sick Children	Coorte (n=453)
E17²⁵25. Fallon SC, Hassan SF, Larimer EL, Rodriguez JR, Brandt ML, Wesson DE, et al. Modification of an evidence-based protocol for advanced appendicitis in children. J Surg Res. 2013;185:273-7.	Fallon et al. (2011)/Estados Unidos/Texas Children’s Hospital	Coorte (n=50)
E18²⁶26. Obinwa O, Casidy M, Flynn J. The microbiology of bacterial peritonitis due to appendicitis in children. Ir J Med Sci. 2014;183:585-91.	Obinwa et al. (2014)/Irlanda/Portiuncula Hospital	Retrospectivo (n=69)
E19²⁷27. Marchildon MB, Dudgeon DL. Perforated appendicitis: current experience in a children's hospital. Ann Surg. 1977;185:84-7.	Marchildon et al. (1977)/Estados Unidos/Children’s Hospital of Los Angeles	Retrospectivo (n=89)
E20²⁸28. Dalgic N, Karadag CA, Bayraktar B, Sancar M, Kara O, Pelit S, et al. Ertapenem versus standard triple antibiotic therapy for the treatment of perforated appendicitis in pediatric patients: a prospective randomized trial. Eur J Pediatr Surg. 2014;24:410-8.	Dalgic et al. (2014)/Turquia/Sisli Etfal Training and Research Hospital	Ensaio clínico randomizado (n=107)
E21²⁹29. Uhari M, Seppänen J, Heikkinen E. Imipenem-cilastatina vs tobramycin and metronidazole for appendicitis-related infections. Pediatr Infect Dis J. 1992;11:445-50.	Uhari et al. (1992)/Finlândia/Department of Pediatrics, University of Oulu	Ensaio clínico randomizado (n=218)
E22³⁰30. Ein SH, Nasr A, Ein A. Open appendectomy for pediatric ruptured appendicitis: a historical clinical review of the prophylaxis of wound infection and postoperative intra-abdominal abscess. Can J Surg. 2013;56:E7-12.	Ein et al. (2013)/Canadá/Hospital for Sick Children	Epidemiológico - série histórica (n=496)
E23³¹31. Acker SN, Hurst AL, Bensard DD, Schubert A, Dewberry L, Gonzales D, et al. Pediatric appendicitis and need for antibiotics at time of discharge: Does route of administration matter? J Pediatr Surg. 2016;51:1170-3.	Acken et at. (2016)/Estados Unidos/Children’s Hospital Colorado	Epidemiológico - série histórica (n=325)
E24³²32. Desai AA, Alemayehu H, Holcomb GW, St Peter SD. Safety of a new protocol decreasing antibiotic utilization after laparoscopic appendectomy for perforated appendicitis in children: a prospective observational study. J Pediatr Surg. 2015;50:912-4.	Desai et al. (2015)/Estados Unidos/Children’s Mercy Hospital and Clinics	Coorte (n=540)

Estudo	Resultados
E8¹¹11. Kizilcan F, Tanyel FC, Büyükpamukçu N, Hiçsönmez. The necessity of prophylactic antibiotics in uncomplicated appendicitis during childhood. J Pediatr Surg. 1992;27:586-8.	O uso de antibióticos profiláticos (ornidazol, penicilina+tobramicina e piperacilina) na apendicite não complicada não mostrou melhores resultados que placebo.
E10²⁰20. Foster MC, Morris DL, Legan C, Kapila L, Slack RC. Perioperative prophylaxis with sulbactam and ampicillin compared with metronidazole and cefotaxime in the prevention of wound infection in children undergoing appendectomy. J Pediatr Surg. 1987;22:869-72.	Não houve diferença na taxa de infecção de ferida cirúrgica entre o grupo que recebeu ampicilina/sulbactam e o que ganhou cefotaxima+metronidazol, parecendo, portanto, ser ampicilina/sulbactam adequada a essa profilaxia.
E12¹²12. Söderquist-Elinder C, Hirsch K, Bergdahl S, Rutqvist J, Frenckner B. Prophylactic antibiotics in uncomplicated appendicitis during childhood - a prospective randomized study. Eur J Pediatr Surg. 1995;5:282-5.	Uma única dose de metronidazol no pré-operatório de apendicite não complicada em crianças diminuiu, significativamente, a taxa de complicações infecciosas, sem melhoria adicional quando cefuroxima foi acrescentada.
