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Diagnóstico da faringoamigdalite estreptocócica em crianças e adolescentes: limitações do quadro clínico Estudo conduzido na Universidade Federal de São João del-Rei, São João del-Rei, MG, Brasil.

OBJETIVO:

Avaliar a utilidade do quadro clínico para o diagnóstico da faringoamigdalite estreptocócica na faixa pediátrica.

MÉTODOS:

335 indivíduos de 1 a 18 anos com quadro clínico de faringoamigdalite foram submetidos a anamnese, exame clínico, cultura e teste de aglutinação de partículas do látex (TAPL) para o estreptoco β-hemolítico do grupo A (EBHGA) em swab orofaríngeo. Os sinais e sintomas foram comparados ao resultado da cultura e do TAPL e, em seguida, também o foi o agrupamento de sinais e sintomas definido por regressão logística multivariada, utilizado para gerar um escore clínico. Para o diagnóstico definitivo de faringoamigdalite estreptocócica, o padrão de referência foi a cultura e o TAPL, em paralelo.

RESULTADOS:

78 indivíduos (23,4%) apresentaram resultados positivos para EBHGA em pelo menos um dos testes. Ausência de coriza (OR=1,80; p=0,04); ausência de conjuntivite (OR=2,44; p=0,029); hiperemia de orofaringe (OR=3,99; p=0,006); exsudato de orofaringe (OR=2,02; p=0,011) e hipertrofia de amígdalas (OR=2,60; p=0,007) apresentaram associação significante com a faringoamigdalite estreptocócica. A pontuação máxima no escore clínico, no qual figuram três características (ausência de coriza, exsudato de orofaringe e hiperemia de orofaringe) correspondeu a uma sensibilidade de 45,6%, uma especificidade de 74,5% e uma likelihood ratio de 1,79 para a presença de faringoamigdalite estreptocócica.

CONCLUSÃO:

O quadro clínico não deve ser usado isoladamente para confirmar o episódio de faringoamigdalite estreptocócica por apresentar um baixo desempenho diagnóstico. É necessário aumentar a disponibilidade de testes laboratoriais, em especial o TALP, que permite o diagnóstico rápido e acurado deste episódio.

Faringite; Diagnóstico; Streptococcus; Criança; Adolescente


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