OBJETIVO: Investigar a influência do nível socioeconômico sobre o desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral. MÉTODOS: Estudo transversal com abordagem quantitativa. Foram selecionadas 49 crianças com diagnóstico clínico de paralisia cerebral de uma amostra de conveniência, com idades de três a sete anos e meio, de ambos os sexos, classificadas de acordo com o nível de gravidade da paralisia cerebral, com base no Sistema de Classificação da Função Motora Grosseira. Os participantes foram distribuídos em dois grupos de níveis socioeconômicos, alto e baixo, de acordo com o Critério de Classificação Econômica do Brasil. O desempenho funcional foi avaliado com o Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade. Foi aplicado o teste t de Student para amostras independentes a fim de comparar as médias entre os grupos. RESULTADOS: O nível socioeconômico não afetou o desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral leve. Crianças com paralisia cerebral moderada de classe econômica baixa apresentaram escores da função social inferiores (p=0,027) aos daquelas de classe alta. Crianças com paralisia cerebral grave de nível socioeconômico baixo apresentaram desempenho inferior nas habilidades de autocuidado (p=0,021) e mobilidade (p=0,005). Essas crianças foram mais dependentes em relação à mobilidade (p=0,015) do que as de nível socioeconômico alto. CONCLUSÕES: O nível socioeconômico pode exercer influência no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral, devendo ser fator de risco considerado nas ações educacionais e de saúde voltadas a essa população.
paralisia cerebral; classe social; desenvolvimento infantil; criança