E14²³23. Rice HE, Brown RL, Gollin G, Caty MG, Gilbert J, Skinner MA, et al. Results of a pilot trial comparing prolonged intravenous/oral antibiotics for children with perforated appendicitis. Arch Surg. 2001;136:1391-5.	Foi encontrada equivalência de tratamento em crianças com apendicite perfurada, entre um curso prolongado de antibióticos endovenosos (ampicilina+gentamicina+clindamicina - dez dias) e um curso curto de antibióticos endovenosos, seguido de antibióticos por via oral (ampicilina+gentamicina+clindamicina, endovenosa, até retorno da função gastrointestinal, com três a cinco dias, seguido por amoxicilina/clavulanato+metronidazol, via oral, por dez dias). O uso precoce de antibióticos por via oral não aumentou a taxa de falha do tratamento ou de complicações.
E15¹⁶16. St Peter SD, Tsao K, Spilde TL, Holcamb GW, Sharp SW, Murphy JP, et al. Single daily dosing ceftriaxone and metronidazole vs standard triple antibiotic regimen for perforated appendicitis in children: a prospective randomized trial. J Pediatr Surg. 2008;43:981-5.	O esquema com duas drogas (ceftriaxona+metronidazol), em dose única diária, endovenosa e por cinco dias, apresentou-se como o tratamento mais eficiente e econômico em crianças com apendicite perfurada quando comparado ao esquema tradicional de três fármacos (ampicilina-6/6h+gentamicina-8/8h+clindamicina-6/6h), também por via endovenosa e por cinco dias.
E20²⁸28. Dalgic N, Karadag CA, Bayraktar B, Sancar M, Kara O, Pelit S, et al. Ertapenem versus standard triple antibiotic therapy for the treatment of perforated appendicitis in pediatric patients: a prospective randomized trial. Eur J Pediatr Surg. 2014;24:410-8.	Ertapeném pode ser útil para eliminar esquema tríplice (ampicilina+gentamicina+metronidazol) na apendicite perfurada em crianças, além de causar menor colonização intestinal por bactérias resistentes.
E21²⁹29. Uhari M, Seppänen J, Heikkinen E. Imipenem-cilastatina vs tobramycin and metronidazole for appendicitis-related infections. Pediatr Infect Dis J. 1992;11:445-50.	A associação imipeném/cilastatina é efetiva e, em alguns casos, alternativa ligeiramente mais econômica que tobramicina+metronidazol.

Estudo	Resultados
E1⁹9. Wright JE. Appendicitis in childhood: Reduction in wound infection with preoperative antibiotics. Aust N Z J Surg. 1982;52:127-9.	Profiláticos de acordo com tempo de evolução da doença (ampicilina, ampicilina+canamicina; canamicina+lincomicina), no pré-operatório, reduziram infecção da ferida operatória, com ausência de abscessos intra-abdominais, em pacientes pediátricos submetidos à apendicectomia por apendicite aguda.
E3¹⁷17. Guillet-Caruba C, Cheikhelard A, Guillet M, Bille E, Descamps P, Yin L, et al. Bacteriologic epidemiology and empirical treatment of pediatric complicated appendicitis. Diagn Microbiol Infect Dis. 2011;69:376-81.	Demonstrou-se amoxicilina/clavulanato sem bom resultado, por 20% dos germes anaeróbios mostrarem resistência a essa associação. Piperacilina/tazobactam cobriu os patógenos encontrados mais frequentemente em infecções intra-abdominais, como Pseudomona aeruginosa e Escherichia coli com resistência intermediária para amoxicilina/clavulanato ou ticarcilina/clavulanato e anaeróbios. Uma cefalosporina de terceira geração associada a metronidazol não mostrou ação sobre P. aeruginosa. Os carbapenêmicos não são recomendados como amplo espectro de terapia empírica. Em adição, P. aeruginosa e Enterococos são resistentes ao ertapeném, imipeném e meropeném. Piperacilina/tazobactam é terapia de primeira linha escolhida. Já amostras biológicas permitem mudar esse tratamento de amplo espectro, se não houver isolamento de pseudomonas.
E4¹⁴14. Yu TC, Hamill JK, Evans SM, Price NR, Morreau PN, Upadhyay VA, et al. Duration of postoperative intravenous antibiotics childhood complicated appendicitis: a propensity score-matched comparison study. Eur J Pediatr Surg. 2014;24:341-9.	Em contraste ao uso de antibióticos por via endovenosa, em um período fixo de cinco dias, o uso de parâmetros clínicos (temperatura <38ºC por 24 horas, aceitação da dieta, mobilização e analgesia, apenas oral) para suspensão dos antibióticos reduziu tempo de internação, sem aparente comprometimento dos resultados nos pacientes com apendicite perfurada.
E5¹⁵15. Loux TJ, Falk GA, Burnweit CA, Ramos C, Knight C, Malvezzi L. Early transition to oral antibiotics for treatment of perforated appendicitis in pediatric patients: Confirmation of the safety and efficacy of a growing national trend. J Pediatr Surg. 2016;51:903-7.	Comparação entre pacientes com transição para antibiótico oral na apendicite perfurada e aqueles com antibiótico endovenoso, por pelo menos cinco dias, evidenciou que a transição oral (quando se aceita dieta) diminuiu a permanência hospitalar significativamente, enquanto a taxa de reinternação foi similar entre os grupos.
E7¹⁰10. Kronmam MP, Oron AP, Ross RK, Hersh AL, Newland JG, Golding A, et al. Extended-versus narrower-spectrum antibiotics for appendicitis. Pediatrics. 2016;138:1-9.	Tratamento com antibiótico de maior espectro (piperacilina/tazobactam, ticarcilina/clavulanato, ceftazidima, cefepima ou carbapenema) no dia da apendicectomia, ou no dia seguinte, não se associou com redução das taxas de readmissão e é provavelmente desnecessário, especialmente para apendicite não complicada.
E16²⁴24. Ein SH, Sandler A. Wound infection prophylaxis in pediatric acute appendicitis: a 26-year prospective study. J Pediatr Surg. 2006;41:538-41.	Os pacientes pediátricos que usaram cefoxitina endovenosa no pré-operatório e em pó, na ferida cirúrgica, tiveram redução na taxa de infecção em relação ao grupo não tratado, na profilaxia da infecção da ferida cirúrgica.
E17²⁵25. Fallon SC, Hassan SF, Larimer EL, Rodriguez JR, Brandt ML, Wesson DE, et al. Modification of an evidence-based protocol for advanced appendicitis in children. J Surg Res. 2013;185:273-7.	Significativa porcentagem (40%) de crianças com apendicite perfurada apresentou microrganismos resistentes aos antibióticos de primeira linha em suas culturas de líquido peritoneal, o que levou à recomendação de piperacilina/tazobactam como a mais efetiva terapia empírica para essas crianças.
E24³²32. Desai AA, Alemayehu H, Holcomb GW, St Peter SD. Safety of a new protocol decreasing antibiotic utilization after laparoscopic appendectomy for perforated appendicitis in children: a prospective observational study. J Pediatr Surg. 2015;50:912-4.	As crianças que preencheram os critérios de alta e tinham leucócitos normais antes de cinco dias de antibiótico puderam, seguramente, receber alta hospitalar sem antibióticos, por via oral, após apendicectomia por apendicite perfurada.

Estudo	Resultados
E2¹³13. Schmitt F, Clermidi P, Dorsi M, Cocquerelle V, Gomes CF, Becmeur F. Bacterial studies of complicated appendicitis over a 20-year period and their impact on empirical antibiotic treatment. J Pediatr Surg. 2012;47:2055-62.	Antibioticoterapia empírica testada permaneceu eficaz para enterobactérias na apendicite complicada em crianças, tais como amoxicilina/clavulanato ou metronidazol para anaeróbios, imipeném contra todos os microrganismos e aminoglicosídeos, enquanto piperacilina, vancomicina e ticarcilina/clavulanato foram associados com aumentada taxa de resistência.
E6¹⁸18. Chan KW, Lee KH, Mou JW, Cheung ST, Sihoe JD, Tam YH. Evidence-based adjustment of antibiotic in pediatric complicated appendicitis in the era of antibiotic resistance. Pediatr Surg Int. 2010;26:157-60.	Bactérias gram-positivas isoladas foram sensíveis à penicilina, e os anaeróbios isolados tiveram a mesma reação ao metronidazol. Quanto às bactérias gram-negativas, 99% de Escherichia coli era sensível à cefuroxima e somente 66% delas sensível à gentamicina, se usada em vez da cefuroxima. Nas crianças com apendicite não complicada não houve crescimento bacteriano, e ocorreu resposta ao esquema tríplice usado (ampicilina, cefuroxima e metronidazol) em 100% dos casos, no entanto 25% dos pacientes com apendicite complicada não responderam a esse esquema e a coleta orientou o ajuste de antibióticos.
E9¹⁹19. Shandling B, Ein SH, Simpson JS, Stephens CA, Bandi SK. Perforating appendicitis and antibiotics. J Pediatr Surg. 1974;9:79-83.	Crianças com apendicite perfurada (intraoperatório, histologicamente ou em ambos os casos) não foram mais propensas a complicações por infecção.
E11²¹21. van Wijck K, Jong JR, van Heurn LW, van der Zee DC. Prolonged antibiotic treatment does not prevent intra-abdominal abscesses in perforated appendicitis. World J Surg. 2010;34:3049-53.	Em estudo realizado em dois hospitais, um grupo de pacientes apendicectomizados e com perfuração recebeu cinco dias de antibiótico no pós-operatório, enquanto o outro grupo aderiu a antibióticos por cinco dias ou mais, até que a proteína C reativa (PCR) estivesse menor que 20 mg/mL. O uso prolongado do antibiótico não reduziu abscesso intra-abdominal.
E13²¹21. van Wijck K, Jong JR, van Heurn LW, van der Zee DC. Prolonged antibiotic treatment does not prevent intra-abdominal abscesses in perforated appendicitis. World J Surg. 2010;34:3049-53.	Pacientes pediátricos com perfuração localizada ou peritonite generalizada, tratados com ampicilina+gentamicina+clindamicina, tiveram marcadamente menos infecções e abscessos que os tratados com ampicilina e/ou gentamicina.
E18²⁶26. Obinwa O, Casidy M, Flynn J. The microbiology of bacterial peritonitis due to appendicitis in children. Ir J Med Sci. 2014;183:585-91.	Os resultados da sensibilidade de microrganismos isolados nas culturas de líquido peritoneal aos antibióticos indicaram que a associação amoxicilina/clavulanato+gentamicina+metronidazol, por três a cinco dias, é tratamento empírico para peritonite relacionada à apendicite.
E19²⁷27. Marchildon MB, Dudgeon DL. Perforated appendicitis: current experience in a children's hospital. Ann Surg. 1977;185:84-7.	A morbidade na apendicite perfurada em crianças foi reduzida pelos fatores: adequada infusão de líquidos e antibióticos sistêmicos, de uso parenteral, com inclusão para anaeróbios e drenagem peritoneal.
E22³⁰30. Ein SH, Nasr A, Ein A. Open appendectomy for pediatric ruptured appendicitis: a historical clinical review of the prophylaxis of wound infection and postoperative intra-abdominal abscess. Can J Surg. 2013;56:E7-12.	Na apendicite perfurada em crianças, a infecção da ferida cirúrgica foi menos frequente naquelas com drenagem profilática da ferida peritoneal. Já os abscessos intra-abdominais tiveram menos frequência nas que usaram antibióticos profiláticos por via subcutânea e endovenosa.
E23³¹31. Acker SN, Hurst AL, Bensard DD, Schubert A, Dewberry L, Gonzales D, et al. Pediatric appendicitis and need for antibiotics at time of discharge: Does route of administration matter? J Pediatr Surg. 2016;51:1170-3.	Entre crianças com apendicite perfurada e de alta hospitalar, a via de administração (endovenosa ou oral) para dar continuidade aos antibióticos não mostrou diferença quanto às complicações.

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[1] *Autor correspondente. E-mail: ednacam3@gmail.com (E.M.C. Chaves).